Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) mostram que, na sexta-feira passada, 8, o Indicador de preço Cepea/Esalq do café arábica, tipo 6, posto na capital paulista, fechou a R$ 625,71 a saca, novo recorde nominal de toda a série histórica do Cepea, iniciada em 1996.
O presidente executivo do Sindicato da Indústria de Café do Estado de São Paulo (Sindicafe-SP), Nathan Herszkowicz, distribuiu texto num grupo de Whatsapp com pessoas do setor no qual escreve que “no ano 2020 os custos de produção do café mantiveram-se quase estáveis com variações que foram suportadas pela indústria, embora, embalagens, insumos, mão de obra, entre outros, tenham se elevado muito. O bimestre final e o início de 2021, entretanto, estão surpreendendo ainda mais, com altas grandes e insuportáveis para a indústria manter o equilíbrio que havia até então”.
E continua: “Com o real depreciado, o café do Brasil continua sendo muito exportado, o que pressiona ainda mais os negócios com a indústria.”
Nathan recomenda cautela aos empresários. “Neste momento crítico é fundamental que você fique atento aos sinais do mercado, cotações, disponibilidade de estoques, conhecimento do seu custo real atualizado e que tenha cautela para não participar das guerras comerciais que podem consumir o pouco capital que a maioria das empresas ainda tem”, diz.
Ele aponta que o “mercado parece estar assimilando cada vez mais os cafés com melhor qualidade – superiores e especiais, com avanço dos cafés tradicionais melhores. Grandes empresas já estão fazendo este movimento de valorização e anunciando essa evolução das categorias de qualidade. Isso pode ser uma das portas de saída da crise, mas somente será uma vitória se não tivermos uma concorrência interna predatória e com base em baixa qualidade”.