Nesta vida aprende-se pelo amor ou pela dor. Esta é uma questão que perpassa a humanidade. Com a pandemia, a chamada sociedade de consumo, cada vez mais voraz, precisou dar um breque. Não que tenha tomado tenência – como se diz popularmente –, e parado de vez com os estragos. Ainda não parou. Mas… está amalgamando ações ou, como prefere o mercado, “mitigando riscos”. O que a Amazônia e o Pantanal sofrem, nestas últimas semanas, é desnecessário dizer pois que o mundo todo acompanha. Isto para ficarmos apenas no Brasil.
Recentemente os três maiores bancos privados do país – Bradesco, Itaú e Santander – sentaram-se à mesa e discutiram, juntos, uma proposta abrangente para salvar o maior bioma do planeta. Na semana que passou foi a vez da JBS (que frequentou manchetes e manchetes no último governo especialmente) anunciar o seu programa “Juntos pela Amazônia”, disponibilizando R$ 250 milhões e mais o desembolso de um aporte equivalente para cada novo entrante no programa, ou seja, para cada real a mais vindo “de fora”, a empresa colocará mais um. De acordo com o CEO da companhia, campeã em proteína animal, ideia é criar um fundo de R$ 1 BI, até 2030, com governança própria – independente, portanto, dos negócios dos irmãos Batista.
O governo, que abriu mão de recursos europeus no início desta gestão, e tirou o pé do acelerador no quesito prevenção, agora tem condições objetivas de fazer um trabalho de fôlego, apagando incêndios, coibindo o desmatamento, propondo renda para as populações locais e promovendo o desenvolvimento sustentável, com a tecnologia que se fizer necessária para tal. Em uma frase, “é hora de botar a mão na massa, pra valer!”.
Como diz Fábio Barbosa – a quem tive o privilégio de entrevistar para a última edição da revista RI, parceira do Portal Acionista –, o precursor do ESG na indústria bancária quando ainda a expressão não frequentava os dicionários do mercado financeiro, “a sustentabilidade é um movimento geracional, crescente e irreversível”.
IPO
A Hidrovias do Brasil (HBSA3) tocou a campainha na B3 na sexta-feira, 25. Companhia de logística, que traz em seu portfólio acionistas como BNDES, fundos de private equity e a International Finance Corporation (Banco Mundial), recebeu elogios de Gilson Finkelsztain, CEO da Bolsa, durante a “live” do IPO.
“O setor de infraestrutura é um dos mais relevantes da bolsa brasileira e estamos muito felizes com a chegada da Hidrovias na B3. Sou um grande admirador desse projeto. O Brasil tem um potencial de transporte hidroviário gigantesco e ainda há muito a explorar por esse modal. O trabalho da Hidrovias, de construção de portos, treinamento de equipes remotas, merece ser aplaudido”, comentou.
A companhia levantou R$ 3,4 BI, no maior IPO do ano até aqui.
TERRENOS
A Melnick Even registou captação de R$ 713 milhões, em ações primárias. De acordo com o prospecto da companhia, a maior parte do dinheiro (R$ 620 MM) vai para o caixa a fim de fazer estoque de terrenos, com vistas a empreendimentos futuros.
Nesta segunda-feira, 28, a Melnick vai oficializar a abertura de capital na B3 e aparecer com o ticker MELK3. Será a 153ª companhia registrada no Novo Mercado.
BB
A Marfrig comunicou o mercado sobre a elevação de sua nota de crédito, de “BB-” para “BB”, pela Fitch Ratings – agência de classificação de risco.
Em nota distribuída à imprensa e ao mercado em geral, a companhia brasileira diz que a agência assim justificou a nova posição: “As atualizações refletem o melhor do perfil financeiro e de negócios da Marfrig nos últimos anos. A participação de 81,7% da empresa na National Beef reduziu a exposição da companhia ao Brasil, diversificou a exposição para dois ciclos de gado e melhorou seu acesso a mais mercados. As fortes condições da indústria em 2020 resultaram em um fluxo de caixa extraordinariamente forte nos EUA, o que melhorou ainda mais a liquidez e a estrutura de capital da empresa. A perspectiva de classificação é estável.”
