Ranking de Ações: Quem está agora na lanterna semanal é a LAME4 com baixa de -5,48%.

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🌎 CENÁRIO EXTERNO

A esperança é a última que morre

Mercados

Bolsas asiáticas iniciaram a semana com desempenhos mistos, sem grandes destaques. Na zona do euro, índices amanheceram com viés altista. O Stoxx 600, índice que abrange uma gama de ativos de risco da região, registra variação positiva de 1,0% até o momento. Em NY, índices futuros ilustram a mesma tendência verificada na Europa, com ganhos da ordem de 0,7%, enquanto o dólar (DXY) volta a operara em queda livre contra os seus principais pares. Na fronte das commodities, ativos voltaram a amanhecer em terreno positivo. O preço do petróleo (Brent crude) avança 0,9%, negociado próximo dos US$ 50,50/barril.

Extensão do otimismo

Ativos de risco iniciaram a semana em tom positivo ao redor do mundo, com investidores de olho no início da distribuição da vacina da Pfizer/BioNTech nos EUA, na extensão das negociações por um acordo comercial pós-Brexit entre União Europeia e Reino Unido e na apresentação do pacote fiscal bipartidário de US$ 908 bilhões por membros do Congresso americano. Na ponta negativa, como havíamos antecipado na 6ªfeira (11/12); a Alemanha anunciou um novo lockdown até pelo menos o dia 10/01 em busca de controlar a disseminação do vírus.

A esperança é a última que morre

Após praticamente um novo ano de discussões exaustivas, as negociações por um acordo comercial entre Reino Unido e União Europeia deverão se estender por mais uma semana. A decisão foi anunciada pelo premiê britânico, Boris Johnson, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, após nova conversa no domingo. Mesmo sem dar indícios de progresso, Johnson prometeu que o governo britânico não irá abandonar a mesa de negociações enquanto há esperança de um acordo. Vale lembrar que, se nada for acordado até a virada do ano, o Reino Unido irá iniciar 2021 enfrentando tarifas; maiores custos para fazer negócios e barreiras fronteiriças ao engajar em atividades com a zona do euro.

A esperança é a última que morre (2)

Nos EUA, as discussões em torno da extensão dos estímulos fiscais trilham um rumo similar ao que está havendo na Europa. A bola da vez será a apresentação do pacote bipartidário de 2 fases que visa a liberação de US$ 908 bilhões em recursos de forma a aliviar a economia americana, também sem garantia de aprovação. Ao longo do final de semana, as lideranças democrata e republicana voltaram a se falar e demonstrar otimismo apesar da aparente falta de progresso em torno do tema. Ao que parece, o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, só apoiará um acordo que não inclua duas das medidas mais controversas apresentadas: provisões para empresas com litígios relacionados ao vírus e o auxílio à estados e municípios.

Na agenda

A semana promete novos estímulos na fronte monetária, onde o mercado avalia as decisões de taxa de juros do Federal Reserve (BC americano), Bank of Japan (BC Japonês) e do Bank of England (BC inglês). Na agenda de indicadores, uma série de dados de atividade; incluindo vendas no varejo e produção industrial, deverão confirmar a robustez da recuperação chinesa no mês de novembro na noite desta 2ªfeira (23h). No restante da semana, outros destaques incluem a produção industrial (3ªfeira) e as vendas no varejo (4ªfeira) em novembro nos EUA; os PMIs preliminares de dezembro das economias europeia e americana (4ªfeira); novos pedidos de auxílio-desemprego semanais nos EUA (5ªfeira); e a inflação ao consumidor europeu (5ªfeira).

CENÁRIO BRASIL

Congresso tentará votar LDO na última semana de trabalhos do ano

Última semana

Com o recesso do poder Legislativo (23/12) rapidamente se aproximando, a Câmara e o Senado se preparam para a última semana completa de trabalhos do ano. A semana do Natal ainda abrange dois dias uteis que antecedem este período de férias; mas o Legislativo deve encerrar seus trabalhos para o ano nesta quinta-feira. As matérias pendentes que não forem votadas até então terão de esperar até fevereiro do ano que vem. Sendo assim, investidores passarão a virada do ano ponderando quando e como o governo pretende retomar o ímpeto da pauta economia. Entre as principais pendencias do ano estão o Orçamento de 2021, a regulamentação dos gatilhos de teto de gastos, o Pacto Federativo e a reforma tributária.

