O Banco do Brasil registrou no 3T20 um lucro líquido ajustado de R$ 3,5 bilhões no 3T20 (ROAE de 12,0%) com crescimento de 5,2% em relação aos R$ 3,3 bilhões (ROAE de 11,9%) do 2T20. Um resultado em linha com o que esperávamos e que refletiu a queda de 1,5% da margem financeira líquida (impactada pela redução de 6,8% da PDD ampliada); aumento de 4,5% das receitas com prestação de serviços; e o controle de custos com redução de 0,2% das despesas administrativas e das despesas com risco legal. Quando comparado ao lucro de R$ 4,5 bilhões do 3T19 (ROAE de 18,0%); a queda foi de 23,3% explicada principalmente pelo aumento do custo do crédito dado a constituição de PDD prudencial.
No comparativo de 9M20 ante os 9M19, o lucro líquido ajustado apresentou um decréscimo de 22,9% para R$ 10,2 bilhões (ROAE de 12,0%); influenciado principalmente pelo aumento do custo do crédito e a redução das receitas de serviços. Nesta base de comparação as despesas administrativas cresceram 2,3% em percentual abaixo da inflação e a margem financeira bruta cresceu 7,1%.
O Conselho Diretor do BB aprovou a distribuição de R$ 555,7 milhões, equivalente a R$ 0,19477374027/ação; na forma de juros sobre o capital próprio (JCP) complementar. O JCP será pago em 27/11/2020, tendo como base a posição acionária de 16/11/2020, sendo as ações negociadas ex-juros a partir de 17/11/2020. O retorno líquido é de 0,55%.
Seguimos com recomendação de COMPRA e Preço Justo de R$ 47,00/ação que representa um potencial de alta de 55,0% em relação à cotação de R$ 30,32/ação (valor de mercado de R$ 86,9 bilhões). Este ano a ação BBAS3 registra queda de 40,8%.
Destaques
Na comparação trimestral (3T20 versus 2T20) a Margem Financeira Bruta registrou queda de 3,6% para R$ 14,0 bilhões, refletindo a redução de 6,0% no resultado de operações de crédito (pela alteração do mix nas carteiras PF e PJ, com crescimentos em linhas de menor risco) e tesouraria, amenizada pela redução de 11,3% nas despesas de captação.
A PDD ampliada do 3T20, composta pela despesa de PDD líquida da recuperação de crédito, descontos concedidos e a imparidade; registrou queda de 6,8% frente ao 2T20 para R$ 5,5 bilhões, com destaque para a maior recuperação de créditos e a redução das perdas por imparidade.
Ressalte-se o aumento de 4,5% nas receitas com prestação de serviços do 3T20 na comparação trimestral para R$ 7,3 bilhões, acumulando queda de 1,8% no 9M20 para R$ 21,3 bilhões – reflexo da redução da taxa básica com consequente reprecificação de alguns produtos, em especial os fundos de investimentos; e os efeitos da pandemia sobre o cenário econômico, com redução da demanda por produtos e serviços.
Destaque positivo para a leve redução de 0,2% das despesas administrativas que somaram R$ 7,8 bilhões no 3T20 e acumularam R$ 23,5 bilhões no 9M20, após alta de 2,3% em relação ao 9M19, em percentual abaixo da inflação.
A carteira de crédito ampliada totalizou R$ 730,9 bilhões em set/20; com alta de 6,4% na comparação com set/19 e desempenho positivo em todos os segmentos na mesma comparação. Para pessoas físicas, crescimento de 6,2% com destaque para crédito consignado (+15,2%) e para pessoas jurídicas elevação de 1,2%; sendo que os negócios com clientes MPME cresceram 17,9%.
O índice de inadimplência (NPL+90dias) mostrou redução frente a junho de 2020 (2,9%) e alcançou 2,4% em setembro/20. A redução da inadimplência no trimestre foi influenciada pelas prorrogações das operações de crédito (saldo de R$ 109,2 bilhões em set/20). O índice de cobertura elevou-se de 223,5% no trimestre anterior para 260,8% em setembro de 2020. Ao desconsiderar o efeito de caso específico o índice seria de 330,4%.
Ao final de setembro de 2020 o Índice de Basileia do banco era de 21,2% e o índice de capital nível I de 17,3%, sendo 13,1% de capital principal. Seguindo a Declaração de Apetite e Tolerância a Riscos e o Plano de Capital; para janeiro de 2022, a meta é manter no mínimo 11% de Índice de Capital Principal.