MÉTRICAS
O Fórum Econômico Mundial (WEF) acaba de lançar o seu conjunto de métricas ESG. Desenvolvido no Âmbito do International Business Council, que reúne mais de 120 CEOs globais – e tem participação do Bank of America e das Big Four (Deloitte, EY, KPMG e PwC –, o projeto busca melhorar a forma pela qual as empresas mensuram e demonstram suas contribuições para a criação de sociedades mais prósperas e de relacionamento mais sustentável com o planeta.
ACELERA
Localiza e Unidas (ambas negociadas no Novo Mercado da B3) anunciam fusão das operações e criação de uma nova companhia. Expectativa é que deste mix saia uma vitaminada empresa, com frota de quase 500 mil veículos e faturamento de R$ 15 BI. Haverá presença em mais de 400 cidades, além da atuação na América do Sul, em países como Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai e Uruguai.
A família Mattar – do ex-secretário de Privatizações do atual governo – deverá indicar o novo CEO. Na composição acionária, a Localiza ficará, em números redondos, com 77% de participação. Agora só falta combinar direitinho com os russos, digo, com o CADE – o órgão antitruste, que analisará o processo.
LATINHAS
O brasileiro bebe mais na pandemia. Com isto, aumentou o consumo de embalagens, como as latinhas de alumínio. Razão pela qual a Ambev (responsável por 60% de toda a cerveja consumida no país) decidiu acelerar a inauguração da sua fábrica (exclusiva !) de latinhas. Anunciada no ano passado, a planta foi inaugurada na semana que passou.
A unidade, localizada em Minas, produzirá 1,5 bilhão de unidades/ano. Pra quem acha muito, o volume é apenas 5% das latinhas consumidas no Brasil.
SEGURO
A Newe Seguros, uma das grandes companhias em seguros agrícolas, no país, escolheu a B3 como credenciadora de seus contratos e apólices. Esta parceria atende as exigências do Sistema de Registro de Operações (SRO), plataforma desenvolvida pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).
A SRO tem por objetivo implementar a apólice eletrônica, bem como acelerar a digitalização dos contratos de seguro.
PACTO
– Para a empresa, qual a importância de ser signatária do Pacto Global?
Com esta pergunta, Luiz Fernando Bueno abriu a plenária do Depto. de Sustentabilidade do Ciesp Campinas (SP), dia 24 último, reunindo a equipe de trabalho, mais convidados, para ouvir a palestra – em formato de “live” – de Rodolfo Sirol, membro do board da Rede Brasil do Pacto Global e diretor Ambiental da CPFL Energia.
Sirol falou dos 20 anos da entidade (no Brasil está há 17 e hoje com mais de 1.000 membros) e dos ODS. Durante a exposição abordou, didaticamente, a importância das políticas ESG e destacou o combate à corrupção e acessos às energias limpas.
80 BI
A Itaúsa, holding que administra o grupo Itaú, reúne valor aproximado de R$ 80 BI. As famílias Villela e Setubal detêm 34% do capital total e 60% das ações com direito a voto. Os números foram apresentados na “live” da Itaúsa pelo seu presidente, Alfredo Setubal.
Diferente das tradicionais reuniões com analistas, chapadas de números, esta foi bem mais light com o grupo optando por valorizar mais conceitos e valores. A propósito, Setubal fez questão de mencionar a doação do Itaú Unibanco, de R$ 1,5 BI, para o combate à pandemia do coronavírus no Brasil.
RELATO
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) disponibiliza em sua página (https://cfc.org.br/), desde o dia 25 último, a audiência pública para ajustar o framework do Relato Integrado. O prazo para as colaborações é de 30 dias corridos.
GALINHAS
Depois de o estado implementar 12 protocolos de segurança baseados nos requisitos do Plano de Convivência do Turismo, a Empetur-Empresa de Turismo de Pernambuco comemora a retomada dos negócios no setor. Somente em agosto o aeroporto de Recife contou 240 mil pessoas chegando (principalmente) e partindo. Um número extraordinário, se comparado a abril (início da pandemia) quando registrou apenas 18% desse movimento. Porto de Galinhas é o destino mais procurado.