A empresa divulgou seus resultados do 3T20 na noite de ontem, mostrando ainda números inferiores aos do mesmo período do ano passado, puxados pela Ipiranga (principal empresa do grupo). Em relação ao 2T20, houve uma forte recuperação da Ipiranga, evidenciando que o mercado de distribuição de combustíveis está sendo muito beneficiado pelo fim das restrições à movimentação. As outras empresas do grupo continuaram mostrando lucros em expansão.

O lucro líquido consolidado da Ultrapar no 3T20 foi de R$ 277 milhões (R$ 0,25 por ação); mais de cinco vezes maior que no trimestre anterior, mas 9,8% abaixo do 3T19.

O resultado da Ipiranga no 3T20 ainda mostrou o impacto das medidas de isolamento social, sempre comparando ao mesmo trimestre do ano passado. No 3T20, as vendas da empresa tiveram quedas de 16,6% nos combustíveis do ciclo Otto (gasolina, etanol e GNV) e 5,3% no volume de diesel, levando a uma redução de 10,6% no volume total vendido. Porém, a redução de custos e despesas, principalmente pessoal e frete, permitiu um ganho de 0,3 ponto percentual na margem bruta e praticamente a manutenção da EBITDA (-0,1 pp). Assim, o EBITDA da Ipiranga foi de R$ 566 milhões, 16,7% menor que no ano passado.

No 3T20, a Ultragaz foi beneficiada por maiores preços do GLP, compensando a redução de 1,1% nas vendas. Além disso, a empresa contou também com uma maior eficiência operacional e melhor mix de vendas; o que garantiu ganhos de margem bruta (+1,0 pp) e EBITDA (+1,5 pp). O EBITDA da Ultragaz no 3T20 (R$ 222 milhões), maior em 18,5%, foi recorde para a empresa.

A Oxiteno apresentou outro bom resultado, com vendas mais concentradas no mercado externo e em produtos com maior valor agregado, além dos ganhos com a desvalorização do real. Dessa forma, a receita líquida aumentou 27,2% e o EBITDA total (R$ 169 milhões) foi 109% maior que no 3T19.

Os resultados da Ultracargo no 3T20 foram beneficiados pelo aumento da capacidade das instalações nos portos de Santos e Itaqui e de maiores preços. Isso permitiu incrementos de receita e rentabilidade. Assim, o faturamento líquido cresceu 18,2% e o EBITDA atingiu R$ 78 milhões, 74,2% maior que no 3T19.

Até a Extrafarma, empresa que vinha sofrendo com baixos resultados, apresentou aumentos de rentabilidade e na geração de caixa. A receita da Extrafarma no 3T20 foi 3,3% menor que no 3T19, pelo menor número de lojas (menos 15 unidades) e a redução do fluxo de clientes naquelas instaladas em shoppings. A margem foi beneficiada por maiores vendas no varejo, em detrimento das destinadas ao atacado. Com isso, a empresa apresentou um EBITDA de R$ 28 milhões, 52,2% maior que no 3T19.

O resultado financeiro consolidado no 3T20 foi negativo em R$ 158 milhões, 3,4% menor que no ano passado; devido aos menores juros pagos, apesar da dívida ter crescido no período.

A dívida líquida consolidada da Ultrapar ao final do 3T20 era de R$ 10,7 bilhões (incluindo arrendamentos de R$ 1,8 bilhão), 5,8% maior que no 3T19, mas 2,6% inferior à do trimestre anterior. A relação dívida líquida/EBITDA no 3T20 ficou em 3,1x, vindo de 3,2x no trimestre anterior e 2,7x no 3T19.

Nossa recomendação para as ações da Ultrapar é de Compra com Preço Justo de R$ 22,00 (potencial de alta em 28%). Em 2020, UGPA3 caiu 31,8% e o Ibovespa teve uma desvalorização de 15,4%. Esta ação estava cotada ontem (R$17,16) 38,1% abaixo da máxima alcançada no ano e 69,7% acima da mínima.

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