Hoje tivemos mais um pregão de alta na Bovespa, o segundo seguido, o que não acontecia desde o início do mês de outubro e em dia de vencimento de derivativos, o que sempre complica mais um pouco. No plano externo, sem novos estímulos fiscais nos EUA e Brexit extremamente complicado de evoluir para acordo. Por aqui, a cautela ainda prevalece com balanços da safra do terceiro trimestre e quadro fiscal muito ruim.

Nos EUA, o secretário do Tesouro, Mnuchin, jogou água fria em quem apostava em pacote fiscal, dizendo ainda estarem distantes de um acordo e estimando que será difícil aprovar antes das eleições. Mas o presidente trabalha por um acordo, apesar de novas críticas contra a oposição. Já sobre eleições, pesquisas indicam que Biden está na frente em dois estados que Trump venceu em 2016.

O G-20 anunciou hoje a suspensão dos débitos para ajudar os países mais pobres, com o FMI apoiando a decisão. O mesmo FMI indica que a perspectiva econômica global melhorou, mas ainda segue sendo a maior crise desde a depressão de 1929. Fez coro com esse discurso o vice-presidente do FED, Clarida, dizendo que a recuperação total da economia tem longo caminho para ser percorrido. A OCDE — Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, falando sobre o Reino Unido, indica que mesmo com acordo a região terá contração do PIB sem precedentes.

Nos EUA, a inflação medida pelo PPI de setembro (atacado) subiu 0,4% (núcleo também), ficando acima do previsto. Já o FED indica que pode lançar recompra permanente de bônus para dispor de maior controle sobre os juros. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 2,11%, com o barril cotado a US$ 41,05. O euro era transacionado em leve alta para US$ 1,175 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,72%. O ouro e a prata operaram em boa alta na Comex e commodities agrícolas com altas na Bolsa de Chicago. O minério de ferro negociado na China em dia de queda de 1,35% e com a tonelada em US$ 119,52.

No segmento local, o IBGE mostrou o volume de serviços prestados em agosto com alta de 2,9%, maior que o previsto, mas ainda mostrando contração de 9% em 2020 e -5,3% em 12 meses. A receita bruta nominal com alta de 3,5% e contra igual período de 2019 com -10,4%.

Houve alta em 21 dos 27 Estados da Federação, mas ainda estamos 19,8%, aquém do pico ocorrido. O Bacen anunciou o fluxo cambial de 2020 acumulado até 9/10 negativo em US$ 18,46 bilhões, com saídas pelo canal financeiro de US$ 52,17 bilhões. A posição cambial líquida estava em US$ 300,3 bilhões e houve ganho no período em operações de swap de R$ 2,28 bilhões.

No mercado local, dia de dólar encerrando cotado a R$ 5,597 e com variação de +0,34%. Na Bovespa, na sessão de 09/10, os investidores estrangeiros voltaram a aportar recursos no montante de R$ 538,7 milhões, deixando o saldo de outubro, resultado positivo em R$ 60,9 milhões, mas com o ano de 2020 com saídas líquidas de R$ 87,7 bilhões.

No mercado acionário, dia de queda para a Bolsa de Londres de 0,58%, Paris com -0,12% e Frankfurt com alta de 0,07%. Madri e Milão com altas de respectivamente 0,60% e 0,25%. No mercado americano, dia de Dow Jones novamente com perda de -0,58% e Nasdaq com -0,80%. Na Bovespa, dia de alta de 0,84% e índice batendo novamente na casa de 99 mil pontos, em 99.334 pontos.

Na agenda de amanhã começamos com a inflação pelo CPI (consumidor) e PPI (atacado) no mês de setembro na China. Aqui teremos o IBC-Br de agosto e leilões de títulos NTNs-F e LTNs. Nos EUA, os pedidos de auxílio-desemprego da semana anterior, atividade industrial de NY e da Filadélfia e discursos de dirigentes do FED, além dos preços importados de setembro.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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