Os Fundos de Investimentos em Ações estão em voga. A captação líquida passou de R$ 73 bilhões em 2020, de acordo com dados da Anbima. Muitos investidores frustrados com o fraco desempenho da renda fixa começam a descobrir o mercado de capitais, e os FIAs se apresentam como o caminho mais simples para experimentar as oportunidades – e os sustos – da bolsa. “A captação líquida dos FIAs poderá superar tranquilamente os R$ 100 bilhões neste ano”, projeta o consultor Eduardo Guimarães, especialista em mercado de ações.
Em 2021, muitos FIAs têm apresentado retorno surpreendente e reforçam as expectativas de um ano favorável para aqueles com gestões que consigam gerar bons resultados aos cotistas. Nos últimos seis meses, o Skopos Mastes FIA rendeu mais de 43%, enquanto o Prioritário FIA, 38,3%. Os dados são do Portal Mais Retorno.
“Os primeiros dias de janeiro foram uma continuidade do otimismo observado em novembro e dezembro, com o Ibovespa atingindo sua máxima histórica de 125 mil pontos já na primeira semana de 2021”, recorda Davi Fontenele, analista de Fundos de Investimentos da XP. “Contudo, a instabilidade política local, as dificuldades na contenção da pandemia e uma realização nas bolsas internacionais no final do mês, somadas à preocupação fiscal de volta ao radar dos investidores, levaram o Ibovespa a uma queda de mais de 3% no mês”, explica.
Conforme a XP, os gestores de fundos de ações continuam com um cenário animador para este ano, dada a conjunção de juros muito baixos por aqui e um cenário global favorável ao mercado acionário. Afinal, os indicadores macroeconômicos tendem a continuar a recuperação e os juros no exterior também devem continuar deprimidos. “Por fim, os fortes estímulos fiscais e monetários ainda em curso influenciam fortemente uma visão mais otimista”, complementa o analista da empresa.
Eduardo Guimarães aponta que três eixos ajudarão a determinar os rumos dos FIAs, e portanto, merecem atenção do investidor antes deste tomar suas decisões deu aumentar ou diminuir sua exposição: os primeiros são a recuperação de economia, após um 2020 com tombo e redução do Produto Interno Bruto (PIB), e um possível crescimento do lucro das empresas, com a gradativa reabertura do comércio no lastro de uma redução esperada dos danos causados pela pandemia.
Por fim, será fundamental o papel do fluxo de recursos para a Bolsa, tanto local quanto de investidores estrangeiros – e neste ponto vale ressaltar os riscos trazidos pela interferência do governo Federal, que já tem espantado investidores do país ao longo deste ano.