No segundo mês do ano, o Ibovespa teve queda de 4,37% e chegou a perder mais de 10 mil pontos, da máxima para o fechamento do mês, segundo avaliação da iHUB Investimentos. Para o sócio fundador do escritório, Paulo Cunha, em fevereiro o mercado externo sofreu uma mudança no perfil das alocações em ações.

Segundo o especialista, os investidores começaram a apostar nos ativos de commodities, o minério de ferro, papel e celulose e petróleo, por exemplo, de modo a se proteger de uma inflação global maior. Por outro lado, venderam posições que tiveram fortes retornos durante a pandemia, como a tecnologia.

“Esse cenário impactou diretamente na performance das ações, com o índice S&P 500 na casa dos 2,6%, enquanto o NASDAQ 100, que tem uma maior representatividade no setor da tecnologia, caiu 0,12%”, nos conta Paulo Cunha.

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Ibovespa: como ficaram as ações

Os fundos de renda variável locais, em sua grande maioria, tiveram o segundo mês de queda no ano, no qual acompanham a forte realização observada no índice Ibovespa. “Chegamos a ultrapassar os 120 mil pontos em meados de fevereiro, mas as tensões locais somadas às internacionais levaram o índice a oscilar 10 mil pontos, na segunda quinzena”, explica o executivo da iHUB.

No entanto, mesmo com a queda expressiva do Ibovespa, as categorias dos fundos de estratégia como, Long Biased e Long Only, performaram acima do índice.

Ibovespa oscila mais de 10 mil pontos em fevereiro, diz especialista

Indicadores

Abaixo, confira como foi o desempenho dos principais indicadores em fevereiro:

  • CDI: +0,13%
  • Dólar: +2,49%
  • S&P: +2,61%
  • IBOVESPA: -4,37%

Ambiente doméstico

O ambiente de alta volatilidade, que também marcou o segundo mês do ano, refletiu nos retornos dos multimercados. No mercado local, houve um agravamento da situação sanitária em meio a pandemia, além dos desenvolvimentos negativos no âmbito político.

Segundo Cunha, as medidas intervencionistas do governo na Petrobras contribuíram, em geral, para o recuo dos multimercados na segunda quinzena do mês, ainda que boa parte dos gestores carregam posições que se beneficiam de um cenário mais otimista.

O índice de multimercados da Anbima, o IHFA, subiu 2,57 até o dia 17/02, e fechou o mês com retorno de 0,50%, devolvendo assim boa parte da alta inicial. Nos últimos 12 meses, o IHFA subiu 3,91%, contra 2,41 do CDI, conhecido como Certificado de Depósito Interbancário.

Expectativas para março

Apesar das quedas e incertezas que minaram o cenário financeiro, os gestores continuam otimistas com a recuperação da bolsa, tanto no Brasil como no exterior, que existe uma combinação de um ambiente de juros muito baixos. Além disso, há perspectivas de retomada das economias, à medida que as campanhas de vacinação contra o covid-19 continuem avançando.

“É importante que o mercado continue sensível com as notícias políticas locais e ao fluxo externo. Em 8 de março, as notícias de que os processos do ex-presidente da república, o Lula, foram anulados em Curitiba, fizeram com que a bolsa mergulhasse mais de 3% em um terreno negativo. Além do mais, o dólar disparou acima de R$ 5,80 e os juros futuros retomaram fortes altas, sinalizando o aumento de risco no país”, explica Cunha.

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