As taxas de juros influenciam as empresas, pois o movimento está diretamente ligado às possibilidades de investimentos, incluindo as estratégias para o futuro e expectativas de receita (lucros).
Atualmente, a Selic é a taxa de juros utilizada como referência – considerada a taxa básica de juros que é paga pelo governo para que investidores adquirem os títulos colocados no mercado -. Quando o Banco Central mexe nela, todas as outras taxas são, de alguma forma, influenciadas.
É possível fazer previsões para a a Selic?
Não é possível prever valores para a Selic, mas é possível fazer estimativas observando outros indicadores econômicos, acompanhando as declarações do Banco Central, bem como, os movimentos do Boletim Focus (divulgado toda segunda-feira com as atualizações sobre inflação, juros, câmbio e PIB).
Como as taxas de juros influenciam as empresas
Os títulos públicos são considerados de baixíssimo risco, pois o único risco é o descumprimento do acordo do governo federal, e alta liquidez – facilidade de comprar e vender -. Estes fatores são atrativos para os investidores mesmo que, apesar de serem seguros, apresentem rentabilidade variável ao longo do tempo.
Confira a Evolução da Selic entre 2001 e 2020:
Estes movimentos ocorrem pela forma como é conduzida a política monetária do Brasil, via movimentos do Banco Central que utilizam dos meios para gerar fluxo de caixa – comprando e vendendo títulos públicos – e conduzir os objetivos estipulados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), como as metas para a taxa de juros, câmbio, inflação e etc.
Estes movimentos, de elevação e redução, influenciam a rotina das empresas, pois afetam todas as outras taxas do mercado e, por consequência, no planejamento e projetos futuros.
Reflexo do aumento das taxas de juros
As elevações fazem que seja mais difícil para as empresas conseguirem empréstimos, assim, dificulta a realização de investimentos e faz com que os planos de expansão sejam postergados. Além disso, a alta dos juros pode levar uma empresa a ter dificuldades de caixa, aumento do passivo em caso de apresentarem elevada dependência de capital de terceiros ou tenham obrigações com taxas pós-fixadas.
Outro fator está diretamente ligado aos bancos, pois reduzirão os empréstimos para os consumidores, diminuindo possibilidades de compras, levando algumas empresas a observar a possibilidade de menor margem de lucro, prejuízo ou até falência pela queda de demanda.
Portanto, elevações nas taxas de juros aumentam o risco das empresas, inibindo o investimento direto e fazendo com que seja mais atrativo aplicar em títulos públicos, pois podem apresentar melhores taxas de retorno com menor risco.
Na prática, o aumento da Selic reduz o nível da atividade econômica do país, levando as empresas a adotarem diferentes estratégias para viver o período, possivelmente de modo mais conservador, reduzindo o nível de endividamento e aumentando a eficiência operacional. Com o reflexo direto na Bolsa de Valores, o menor crescimento e o aumento do risco nas empresas em geral, torna a alternativa do investimento menos atrativa que outros produtos financeiros.
Reflexo da redução das taxas de juros
Pode-se dizer que os efeitos são relativamente oposto à decisão de aumentar as taxas de juros, portanto, repercute no aquecimento da atividade econômica.
As empresas passam a adotar medidas mais agressivas, captando dinheiro via taxas de juros mais baratas para realizar novos investimentos e colocar em prática os projetos em busca de crescimento. Além disso, a queda Selic aumenta o consumo por conta das condições mais favoráveis de financiamento, beneficiando, principalmente, as empresas que fabricam bens duráveis.
Deste modo, a baixa rentabilidade da renda fixa atrai para investimentos alternativos, assim, observa-se o incentivo ao empreendedorismo com novas startups no mercado, empresas de capital fechado optando por entrar na Bolsa de Valores para captar recursos, empresas que estão na Bolsa fazendo novas aquisições e/ou fusões e investidores em busca de bons projetos para surfar o fluxo do crescimento.
