A empresa divulgou hoje pela manhã seus resultados do 3T20, que mostraram aumento dos volumes vendidos nos maiores mercados e dos preços, mas pequeno crescimento do lucro. As elevações dos custos de produção e financeiros limitaram a expansão do lucro líquido, na comparação com o 3T19.

No 3T20, o lucro líquido ajustado atribuído aos acionistas da Ambev foi de R$ 2,4 bilhões (R$ 0,15 por ação), 81,5% maior que no trimestre anterior e 3,2% acima do 3T19.

O volume total vendido pela Ambev, sempre comparando ao 3T19, teve um crescimento de 12,2%. Os melhores desempenhos nas vendas foram no Brasil, onde os volumes aumentaram 19,8%, e no Canadá (7,1%). No entanto, os volumes caíram na América Latina (LAS) em 0,4% e na América Central e Caribe (CAC) em 9,9%. A receita cresceu expressivamente em todas as regiões, impulsionada pelos aumentos de preços. Os incrementos na receita foram de 21,2% no Brasil, 1,9% no CAC, 15,1% na LAS e 6,4% no Canadá. Com isso, a receita líquida consolidada (conceito reportado) aumentou 30,5%.

Novamente no 3T20, os custos tiveram alta uma que reduziu a margem bruta, quando aumentaram 41,5% no total. O custo por hectolitro produzido teve uma elevação de 16,4% (sem depreciação), em função da inflação na Argentina, da evolução desfavorável das taxas de câmbio e do mix de embalagens mais dispendiosas.

Um evento que contribuiu positivamente para as margens da operação foi o aumento moderado das despesas operacionais. O volume de despesas com vendas, gerais e administrativas no 3T20 ficou maior em 13,0% (incluindo amortização), que no mesmo período de 2019.

Com as pressões de custo, a margem EBITDA no 3T20 teve uma perda de 4,4 pontos, com o EBITDA total atingindo R$ 5,1 bilhões, valor 15,0% maior que em 2019.

A elevação dos custos financeiros no 3T20 foi muito negativa para o resultado. No 3T20, as despesas financeiras líquidas somaram R$ 1,1 bilhão, 274,4% maiores que no 3T19. Os principais fatores para este aumento foram as maiores despesas com juros e com perdas em derivativos.

A situação financeira da Ambev é cada vez melhor. Ao final do 3T20, a empresa tinha dívidas totais de R$ 6,9 bilhões, mas um caixa + aplicações financeiras que somavam R$ 22,4 bilhões. Com isso, a posição líquida de caixa no 3T20 ficou em R$ 15,6 bilhões, valor que cresceu 55,5% no trimestre e 75,9% no ano. Este crescimento das disponibilidades foi consequência, principalmente, de um aumento no fluxo de caixa das atividades operacionais em 99,3%, com redução de 29,5% nos investimentos.

As ações da Ambev caíram 21,8% nos últimos doze meses e o Ibovespa teve uma desvalorização de 11,8% no período. A cotação de ABEV3 no pregão de ontem (R$ 13,37) estava 31,7% abaixo da máxima alcançada em 2020 e 29,1% acima da mínima.

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