A Sanepar divulgou seu resultado referente ao 4T20 em linha com a estimativa do consenso. A empresa apresentou baixos volumes de venda, impactada pelas ações mitigadoras (como rodízio de 36 horas por 36 horas) que tiveram de ser tomadas em meio à crise hídrica. No entanto, este impacto negativo acabou sendo compensado em parte por um bom controle de custos. No momento, o mercado segue receoso com o papel por conta da nova política de regulação aprovada pela Agência Regulatória do Paraná (Agepar). Esta, entre outras medidas, retira o benefício fiscal com o juros sobre o capital próprio, além da substituição do IGP-M (Índice Geral de Preços) pelo IPCA (Índice de Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para atualizar seu RAB (base de ativos regulatórios) na inflação anual, o que reduz a atratividade sobre o papel.
Entre os destaques do resultado, estão:
• No 4T20, o volume medido de água tratada foi de 127,3 milhões de m³ contra 132,1 milhões de m³ no 4T19, representando uma redução de 3,6%. Enquanto isso, o volume faturado de água tratada foi de 132,9 milhões de m³; contra 137,0 milhões de m³ no 4T19, representando uma redução de 3,2%;
• O volume faturado de esgoto no 4T20 apresentou uma redução de 3,7% em comparação ao 4T19;
• A receita operacional líquida reduziu 7,7%, passando de R$1.339,6 milhões no 4T19 para R$ 1.236,9 milhões no 4T20, esta redução é decorrente da diminuição de 3,2% no volume faturado de água e de 3,7% no volume faturado de esgoto, resultante da situação de emergência hídrica que vigora no Estado do Paraná que demandou ações mitigadoras devido ao baixo volume de reservação e escassez de chuva e também à postergação do reajuste tarifário de 2020;
• A empresa apresentou aumento do controle de custos, o que permitiu uma redução, destaque para o pessoal, que sofreu redução de 11,0%, em função, da diminuição de 8,6% do número de empregados (de 6.985 para 6.382 empregados em 2019 e 2020, respectivamente) refletindo em todas as verbas rescisórias e benefícios aos empregados. No 4T20, a Companhia registrou o impacto de R$ 5,0 milhões do Programa de Aposentadoria Incentivada – PAI. Ao final do programa houve adesão de 565 empregados com impacto de R$ 132,8 milhões em indenizações;
• O EBITDA no 4T20, foi de R$ 547,2 milhões, contra R$ 631,2 milhões no 4T19. A margem EBITDA passou de 47,1% para 44,2%. Essa queda do desempenho ocorreu pela redução de 7,7% da receita líquida; no entanto também houve redução de 2,6% dos custos e despesas que impactam o EBITDA;
• O resultado financeiro variou negativamente em 36,7% passando de -R$ 46,0 milhões no 4T19 para – R$ 62,9 milhões no 4T20, decorrente do crescimento das despesas financeiras em 14,4%, principalmente em variações monetárias passivas, passando de R$ 2,3 milhões no 4T19 para R$ 16,5 milhões no 4T20 e crescimento de despesas AVP sobre Ativos Financeiros Contratuais, decorrente da alteração do índice da taxa de desconto no montante de R$ 4,2 milhões;
• O lucro líquido foi de R$ 291,3 milhões no 4T20, 24,6% abaixo do resultado líquido de R$ 386,3 milhões registrado no 4T19. O resultado foi impactado pela redução da receita operacional líquida; em função da queda de 3,2% no volume faturado de água e de 3,7% no volume faturado de esgoto e pela postergação do reajuste tarifário;
• O índice de alavancagem, medido pela relação “Dívida Líquida/EBITDA (acumulado 12 meses)” fechou em 1,4x, mantendo-se estável em 2019 e 2020. O grau de endividamento ficou em 47,4% no fechamento do 4T20 (48,3% no 4T19.
Impacto: Marginalmente Negativo. A Sanepar teve seus resultados mais fracos por conta das medidas tomadas em meio à crise hídrica; além das tarifas mais baixas do que a expectativa. A empresa se encontra atualmente em condição delicada após a divulgação da nova política de regulação aprovada pela Agência Regulatória do Paraná (Agepar). Esta, entre outras medidas, retira o benefício fiscal com o juros sobre o capital próprio, além da substituição do IGP-M (Índice Geral de Preços) pelo IPCA (Índice de Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para atualizar seu RAB (base de ativos regulatórios) na inflação anual, o que reduz a atratividade sobre o papel.