Depois de ter atingido níveis normais no terceiro trimestre de 2020, a inadimplência na conta de luz passou a aumentar nos últimos meses do ano. As distribuidoras de energia acreditam que o fator principal que impulsiona o movimento é o fim do auxílio emergencial, que trouxe certo alívio à renda das famílias durante a pandemia.

De acordo com presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee); durante o mês de novembro, a inadimplência voltou a patamares observados no 2T20.

Segundo boletim divulgado nesta semana pelo Ministério de Minas e Energia (MME), no mês de novembro a inadimplência ficou em 5,22%, contra uma média de 3,75% de janeiro a outubro e uma média mensal de 1,93% de todo o ano de 2019.

O presidente do Fórum das Associações do Setor Elétrico (FASE), Mário Menel, diz que o problema pode ser agravado ainda pela tendência de tarifas de energia mais altas devido à situação dos reservatórios das hidrelétricas e às condições hidrológicas menos favoráveis.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reativou o sistema de bandeiras tarifárias no fim do ano passado – em dezembro; acionou a bandeira vermelha patamar 2 e, em janeiro, determinou bandeira amarela, o que normalmente já impulsiona a inadimplência.

Impacto: Negativo. O setor de energia elétrica já havia recuperado grande parte do seu fluxo de pagamentos de clientes que estavam inadimplentes no início da pandemia. No entanto, o fim do auxílio emergencial pode ter impactado este movimento, impulsionando uma volta do aumento de clientes não pagantes. Agora, com o sistema de bandeiras tarifárias sendo reativado, a tendência é de que estes cresçam ainda mais.

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