Em entrevista ao jornal Valor, o diretor comercial da CSN informou que a empresa vai elevar seus preços novamente a partir do dia 1 de abril. Os aumentos serão de 10% para os aços planos, 11,25% para folhas metálicas e 15% nos vergalhões.
Este é o terceiro aumento determinado pela empresa este ano, sendo que os já realizados foram em percentuais próximos aos programados para abril. A razão para isso apontada pela CSN e por outras companhias do setor para estas correções são as elevações dos custos das matérias-primas, desvalorização do real e os incrementos nas cotações do aço no exterior.
Esta é uma excelente notícia para a CSN, dado que os preços foram fatores fundamentais para o crescimento do lucro no 4T20; o que deve se repetir no 1T21 e agora se sabe que também poderá ajudar os números do 2T21.
Em relatório recente da CSN, destacamos que a empresa deverá apresentar um preço médio no 1T21 maior em 22% que no trimestre anterior. No 4T20, o preço médio dos aços vendidos pela CSN teve um aumento de 15,0% durante o trimestre e 37,1% em doze meses.
A cotação base para os movimentos de preço do aço plano no Brasil é o laminado a quente negociado na China. No gráfico abaixo mostramos a evolução desta cotação em moeda local (ticker Bloomberg CDSPHRAV Index). Este aço subiu 19,0% em 2020 e 8,9% em 2021.
Preços dos Laminados a Quente na China
Nossa recomendação para as ações da CSN é de Compra com Preço Justo de R$ 44,00 (potencial de alta em 23%). Em 2021, CSNA3 subiu 12,5%, mas o Ibovespa teve uma desvalorização de 5,3%. A cotação desta ação no último pregão (R$ 35,83) estava 9,6% abaixo da máxima alcançada em doze meses e 554,5% acima da mínima deste período.
GUIDE INVESTIMENTOS: Sid Nacional (CSNA3) aumentará aço até 15 de abril
Com o dólar acima do nível de R$ 5,60 e os preços elevados do aço no mercado externo, a CSN; uma das maiores fabricantes do país, decidiu fazer novos reajustes na sua tabela a partir de 1º de abril. Esta será a terceira alta do ano, com aumentos similares aos índice aplicados em janeiro e fevereiro.
De acordo com Luiz Fernando Martinez, diretor executivo comercial da empresa, a decisão ocorre devido a um conjunto de fatores, dentre os quais é possível citar a alta do aço na China, que serve de balizamento para o Brasil, o câmbio desvalorizado, preços das matérias-primas (minério de ferro, carvão e sucata, dolarizados) em patamar elevado e demanda firme no mercado brasileiro por bens fabricados com aço (automóveis, freezers, geladeiras etc.).
Ainda segundo o executivo, a tonelada da bobina a quente (material de referência) na China é negociada na faixa de US$ 760 a US$ 780 para exportação, embora as usinas chinesas estejam vendendo muito pouco ao exterior, priorizando o mercado doméstico. Até incentivo à exportação (tax rebate) foi retirado pelo governo chinês.
O consenso é de que a demanda por aço no Basil está em alta em diferentes setores – automotivo (previsão de 25% na produção de carros e 15% nas vendas em 2021), eletrodomésticos, embalagens, caminhões, máquinas e implementos agrícolas (cerca de 15%) e também a construção civil, que continua em forte em vários segmentos (residencial, autoconstrução e galpões logísticos).
Impacto: Positivo. Em meio as recentes altas no dólar e ainda no custo de minério e carvão; a companhia se viu diante da necessidade de realizar novos ajustes no preço do aço. O cenário se agravou com as restrições impostas pelo governo à produção em regiões da China, como Tangshan, devido à questão de poluição no meio ambiente, levando a um aumento no preço da bobina quente, e isto deve perdurar até abril.