A Movida reportou fortes resultados referentes ao 4T20. O setor de locadoras foi como um todo impactado ao longo de 2020, com a chegada da pandemia e consequente imposição de medidas de isolamento social, o que implicou na queda brusca do movimento de veículos circulando nas ruas. No entanto, a empresa conseguiu retomar seus volumes no final do ano, encerrando 2020 com lucro líquido recorde.
Entre outros pontos, destacamos por segmento:
Aluguel de Carros (RAC)
• A receita bruta no 4T20 foi de R$ 407 milhões, um aumento de 8% vs. 4T19 devido à adição de mais de 5 p.p. na taxa de ocupação, que atingiu o recorde de 84,4%;
• O ticket médio expandiu 12%, chegando à máxima histórica de R$ 2.268 em receita média mensal por carro;
• Em 2020 a receita bruta consolidada foi de R$ 1,3 bilhão com frota média operacional em linha com a de 2019; uma diminuição de 2% devido aos impactos do coronavírus com recorde anual de 17 milhões no número de diárias;
• O movimento de depreciação foi justificado pela instabilidade do cenário ao longo de 2020. No 4T20 houve uma redução de 45% em relação ao 3T20 na depreciação de frota no período devido ao aumento da visibilidade de preço de compra e de venda de carros;
• A margem bruta do 4T20 sofreu redução de 8 p.p. Vs. 4T19, devido ao impacto do coronavírus na operação, especialmente no que tange à depreciação;
• As despesas gerais e administrativas aumentaram 28% no 4T20 versus 4T19 devido ao efeito de provisões de despesas com pessoal, que foi de R$ 17 milhões no 4T20 no total de todas as linhas de negócio.
Gestão e Terceirização de Frotas (GTF)
• A expansão de 9% na receita líquida de GTF no 4T20 versus o 4T19 reflete a adição de 6,1 mil carros na frota média operacional. A receita média por carro chegou a R$ 1.197 por mês; a redução de 8% versus o 4T19 é explicada pelo crescimento do produto Movida Zero Km, que incentivou os três primeiros meses do produto com um desconto de aproximadamente 50%;
• No ano a expansão de receita líquida foi de 13%, demonstrando a resiliência desta linha de negócios. Há um crescimento de receita contratado para os próximos meses, demonstrado em parte pela diferença entre a frota operacional e total no 4T20;
• A diminuição dos custos do 4T20 em relação ao 4T19 é explicada pela redução das taxas de depreciação praticadas; que foi feita devido à melhor performance da revenda dos carros desta linha de negócios, especialmente no varejo;
• A expansão nos volumes somada a custos controlados fez com que a margem bruta expandisse 7 p.p. no 4T20 em relação ao 4T19. Na comparação anual a evolução foi de 1,4 p.p., refletindo o ganho de escala da operação;
• As despesas gerais e administrativas totalizaram R$ 22 milhões no 4T20, o aumento é reflexo das provisões de pessoal (bônus), que também impactaram esta linha de negócios.
Seminovos
• A redução da receita de Seminovos t/t reflete a estratégia de diminuir a venda de carros para mantê-los mais tempo em operação devido à alta demanda especialmente em RAC. Mesmo com menor volume de carros vendidos, a comparação anual mostra uma expansão de 10% na receita devido aos maiores ticket médios. Efeito explicado tanto pela mudança de perfil de carros vendidos quanto na maior venda através do canal de venda de varejo;
• Os carros vendidos no 4T20 em sua maioria cessaram a depreciação durante o 3T20, quando as taxas eram maiores que as praticadas no final do ano. O avanço na margem bruta do 4T20 é fruto dos tickets médios maiores gerados por mix de frota e de canal de vendas. Como sinal de fortes preços no mercado de Seminovos, a depreciação do 4T20 já se apresentou mais baixa que as do 3T20. Como consequência, as margens EBIT e EBITDA também aumentaram, gerando um efeito consolidado no ano de expansão de 5 p.p. em 2020 em relação a 2019.
Com isso, todas as margens consolidadas apresentaram expansão, seja na comparação anual ou trimestral. Esta performance comprovou a resiliência das operações da empresa mesmo em cenários desafiadores como a pandemia do COVID-19. Destaque para a evolução de quase 65% no lucro líquido do 4T20 em relação ao 4T19, já excluído o efeito líquido de R$ 68 milhões trazido pela reversão parcial do impairment feito no 1T20, tendo R$ 41 milhões como saldo remanescentes em nosso balanço para 2021.
Impacto: Positivo. A companhia conseguiu passar por cima do cenário adverso ao longo de 2020, e encerrar o período com lucro líquido recorde. Destaque ainda para o crescimento do ticket médio em 12% no trimestre. Seguimos gostando bastante do papel, que surpreendeu o mercado com a resiliência de seus números ao longo do último ano.