A aprovação do orçamento para 2021 na noite de ontem, depois de quase 4 meses de atraso, deve repercutir bem no mercado. Porém, a volta do uso da chamada “contabilidade criativa” para abrir espaço para novas emendas parlamentares pode desagradar, em especial em um momento em que as preocupações fiscais já estão no radar dos investidores. De todo modo, o orçamento agora depende apenas da sanção presidencial para entrar em vigor. Lá fora o dia começa com sinal positivo, e a agenda contempla a divulgação de dados de inflação e de confiança do consumidor norte-americano.
Falando em agenda, as vendas no varejo do Reino Unido subiram 2,1% em fevereiro na comparação com janeiro, resultado acima dos 2% esperados. Na Espanha, o PIB do quarto trimestre de 2020 ficou estável levando a economia do país a uma contração de 10,8% no ano de 2020.
Na agenda de resultados, a Sabesp (SBSP3) entregou pequeno aumento na receita e queda no lucro, mas os números ainda vieram acima do consenso nesse trimestre. Da mesma forma, a Ser Educacional (SEER3) trouxe números mais pressionados do que no 4T19, mas superou a média das estimativas do mercado. A Cogna (COGN3), que também divulgaria seu balanço, adiou a divulgação dos números para o dia 31 de março. Hoje, após o fechamento, teremos os números da Cemig (CMIG4). A Telefônica Brasil (VIVT3) fechou uma ampliação da sua parceria com a Dotz e pode receber uma participação minoritária na companhia. Segundo a Bloomberg, o Ministério Público do RJ pediu inquérito contra executivos da Vale (VALE3) envolvendo a empreitada de US$2,5 bi para aquisição de direitos de exploração da mina de ferro de Simandou, na África Ocidental.
Há pouco, as bolsas da Europa operavam no campo positivo: Londres subia 0,72% e Frankfurt operava em alta de 0,74%. Em Nova York o comportamento era parecido, com Dow Jones e S&P futuros subindo, respectivamente, 0,30% e 0,15%.
Helena Veronese
Estrategista-chefe da Consulenza, plataforma de investimentos
