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As duas vertentes mais esperadas pelos investidores na sessão de hoje, acabaram causando anticlímax nos mercados de risco. Se logo cedo alertávamos sobre uma recuperação tímida, foi exatamente isso o que aconteceu, com exceção do dólar, que teve um comportamento de alta e trilhando a cotação de R$ 5,50, logo no início da tarde.

Logo cedo, tivemos a divulgação da ata da última reunião do Copom, que interrompeu a sequência de quedas da Selic e veio sem grandes novidades, apesar de não fechar questão sobre novas quedas. Lá, consta que não pretendem reduzir estímulos, fazem carga na necessidade de reformas, que sem elas pode motivar alta dos juros, mas despreocupados com a inflação bem ancorada e longe da meta nesse e no próximo ano. Os fatores de risco continuam nas duas direções e persistem as incertezas sobre os impactos do covid-19 na retomada da recuperação consistente.

O segundo ponto de avaliação era a abertura da assembleia geral da ONU, com discursos de Bolsonaro na abertura, Trump e também de Putin. Novamente, nenhuma novidade pode ser pinçada. Bolsonaro foi bem em falar sobre covid-19 e medidas adotadas, sobre o Brasil ser fornecedor de alimentos para o mundo, mas repetiu sua teoria conspiratória da campanha de desinformação sobre Amazônia e Pantanal, falando em interesses escusos de países e organizações. Trump foi na linha de buscar melhorar sua imagem de administrador, tentar emplacar o segundo mandato e assestando baterias contra seu rival de momento, a China. Putin, por sua vez, defendeu a cooperação global e propôs uma conferência de líderes para o covid-19.

Ainda nos EUA, o secretário do Tesouro, Mnuchin, falou do compromisso de levar os americanos de volta ao trabalho e disse que a China está cumprido os acordos comerciais da primeira fase. Já Jerome Powell, do FED, quer reabrir a economia de forma sustentável e falou sobre novo provável apoio fiscal. Disse isso em arguição no comitê de serviços financeiros da Câmara. Lá, o índice de atividade industrial de Richmond de setembro subiu para 21 pontos, vindo de anterior em 18 pontos. As vendas de casas usadas cresceram 2,4% em agosto.

No Reino Unido, a percepção é de que terão que cortar juros e ampliar a flexibilização monetária (QE) para aquecer a economia. Já a União Europeia vai assumir cenário sem acordo para o Brexit para suas projeções. Na Alemanha, o índice IFO melhorou a projeção do PIB de 2020 para -5,2%, vindo de -65,7%. E, na China, o primeiro ministro, Li Keqiang, disse vão demorar a voltar ao patamar de antes da pandemia.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 0,89%, com o barril cotado a US$ 39,66. O euro era transacionado em US$ 1,171 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,67%. O ouro em queda e a prata em alta na Comex, enquanto as commodities agrícolas tiveram um viés mais para positivo na bolsa de Chicago. O minério de ferro negociado na China teve mais um dia de queda, de 2,10%, com a tonelada em US$ 117,30.

No segmento local, a FGV anunciou que os consumidores esperam inflação em 12 meses a partir de setembro de 4,7%, contra anterior em 4,3%. O ex-ministro Dyogo Oliveira declarou que o Brasil precisa de menor volatilidade dos juros, câmbio e política par voltar a crescer, enquanto o ex-ministro Henrique Meirelles disse ser importante manter o teto de gastos para estabilizar a dívida pública.

No mercado, dia de dólar em alta de 1,48%, fechando em R$ 5,48. Na Bovespa, na sessão de 18/09, os investidores estrangeiros sacaram recursos no montante de R$ 1,59 bilhão, subindo o saldo negativo de setembro para R$ 3,6 bilhões e o ano com saídas líquidas de R$ 88,96 bilhões.

No mercado acionário, dia de alta da bolsa de Londres de 0,43%, Paris com -0,40% e Frankfurt com +0,41%. Madri com queda de 0,65% e Milão com +0,54%. No mercado americano o mercado firmou um pouco na parte da tarde e o Dow Jones fechou com +0,52% e Nasdaq com +1,71%. Na Bovespa dia de investidores indecisos e firmando também durante a tarde. No encerramento, o Ibovespa tinha alta de 0,31% e índice em 97293 pontos.

Na agenda cheia de amanhã, teremos IPC-S da terceira quadrissemana de setembro e o IPCA-15, uma prévia da inflação oficial. Também a nota do setor externo de agosto e fluxo cambial da semana anterior, além da confiança do consumidor e do setor de construção de setembro. Dia também de divulgação de indicador PMI da atividade para muitos países e, nos EUA, os estoques de petróleo e derivados, além de muitos discursos do FED.

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