O ano perdido

Foi um ano de poucas vitorias, com a pauta do combate à pandemia consumindo boa parte da atenção dos parlamentares. Mesmo assim, a covid-19 não pode ser inteiramente culpada pela inércia que se instalou no Legislativo Federal. Existe um amplo consenso sobre quais problemas devem ser abordados – principal entre eles o crescimento desenfreado da dívida pública –, mas como esses desafios serão solucionados e quais sacríficos serão feitos para atingir essas metas ainda será o objeto de muitas discussões.

LDO

O item de maior relevância na pauta desta semana é a Lei de Diretrizes Orçamentarias (LDO). A aprovação da LDO, uma espécie de prévia do Orçamento, é essencial para manter a máquina pública operante até que o governo consiga aprovar a versão final das contas de 2021, fato que pode só se concretizar em abril. Caso o projeto seja aprovado, o governo poderá executar 1/12 dos recursos destinados para 2021 por mês, assim evitando um “shutdown” a nível federal. Como se trata de um assunto orçamentário, a votação ocorre em sessão conjunta, com a participação dos deputados e senadores, agendada para a quarta-feira (16).

Vetos

Os 22 vetos que trancam a pauta do Congresso representam um óbice que pode dificultar a votação da LDO. De acordo com a Constituição Federal, a LDO só poderá ser analisada após os vetos; mas o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) deve buscar alguma escusa para priorizar a análise da LDO, caso seja necessário. Entre os 22 vetos se encontram dois de maior relevância, um referente ao Marco Legal do Saneamento e outro oriundo da sanção do Pacote anticrime.

Câmara tenta aproveitar a última semana do ano

Após meses sem votações em plenário, os deputados buscam liquidar alguns assuntos pendentes antes do final do ano. Entre os projetos de maior relevância que devem ser abordados a partir de hoje, se encontram o Projeto de Lei Complementar 137/20, que visa liberar R$ 177 bi para combater a pandemia que hoje se encontram retidos no Tesouro Nacional em 22 fundos setoriais e o Projeto de Lei Complementar 101/20, que flexibiliza regras para os estados quitarem as sus dívidas com a União em troca de ajustes fiscais na suas contas.

Na agenda

O Banco Central tem mais uma semana como protagonista, com a ata do Copom da semana passada prevista para esta 3ªfeira, o Relatório Trimestral de Inflação do 4º trimestre de 2020 para a 5ªfeira e a nota do setor externo para a 6ªfeira. Hoje, a autoridade monetária divulga o Boletim Focus com as projeções macroeconômicas do mercado e o seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), às 8h25 e 9h, respectivamente. Com relação ao dado de atividade, esperamos uma nova alta da ordem de 1,1% na margem; resultado que deverá refletir o resultado positivo das pesquisas setoriais para o mês. Por fim, na fronte dos preços, o investidor recebe o IGP-10 de dezembro (amanhã) e as prévias do IPC-S (4ªfeira), IGP-M e IPC-Fipe (5ªF).

E os mercados hoje?

Mercados globais iniciam mais uma semana em tom positivo, com investidores esperançosos após a extensão de negociações chave nas políticas americana e europeia, além do ânimo que vem na esteira do início da distribuição da vacina da Pfizer/BioNTech nos EUA.

No Brasil, o Congresso se volta a última semana do ano em busca de votar a LDO, o primeiro passo em direção a um orçamento e o mínimo a ser feito para garantir o funcionamento da máquina pública entrando em 2021. Enquanto isso, a guerra das vacinas segue tomando a frente do noticiário em Brasília, onde não há um cronograma claro de vacinação mesmo em meio a piora contínua do quadro sanitário doméstico. De qualquer maneira, a contínua alta das commodities e o movimento de rotação de ativos que tem atraído capital estrangeiro deve seguir beneficiando o mercado local. Desta forma, esperamos mais uma abertura favorável para ativos de risco brasileiros.

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