Ontem foi dia de o mercado local realizar lucros de curto prazo depois de sequência de seis pregões de alta e mais de 10 mil pontos de valorização no Ibovespa. Também ajudou os discursos de Jair Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes, com o Congresso e o STF criticando postura de Bolsonaro, e Paulo Gudes se enganando e dizendo que o porto de Santos será privatizado em 2021, quando consta somente em 2022 no ministério da Infraestrutura. A Bovespa terminou o dia com queda leve de 0,25% e índice em 104.808 pontos e o dólar terminou com leve queda de 0,12% e cotado a R$ 5,40.

Hoje mercados da Ásia terminaram o dia majoritariamente com quedas, exceto Tóquio com +0,68%, Europa operando no negativo nesse início de manhã, mas já afastada das mínimas e futuros do mercado americano com comportamento misto e Nasdaq novamente em alta por reação das empresas de tecnologia. Aqui, seria bom que conseguíssemos recuperar o patamar de 105 mil pontos, para apontar para resistência em 106 mil pontos e novo objetivo perto de 110 mil pontos.

Mas os investidores voltam a ficar assustados com a expansão recorde de óbitos na Alemanha e Rússia, com Angela Merkel dizendo que a segunda onda na Alemanha pode ser ainda pior. Assusta também o aumento do contágio nos EUA e Japão, além de muitos outros países da Europa.

Na Alemanha, a inflação medida pelo CPI (consumidor) mostrou alta em outubro de 0,1%, mas no ano tem deflação de 0,2%. No Reino Unido, a produção industrial de setembro subiu 0,5%, mas a projeção era de +1,5%. Lá, o PIB do terceiro trimestre expandiu 15,5%, mas no ano mostra contração de 9,6%. O Reino Unido também reprovou o uso de commodities proveniente de desmatamento. Mais um motivo para o Brasil mudar seu discurso.

Na zona do euro, a produção industrial de setembro frustrou ao cair 0,4%, quando o previsto era alta de 0,8%. Já a AIE—Agência Internacional de Energia, reduziu a projeção de demanda de óleo em 2020 de 8,8 milhões de barris/dia, mas a OPEP disse que pode estender cortes de produção de seus membros por mais três ou seis meses. Com isso, o petróleo oscilou de negativo para positivo nesse início de dia.

A Fitch é que manteve a classificação de risco do México em BBB- e perspectiva estável e o primeiro-ministro Yoshihide Suga do Japão conversou ontem por telefone com Joe Biden, enquanto Jair Bolsonaro ainda não o cumprimentou. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY tinha alta de 0,22%, com o barril em US$ 41,54. O euro era transacionado em alta para US$ 1,181 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,94%. O ouro em alta e a prata em queda na Comex e commodities agrícolas com viés de queda na Bolsa de Chicago.

Aqui, o líder do governo Arthur Lira diz ser possível votarem de segunda até sexta-feira até o recesso e adiantar a pauta, seria bom que isso acontecesse. Já a safra de balanços anunciada ontem foi positiva e deve mexer pontualmente com os mercados especialmente com as empresas de proteínas. O governo é que quer ampliar o compulsório para abrir espaço para aumentar o microcrédito e suprir a queda do auxílio emergencial depois da virada de 2020.

Na agenda do dia o IBGE mostra o volume de serviços prestados em setembro e o Tesouro faz leilões de títulos. Nos EUA, teremos a inflação pelo CPI de outubro, os pedidos de auxílio-desemprego e estoques de petróleo e derivados na semana anterior e o resultado fiscal de outubro. Além disso, teremos discursos de Christine Lagarde (BCE), Powell (FED) e Bailey (BOE).

Expectativa é que a Bovespa possa recuperar se exterior melhorar, dólar mais fraco e juros pressionados.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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