Ontem mercados começaram o dia mostrando forte aversão ao risco e quedas, a Europa fechou com perdas acentuadas, mas no final da tarde os mercados americanos reagiram e a Bovespa também. Aqui, o Ibovespa encerrou com queda de 0,28% e índice em 99.054, dólar com valorização de 0,48% e moeda fechando em R$ 5,624 e mercados dos EUA, o Dow Jones com -0,07% e Nasdaq com -0,47%.
Hoje mercados da Ásia terminaram o dia com comportamento misto, Europa tentando recuperação, mas já afastada das máximas e futuros do mercado americano operando com comportamento misto. Aqui, não podemos perder o patamar de 97.800 pontos sob pena de acelerar realizações e seria bom que conseguíssemos superar a faixa de 100 mil pontos novamente.
Investidores no mundo preocupados com a nova onda de contaminação pela covid-19, Brexit sem acordo e ausência de notícias sobre novos estímulos fiscais, principalmente nos EUA. A recuperação econômica global começa a mostrar sinais de desaceleração.
Na zona do euro, a inflação medida pelo CPI (consumidor) de setembro foi confirmada com deflação de 0,3% na comparação anual e também tivemos o resultado da balança comercial em agosto, com superávit em alta para 21,9 bilhões de euros (de anterior em 19,3 bilhões de euros), fruto de exportações maiores em 2% e importações crescendo 0,5%.
Trump se diz preparado para assinar “grande e lindo” pacote de estímulo fiscal, mas há baixa probabilidade de que isso ocorra antes das eleições de 3/11. Já o presidente do FED de Minneapolis diz que sem estímulos fiscais a recuperação desacelerará.
O G-20 é que adiou a discussão sobre tributar a economia digital que o ministro Paulo Guedes estava olhando, mas que, como disse, poder desistir de fazer. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostra queda de 1,37%, com o barril cotado a US$ 40,40. O euro era transacionado em US$ 1,171 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,73%. O ouro e a prata em dia de alta na Comex e commodities agrícolas com viés de alta na Bolsa de Chicago.
Aqui, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, diz ser impossível fechar o orçamento de 2021 sem antes avaliar a PEC emergencial, aquela que versa sobre o Pacto Federativo e desoneração da folha de pagamentos.
Maia também quer flexibilizar o modelo de emprego para compensar em parte a desoneração. Lembrando que os vetos do presidente Bolsonaro ainda não foram avaliados.
Bolsonaro é que voltou a dizer que em seu governo acabou a corrupção, mesmo depois de seu vice-líder, o senador Chico Rodrigues, ser pego pela Polícia Federal com dinheiro na cueca.
Na agenda do dia alguns indicadores com capacidade de mexer com os mercados. Aqui sai o IPC-S da segunda quadrissemana de outubro e o IGP-10 fechado de outubro. Nos EUA, teremos as vendas no varejo e produção industrial de setembro e a confiança do consumidor de Michigan preliminar de outubro.
Expectativa para o dia, a Bovespa com espaço para recuperar, dólar ainda pressionado e juros com viés de alta.
Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado