O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o volume de serviços no Brasil avançou 1,8% em setembro frente a agosto, na série com ajuste sazonal. Foi a quarta taxa positiva seguida, acumulando alta de 13,4% no período. Esse resultado sucedeu uma sequência de quatro taxas negativas, entre fevereiro e maio, com perda acumulada de 19,8%.
Na série sem ajuste sazonal, frente a setembro de 2019, o volume de serviços recuou 7,2%, sua sétima taxa negativa seguida nessa comparação. O acumulado no ano caiu 8,8% frente ao mesmo período de 2019.
A taxa dos últimos 12 meses recuou 6,0% em setembro de 2020, mantendo a trajetória descendente iniciada em janeiro de 2020 e chegando ao resultado negativo mais intenso da série deste indicador, iniciada em dezembro de 2012.
A alta de 1,8% do volume de serviços, de agosto para setembro de 2020, foi acompanhada por quatro das cinco atividades investigadas, com destaque para serviços de informação e comunicação que, ao avançarem 2,0% neste mês, acumularam um ganho de 7,0% no período junho-setembro, após terem recuado 8,9% entre janeiro e maio de 2020.
Os demais avanços vieram dos serviços prestados às famílias (9,0%), de outros serviços (4,8%) e dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (1,1%). O primeiro setor registrou a segunda taxa positiva seguida e já acumula ganho de 71,0% entre maio e setembro; mas ainda precisa crescer 55,9% para retornar ao patamar de fevereiro, mês que antecedeu a pandemia da COVID-19.
Os outros serviços avançaram 18,6% nos últimos quatro meses, especialmente, em função dos ganhos de receita vindos dos segmentos de serviços financeiros auxiliares. Com isso, o setor ultrapassou o nível de fevereiro, anterior à pandemia, e atingiu, em setembro, o patamar mais elevado desde outubro de 2014.
Os transportes tiveram o quinto resultado positivo seguido e acumularam ganho de 20,3% entre maio e setembro, mas ainda precisam avançar 11,1% para atingir o nível de fevereiro.
O único resultado negativo do mês ficou com os serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,6%); que eliminaram pequena parte do ganho de 5,8% observado no período de junho a agosto.
A média móvel trimestral cresceu 2,5% no trimestre encerrado em setembro, mantendo a trajetória ascendente iniciada em julho último.
Todas as cinco atividades mostraram resultados positivos em setembro, com destaque para serviços prestados às famílias (9,9%), seguido pelos outros serviços (3,1%), transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,4%), serviços profissionais, administrativos e complementares (1,1%) e informação e comunicação (1,0%).
Frente a setembro de 2019, o volume dos serviços caiu 7,2%, sua sétima taxa negativa seguida para esta comparação. Houve queda em quatro das cinco atividades e crescimento em pouco mais de um terço (36,7%) dos 166 tipos de serviços investigados.
Entre os setores, os serviços profissionais, administrativos e complementares (-13,6%), os serviços prestados às famílias (-36,4%) e os transportes; serviços auxiliares aos transportes e correio (-6,3%) exerceram as principais influências negativas sobre o volume total de serviços.
O transporte rodoviário de carga voltou a mostrar crescimento em setembro, frente a igual mês do ano anterior, algo que não acontecia desde março último. A recuperação deste segmento está atrelada à melhora recente observada nos setores industrial e comercial, que vêm demonstrando uma recuperação econômica mais robusta que a do setor de serviços.
Também em queda frente a setembro de 2019, mas com menor impacto no índice geral, os serviços de informação e comunicação (-1,0%) mostraram perda de receita nos ramos de telecomunicações; programadoras e atividades relacionadas à televisão por assinatura; desenvolvimento e licenciamento de softwares; atividades de exibição cinematográfica; e operadoras de TV por assinatura por satélite.
A única contribuição positiva nesse mês veio de outros serviços (13,2%), impulsionado, sobretudo, pelo aumento de receita das empresas pertencentes aos ramos de administração de fundos por contrato ou comissão; administração de bolsas e mercados de balcão organizados; corretoras de títulos e valores mobiliários; atividades de pós-colheita; e recuperação de materiais plásticos.
No acumulado do ano, frente a igual período de 2019, o setor de serviços recuou 8,8%, com queda em quatro das cinco atividades de divulgação e com expansão em apenas 25,3% dos 166 tipos de serviços investigados.
Entre os setores, os serviços prestados às famílias (-38,6%) exerceram a influência negativa mais relevante, pressionados, especialmente, pela queda nas receitas de restaurantes; hotéis; e de catering, bufê e outros serviços de comida preparada. Esse setor ainda retoma lentamente suas atividades, em função do caráter presencial de seus serviços, do impedimento legal de funcionamento à plena capacidade para evitar aglomerações e do receio da população quanto à suscetibilidade de contágio.
Outras pressões negativas vieram de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-8,6%) e de serviços profissionais, administrativos e complementares (-11,8%), explicados, principalmente, pela redução na receita das empresas de transporte aéreo de passageiros; rodoviário coletivo de passageiros; rodoviário de cargas; correio nacional; e metroferroviário de passageiros, no primeiro ramo; e de gestão de ativos intangíveis; administração de programas de fidelidade; soluções de pagamentos eletrônicos; limpeza geral; agências de viagens; organização, promoção e gestão de feiras, congressos e convenções; aluguel de máquinas e equipamentos; e vigilância e segurança privadas, no último.
Com menor impacto no índice geral, comparativamente às demais atividades, os serviços de informação e comunicação (-2,5%) apresentaram perdas de receita especialmente nos segmentos de telecomunicações; programadoras e atividades relacionadas à televisão por assinatura; atividades de exibição cinematográfica; consultoria em tecnologia da informação; e operadoras de TV por satélite.
A única contribuição positiva no acumulado de janeiro a setembro de 2020, frente a igual período de 2019, ficou com o setor de outros serviços (6,1%), impulsionado, em grande parte, pelo aumento das receitas nos segmentos de corretoras de títulos, valores mobiliários e mercadorias; administração de bolsas e mercados de balcão organizados; atividades de administração de fundos por contrato ou comissão; e coleta de resíduos não perigosos de origem doméstica, urbana ou industrial.
Serviços cresceram em 25 das 27 Unidades da Federação
Regionalmente, 25 das 27 unidades da federação tiveram expansão no volume de serviços em setembro, frente a agosto, acompanhando o avanço (1,8%) observado nacionalmente.
Entre os locais que apontaram resultados positivos nesse mês, São Paulo (1,6%) exerceu o impacto positivo mais importante. Outras contribuições positivas relevantes vieram do Rio Grande do Sul (4,0%), Santa Catarina (4,9%) e do Paraná (2,6%).
Em contrapartida, o Rio de Janeiro (-0,5%) registrou a única retração em termos regionais, pressionado pela queda na receita de empresas que atuam em serviços vinculados à cadeia do petróleo, tais como: logística, investigação sísmica e transporte dutoviário. Por sua vez, o Tocantins (0,0%) apontou estabilidade na comparação com agosto.