O acordo relativo à tragédia de 25 de janeiro de 2019, que resultou na morte de 270 pessoas e gerou grandes passivos ambientais, teve um efeito negativo de R$ 19,8 bilhões no resultado da Vale. Segundo a mineradora, desse montante, R$ 5,4 bilhões serão liquidados com a liberação dos depósitos judiciais.
A receita líquida da produtora de minério de ferro, ainda no intervalo de outubro a dezembro, foi a R$ 78,94 bilhões, expansão de 92% em comparação com o ano anterior. A alta tanto no faturamento quanto no resultado final veio apesar de a mineradora não ter conseguido entregar crescimento de sua produção, por causa da pandemia e ainda pelos efeitos da tragédia de Brumadinho, que em janeiro completou dois anos.
“Foi um ano em que demos passos importantes para nos tornarmos um operador mais confiável. Ao estabelecer o Acordo Global de Brumadinho, melhorando nossos padrões de segurança e retomando parcialmente todas as nossas operações de minério de ferro interrompidas em 2019, avançamos na redução do risco de nossos negócios”, destacou o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, no documento que acompanhou o demonstrativo financeiro da empresa.
Produção
Em 2020, a Vale produziu 300,385 milhões de toneladas de minério de ferro, queda de 0,5% ante 2019. O volume ficou dentro da meta revisada pela companhia em dezembro do ano passado. A estimativa inicial da empresa, divulgada antes da pandemia, projetava uma produção entre 310 milhões e 330 milhões de toneladas.
Passados dois anos do desastre que matou 272 pessoas, a Vale ainda tem o desafio de recuperar sua capacidade de produção. Após Brumadinho, a empresa teve uma série de operações paralisadas por ordens da Justiça ou da Agência Nacional de Mineração (ANM). No fim do ano passado, a mineradora divulgou uma estimativa de produção entre 315 milhões a 355 milhões de toneladas para 2021, abaixo do divulgado anteriormente.
O plano de retomada da Vale prevê encerrar o ano com uma capacidade de até 350 milhões de toneladas da commodity e envolve a recuperação de capacidades em Vargem Grande, Timbopeba, Brucutu e Fábrica, todas em Minas Gerais, além de 4 milhões de toneladas no Sistema Norte. (Colaboraram Mariana Durão, do Rio, e Wagner Gomes, de São Paulo)
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