Ranking de Ações: GOLL4 em último com -16,37% na semana.

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🌎 CENÁRIO EXTERNO

Techs pesam sobre os mercados

Mercados

Mercados asiáticos encerraram a semana em tom fortemente negativo, com bolsas de Tóquio (-1,5%), Hong Kong (-2,0%) e Xangai (1,5%) fechando o pregão com perdas relevantes. Na zona do euro, bolsas amanheceram sem direção única pela manhã, com o Stoxx 600, índice que abrange uma gama de ativos de risco da região, oscilando entre ligeiros ganhos e perdas. Em NY, índices futuros já apresentam desempenhos claramente mais negativos, com variações baixistas da ordem de 0,5%, enquanto o dólar (DXY) opera estável contra os seus principais pares. Na fronte das commodities, ativos operam com viés ligeiramente positivo. O preço do petróleo (Brent crude) avança 0,1%, negociado próximo dos US$ 37,80/barril.

Techs pesam sobre os mercados

Ativos de risco internacionais voltaram a abrir com viés baixista, reagindo à piora de perspectivas com o setor de tecnologia após a divulgação dos balanços da Amazon, Alphabet (Google), Twitter e Facebook. Uma forte alta das ações da Alphabet não está sendo suficiente para contrabalancear as quedas dos papéis do Twitter, Apple e Facebook, que apresentaram resultados abaixo do esperado.

Curto prazo turbulento

Ao todo, o cenário segue extremamente desafiador no curto prazo, com investidores avaliando a situação crítica do quadro sanitário na Europa, com a expectativa de que mais países irão reinstituir medidas de distanciamento social. Nos EUA, também foi registrado um número recorde de novos casos da covid-19 (89 mil); o que só adiciona à volatilidade já presente em função das eleições americanas, previstas para a próxima 3ªfeira (03/11).

Economia europeia

Mais cedo (7h), a Eurostat divulgou a leitura preliminar do PIB europeu no 3º trimestre de 2020 que, assim como nos EUA, superou as estimativas de mercado. A economia da zona do euro registrou um avanço de 12,7% no agregado, com destaque para a forte recuperação verificada na Espanha (+16,7%), na França (+18,2%) e na Itália (+16,1%). Ao todo, o resultado deve ser bem recebido, mas avaliado com ressalvas. Além de apontar para uma recuperação difusa entre os países membros, o dado representa uma foto do passado: como grande parte deste movimento de recuperação foi registrado no início do trimestre, ele diz pouca coisa sobre o que poderemos esperar no 4º trimestre. Ao avaliar indicadores antecedentes e a forte piora no quadro sanitário, o cenário prospectivo para a economia do bloco tem apresentado uma piora relevante.

Inflação & desemprego

Além do PIB, o investidor europeu avaliou a taxa de desemprego em setembro e a inflação ao consumidor do bloco em outubro; ambas sem variação com relação ao registrado aos meses imediatamente anteriores. A taxa de desemprego se manteve em 8,3%, refletindo a efetividade de medidas de sustentação do mercado de trabalho, enquanto a inflação anual se manteve em -0,3%, reforçando a sinalização do BCE de que mais estímulos monetários estão por vir na reunião de dezembro.

Mais agenda

No restante do dia, a atenção do mercado deve se voltar aos EUA, onde saem os dados de consumo pessoal (9h30) – série que contém o deflator dos gastos com consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), medida de inflação acompanhada de perto pelo BC americano –, além do índice de confiança do consumidor mensurado pela Universidade de Michigan em outubro (11h). À noite (22h), o mercado recebe o Índice de Gerentes de Compra (PMI, na sigla em inglês) composto para o mês de outubro na China; com projeções apontando para a manutenção de uma confiança robusta do setor produtivo.

