A queda da confiança empresarial reflete a desaceleração da atividade no primeiro trimestre de 2021 e a piora do quadro da pandemia no Brasil, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV). A alta da confiança dos Consumidores, representa uma acomodação após fortes quedas nos meses anteriores. O consumidor brasileiro continuará muito cauteloso neste primeiro semestre.

A piora do quadro foi motivada pela desaceleração da economia no primeiro trimestre e pela perspectiva ainda desfavorável em relação ao segundo trimestre, principalmente em função do recrudescimento da pandemia.

A confiança do consumidor continua muito baixa e sinalizando muita cautela do consumidor neste primeiro semestre de 2021. É possível que a aceleração das campanhas de vacinação e as novas rodadas de auxílio emergencial a serem votadas pelo Congresso impulsionem alguma melhora adicional

O Indicador de Incerteza-Brasil do FGV IBRE recuou 9,2 pontos em fevereiro de 2021, para 128,2 pontos, ficando abaixo do ponto máximo anterior a esta crise pela primeira vez desde o início da pandemia. Influenciado por ambos os componentes; o recuo parece se respaldar na perspectiva de melhora do quadro econômico com a continuidade da vacinação no Brasil e no mundo. Mas a piora recente do quadro pandêmico no país sugere que o indicador continuará em patamar elevado por algum tempo.

Desde outubro de 2020, a proporção de empresas industriais com estoques aquém do nível desejado vem atingindo níveis recordes. Em fevereiro, a proporção de empresas com estoque insuficiente subiu e atingiu 13,2% das empresas, nível ainda muito elevado. A ocorrência de um percentual acima do normal de empresas reportando poucos estoques consiste em fator de sustentação da produção no setor.

Após modestos recuos no final de 2020, o NUCI industrial recuou em fevereiro, em 0,8 p.p., para 79,1%. Apesar do recuo o indicador está 2,9 p.p. superior ao nível pré-pandemia (fev/2020).

A confiança de todos os setores que integram o ICE recuou em fevereiro, exceto a do Comércio, que ficou praticamente estável no mês, ao variar 0,2 ponto, após perdas de 8,8 pontos entre outubro/20 e janeiro/21. A despeito da queda nos dois últimos meses, a confiança da Indústria continua em patamar elevado. Já a dos Serviços está muito baixa.

Situação atual e expectativas pioraram em fevereiro, à exceção do Comércio. O Consumidor continua mais insatisfeito e pessimista que os empresários.

O setor de Serviços tem sido o mais afetado nesta crise, devido à necessidade do isolamento social para conter o avanço da pandemia. Entre os cinco principais segmentos do setor de Serviços a percepção em relação à situação atual é pior nos serviços prestados às famílias, seguido dos serviços de transporte.

O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina da FGV IBRE avançou de 60,7 para 70,5 pontos no 1º trimestre de 2021. Apesar da alta de 9,8 pontos, o indicador continua na zona desfavorável do ciclo econômico com uma combinação de avaliações desfavoráveis sobre o presente e expectativas otimistas em relação ao futuro próximo. A alta foi influenciada pelo ISA, que subiu 13,0 pontos (para 19,4 pontos) em relação ao 4º trimestre de 2020. O IE ficou praticamente estável, ao passar de 142,8 para 143,6 pontos.

O ISA avançou em todos os países, exceto no Peru, que registrou um recuo discreto; de apenas um ponto entre o 4º trimestre de 2020 e o 1º trimestre de 2021. O indicador mais alto foi o do Paraguai (77,8 pontos), seguido da Bolívia, Chile e Brasil. As diferenças expressivas parecem estar relacionadas a fatores como o crescimento econômico, quadro da pandemia e campanhas de vacinação nestes países

O Brasil lidera o ranking do grupo de especialistas que fizeram a revisão para baixo do PIB. No caso do Brasil, a segunda onda de Covid-19 (87,5%), o ambiente político (87,5%) e a demora na vacinação (75,0%) foram destacados. A segunda onda de Covid-19 também é ressaltada nos casos da Colômbia, México, Peru, Equador e Uruguai.

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