O ano de 2020 sem dúvidas se mostrou bastante desafiador para o varejo, e em especial para as empresas do setor de vestuário e calçados, que viram boa parte de suas lojas fechadas durante um longo período no 2T20 e 3T20. Para a Cia Hering não foi diferente.
A companhia divulgou resultados fracos, com que na receita, margens e rentabilidade. A receita líquida da companhia atingiu R$ 1,07 bilhão em 2020, 30,7% menor que em 2019. O aumento de custos fez com que o lucro bruto ficasse ainda mais pressionado com uma queda de 38,2%. O Lucro operacional tem um tombo de 53,9% no ano aos R$ 81,2 milhões.
Na última linha o resultado foi beneficiado por créditos fiscais operacionais em razão das correções monetárias do crédito presumido de ICMS e correção na base de cálculo do PIS e COFINS além do crédito do imposto de renda e contribuição social de R$ 115,3 milhões.
O lucro líquido em 2020 totalizou R$ 343 milhões, 59% acima comparado a 2019, influenciado pela redução do resultado financeiro líquido; principalmente em função da menor taxa de juros além dos custos da dívida contratada no primeiro trimestre do ano. No acumulado do ano a geração de caixa livre foi de R$ 35,9 milhões, redução de 79,5% vs ano anterior, reflexo do menor resultado operacional.
Cabe ressaltar que a empresa vem trabalhando em uma otimização de seu portfólio de marcas, com a descontinuação da Puc e foco em revitalizar a marca Hering, com destaque para peças básicas e atrelado a mudanças na estratégia de go-to-market, com a adoção de showroom virtual para os franqueados e também clientes multimarca. A empresa enfrenta também a redução de clientes multimarcas que historicamente representam cerca de 40% de suas vendas, no 4T20 representava 31%.
Em 2021 a ação HGTX3 desvalorizou 14,2% contra queda de 6,5% do Ibovespa> Em 2020 a queda dos papéis da companhia chegou a 48%.