CENÁRIO BRASIL

Setembro traz melhor número de criação de empregos para o mês da série histórica, mas saldo no ano ainda é negativo

Brasil cria 313,6 mil vagas de empregos em setembro

Segundo dados divulgados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados); o Brasil registrou uma contratação liquida de 313,6 mil empregos de carteira assinada em setembro. O resultado representa a evolução mais positiva no mercado de trabalho para o mês da série histórica. Também segundo Caged, todos os setores e todas as regiões do Brasil criaram empregos. O ministro Paulo Guedes (Economia) celebrou a divulgação citando o dado como evidência de uma “retomada em V”. O setor industrial foi o que mias criou empregos no mês (110.868), seguido por serviços (80.481) e comércio (69.239). No acumulado do ano, o saldo de criação de empregos ainda é negativo, com 558,6 mil vagas perdidas em 2020.

Guedes critica Febraban e ministro “fura teto”

Enquanto no último comunicado o comitê salientou que “diversas medidas de inflação subjacente permanecem abaixo dos níveis Durante uma audiência pública no Congresso, o ministro Paulo Guedes (Economia) criticou a Federação Brasileira de Bancos (Frebraban) por ser uma “casa de lobby que financia ministro gastador pra ver se fura o teto” em ataque velado ao ministro Rogerio Marinho (Desenvolvimento). A frustração do ministro da Economia aparenta ser reação a uma pesquisa feita pela instituição sobre um possível imposto digital (nova CPMF). O ministro da Economia defende a criação do novo tributo como contrapartida necessária para desonerar a folha de pagamento e combater o desemprego.

O fiscalista e o desenvolvimentista

O embate entre Guedes e Marinho foi exposto em maio deste ano quando o então ministro do STF Celso de Melo determinou a publicação do registro de uma reunião ministerial. No vídeo, os dois discutiriam sobre o papel dos gastos do governo na retomada econômica. Guedes defendeu a responsabilidade fiscal, enquanto Marinho argumentou que os gastos da máquina pública são indispensáveis para a retomada econômica. As críticas públicas direcionados ao ministro da pasta do Desenvolvimento ocorrem na esteira de outro atrito dentro do governo, desta vez evolvendo o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) e o general Eduardo Ramos (Secretaria do Governo) que levou o presidente Jair Bolsonaro a pedir para que os seus ministros “lavem a roupa suja internamente”.

Pesquisa PoderData aponta preferência por vacina americana

O instituto PoderData acaba de divulgar uma pesquisa, realizada entre 26 e 28 de setembro, que sugere a preferência de brasileiros por vacinas de origem norte-americana. Na enquete que busca entender a preferência por imunizantes em um contexto onde vacinas de várias origens são disponibilizados; a maioria (39%) dos participantes relatou que “não sabe” a sua própria preferência. Entre os que escolheram um local de origem, os EUA foram resposta mais popular (29%), seguido pela Europa (20%), China (9%) e Rússia (7%).

Na agenda

Como destaque da agenda econômica local, o IBGE irá divulgar, às 9h, a PNAD-Contínua referente a agosto, que deve mostrar uma nova alta do desemprego no país. Em linha com as projeções de mercado, esperamos um avanço da taxa de desemprego de 13,8% em julho para 14,2% em agosto. Em seguida, às 9h30, o Bacen divulga o resultado consolidado do setor público, com estimativa de déficit de R$ 70,1 bilhões; resultado que, se concretizado, aponta para uma desaceleração do ritmo verificado em agosto (-R$ 87,6 bilhões).

E os mercados hoje?

Bolsas internacionais iniciaram o dia com viés baixista; reflexo do desempenho abaixo do esperado de grandes empresas do setor de tecnologia nos EUA em meio à manutenção dos principais riscos do cenário. No Brasil, o toma lá, dá cá na política, desta vez no Twitter, para todo mundo ver, continua gerando ruídos. Os mais novos desentendimentos entre Rodrigo Maia, ministros e até o presidente do Banco Central – como foi o caso no episódio de ontem, apesar de não terem nenhuma implicação direto no quadro local, tendem a minar a pouca confiança do mercado que restou na administração pública. Assim, esperamos um dia de viés negativo para ativos de risco brasileiros que, na falta de drivers positivos locais; devem se movimentar em linha com o exterior, além de refletir uma maior cautela com relação às eleições americanas no início da semana que vem.

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