A atividade comercial se expandiu pelo segundo mês consecutivo em outubro, com o setor de serviço mantendo a recuperação das contrações relacionadas à doença do coronavírus 2019 (COVID-19) observadas entre março e agosto, segundo dados do Instituto Markit Economics. O volume de novos pedidos aumentou ainda mais, a um ritmo mais acelerado, ao passo que houve uma leve redução no índice de empregos. Os custos de insumos aumentaram ao nível mais elevado em mais de quatro anos, e os preços cobrados se estabilizaram. Enquanto isso, o nível de sentimento positivo atingiu o nível mais elevado desde antes do surto da COVID-19.

O Índice de Atividade de Negócios do setor de Serviços da IHS Markit para o Brasil esteve em território de expansão pelo segundo mês seguido em outubro, passando de 50,4 em setembro para 52,3. As empresas entrevistadas que indicaram aumento da produção mencionaram o atual relaxamento das medidas de isolamento relacionadas à COVID-19. A reabertura de alguns negócios aparentemente ajudou as empresas a garantir novos trabalhos; aumentando assim o crescimento da atividade, com menções também ao aumento do turismo local e da confiança dos clientes.

De fato, o volume de novos pedidos aumentou no início do último trimestre de 2020. O aumento foi o terceiro em meses consecutivos, e o mais forte desde janeiro. As empresas, entretanto, observaram uma maior deterioração da demanda externa por serviços. O índice de novos pedidos para exportação sofreu redução acentuada, mais acelerada do que a de setembro.

Apesar do aumento na demanda, os prestadores de serviços indicaram outra contração no índice de empregos. Onde houve redução no efetivo, os entrevistados citaram como causas os esforços de reestruturação, as iniciativas de redução de custos e a pandemia da COVID-19. Dito isso, a taxa geral de redução de empregos foi moderada e a mais lenta no atual período de oito meses de cortes.

Os dados de outubro indicaram pressão moderada sobre a capacidade dos prestadores de serviços, com a continuação do aumento dos negócios inacabados. Os pedidos em atraso chegaram ao terceiro mês consecutivo de aumento, mas o ritmo da acumulação se atenuou desde setembro.

Os prestadores de serviços indicaram um aumento nas despesas operacionais em outubro, vinculando isso ao aumento dos preços de alimentos, combustível, equipamentos de proteção individual (EPI) e produtos de higiene. A taxa de inflação dos preços foi acentuada e a mais forte desde setembro de 2016.

Algumas empresas aumentaram as tarifas em outubro, repassando o aumento dos custos aos clientes; enquanto outras ofereceram descontos, num esforço para estimular a demanda em face do ambiente competitivo. Como resultado, os preços de venda médios permaneceram inalterados, encerrando uma sequência de seis meses de reduções.

A esperança da chegada de uma vacina para a COVID-19 nos próximos meses, aliada às previsões de redução das medidas de isolamento, marcou o sentimento positivo entre as empresas de serviço brasileiras com relação à produção futura. O grau geral de otimismo atingiu o patamar mais elevado desde fevereiro, mas permaneceu abaixo da média histórica.

PMI Consolidado

Subindo de 53,6 em setembro para 55,9 em outubro, o Índice Consolidado de dados de Produção indicou o aumento mais rápido na atividade do setor privado em mais de uma década. Taxas de expansão mais rápidas foram registradas nos setores de produção e serviços, com o primeiro novamente liderando o crescimento.

Com a aceleração do crescimento do volume de novos pedidos nos segmentos de produção e de serviços; as vendas do setor privado se expandiram ao patamar mais elevado desde janeiro de 2010.

As tendências de emprego divergiram, contudo, com a redução de postos de trabalho entre os prestadores de serviços equilibrando o crescimento entre os produtores de bens. Como resultado, os números consolidados relativos à folha de pagamento permaneceram inalterados após sete meses consecutivos de cortes.

Os preços agregados de insumos continuaram a subir, com a taxa de inflação atingindo o patamar mais elevado desde que os dados consolidados começaram a ser disponibilizados, em março de 2007. As empresas de produção viram um crescimento mais rápido dos custos em relação às empresas de serviços, embora as taxas de inflação tenham aumentado em ambos os setores.

Embora tenha havido aumento nos preços de fábrica, os preços cobrados pela prestação de serviços permaneceram inalterados em relação a setembro. A taxa de inflação consolidada atingiu o patamar mais elevado em cinco anos.

O sentimento relativo ao horizonte de doze meses para a atividade de negócios entre as empresas do setor privado aumentou em relação a setembro, com um maior otimismo das empresas de serviços, contrastando com uma confiança reduzida (embora ainda robusta) dos produtores.

Publicidade

Onde investir neste fim de ano?

Veja as recomendações de diversos analistas em um só lugar.