Mais um dia de Bolsas em alta em todo o mundo, começando logo pela madrugada na Ásia, passando por boas altas na Europa e positivo também nos EUA, principalmente depois da decisão absolutamente esperada do FOMC do FED na política monetária. Aqui, emplacamos o terceiro dia seguido de boa alta, e quase de forma generalizada.
Como ressaltamos ontem, os investidores aparentemente assumiram Joe Biden como o 46 presidente americano, notadamente pela maior previsibilidade dele, comparativamente a postura sempre beligerante de Trump. Isso, mesmo considerando que a campanha de Trump entrou com pedido de recontagem e suspensão de contagem em quatro estados, agora cruciais para o resultado. Porém, na Geórgia e em Michigan, os juízes não aceitaram os pedidos da equipe de Trump, que pode ainda recorrer à Suprema Corte, caso caiba recurso.
Ainda nos EUA, foi divulgado que a covid-19 já contamina diariamente cerca de 100 mil pessoas, quando na semana passada, a média era de 70 mil. Lá, os pedidos de auxílio-desemprego da semana anterior encolheram 7 mil posições, para 751 mil, mas a previsão era de 741 mil pedidos. O FED também manteve a taxa de juros inalterada por unanimidade, mas alertando que pode usar outras ferramentas se necessário. Também enxerga o nível de atividade bem menor que, no início do ano, manifestaram o compromisso com metas de máximo emprego e estabilidade dos preços. O presidente Jerome Powell reafirmou o compromisso em apoiar a atividade econômica, mas se a divisão política no país se confirmar, o FED pode ter que agir (conclusão nossa).
A União Europeia passou a prever queda menor do PIB em 2020 para a zona do euro de -7,8%, de anterior em -8,7%. Também reduziu a previsão de 2021 para +4,2%, de anterior em +6,1%. O membro do conselho do BCE (BC europeu) e presidente do Bundesbank da Alemanha declarou que as restrições por conta da covid-19 devem pesar menos agora que no início da pandemia, acrescentando que agora não é hora de considerações fiscais e sim de estímulos.
No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava queda de 0,79% e com o barril cotado a US$ 38,84. O euro era transacionado em boa lata para US$ 1,183 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,78%. O ouro e a prata com fortes altas na Comex e estimulado por dólar em queda no mercado internacional, e commodities agrícolas em alta na Bolsa de Chicago. O minério de ferro negociado na China teve leve alta de 0,04%, com a tonelada encerrando em US$ 116,95.
Aqui, o PMI composto (atividade industrial e serviços) subiu para 55,9. O Tesouro foi bem-sucedido na colocação de LTNs e NTNs-Fs, apesar de praticamente atender toda a demanda das instituições. Já o presidente do Bacen, Campos Neto, alertou que a estrutura dos juros está ligada a credibilidade fiscal.
No mercado, dia de dólar como previsto em queda de 2,10% e cotado a R$ 5,541. Na Bovespa, no primeiro pregão de novembro (3/11), os investidores estrangeiros alocaram recursos de R$ 1,17 bilhão, mas deixando o saldo do ano de 2020 ainda com saídas líquidas de R$ 83,71 bilhões. É possível notar movimento um pouco melhor de alocação, mas os fluxos ainda são instáveis.
No mercado acionário, dia de alta da Bolsa de Londres de 0,39%, Paris com +1,24% e Frankfurt com +1,98%. Madri e Milão também com boas altas de respectivamente 2,10% e 1,93%. No mercado americano, dia de Dow Jones com +1,95% e Nasdaq com +2,59%. Na Bovespa, como dito, terceiro pregão seguido de alta de 2,95% e índice em 100.750 pontos, quase esbarrando na máxima em 101 mil pontos.
Na agenda de amanhã teremos a divulgação do IGP-DI de outubro e a inflação oficial de outubro pelo IPCA. A Anfavea divulga a produção automotiva de outubro. Nos EUA, teremos o dado mais importante, o Payroll com a criação de vagas nos setores público e privado, a taxa de desemprego, indicadores correlacionados e o crédito ao consumidor de setembro.
Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado