🌎 CENÁRIO EXTERNO

Sem direção

Mercados

Bolsas asiáticas encerraram a semana no verde, com bolsas de Tóquio (+0,2%), Hong Kong (+1,3%) e Xangai (0,5%) fechando o pregão desta 6ªfeira com ganhos. Na zona do euro, os principais índices de mercado operam de lado até o momento. O Stoxx 600, índice que abrange uma gama de ativos ao redor do continente europeu, avança 0,1% até o momento. Em NY, índices futuros também se movimentem sem tendência bem definida, enquanto o dólar (DXY) segue retomando fôlego contra seus principais pares. No mercado de commodities, ativos registram desempenhos predominantemente negativos. O preço do petróleo (Brent Crude) recua mais 1,1%, se aproximando de US$ 44,00/barril.

Sem direção

Ativos de risco globais caminham para encerrar a semana sem direções claras, com investidores digerindo dados de atividade econômica mistos na zona do euro enquanto papeis do setor de tecnologia seguem sustentando máximas nos Estados Unidos. No pano de fundo, o investidor vê as eleições americanas e as possíveis consequências que virão com ela. Ontem, Joe Biden, agora adversário oficial de Donald Trump, aceitou sua nomeação como candidato do Partido Democrata nas eleições de 2020.

Economia europeia perde ritmo

A leitura preliminar do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) Composto do Instituto Markit decepcionou expectativas de mercado em agosto, em queda liderada por uma piora no setor de serviços. O índice cheio catalogou uma queda para 51,6 pontos de 54,9 em maio, indicando uma perda do ritmo de expansão da economia europeia. Ao todo, o dado ainda aponta para o crescimento da atividade no período, mas destaca a piora do quadro sanitário na França e na Alemanha como principal culpado pela redução da confiança no setor de serviços, enquanto empresas em todos os setores continuam receosos para realizar decisões de investimento, atrasando o ritmo de recuperação do nível de emprego no bloco. Assim, o dado corrobora com a visão de que a trajetória de retomada a níveis de atividade econômica pré-pandemia será longa e tumultuosa; fazendo jus à aprovação do fundo de recuperação econômica de EUR$ 750 bilhões pelos líderes europeus.

O candidato da luz

Na cerimônia da sua nomeação como candidato oficial do Partido Democrata nas eleições de novembro, Joe Biden discursou sobre seus objetivos ao assumir o país e não poupou críticas ao governo de seu rival, Donald Trump. Segundo Biden, ele virá para colocar o país no caminho “da luz e da esperança” afirmando que o “fim deste capítulo de escuridão nos EUA começa agora”. Dentre as principais críticas, o Democrata condenou a forma com que o governo atual tratou da pandemia, dizendo que sua maior prioridade será extinguir a doença no país. Em seguida, chamou americanos para ajudá-lo a combater o racismo no país e disse que “consegue e irá” colocar o país na direção da sustentabilidade ecológica, afirmando uma oportunidade nesta frente. Em suma, o agora candidato oficial passa a mirar os pontos fracos de seu adversário, que vem jogando o mesmo jogo há tempos. Resta saber quais outros impactos a proximidade com as eleições podem trazer. Vamos acompanhar…

Na agenda

Assim como foi na zona do euro, o investidor avalia a leitura preliminar do PMI/Markit de agosto, às 10h45 nos EUA. Em seguida, as atenções retornam à zona do euro, onde a Comissão Europeia divulga a leitura preliminar do seu Índice de Confiança do Consumidor em agosto (11h).

CENÁRIO BRASIL

Câmara mantém veto e comprova que zelo pela responsabilidade fiscal

Câmara mantém veto do congelamento dos salários

A Câmara dos Deputados determinou a manutenção do veto presidencial do congelamento dos salários dos servidores públicos, evitando um sério revés fiscal para o governo. Na noite anterior, o Senado surpreendeu com uma votação que determinou a derrubada do veto. Como o veto presidencial só pode ser revogado com o aval das duas casas legislativas, os servidores públicos afetados terão seus salários congelados até o fim de 2021.

Deputados mandam forte sinalização fiscalista

O placar da votação (316 pela manutenção e 116 pela derrubada) mostrou que existe amplo consenso na Câmara em torno da necessidade de conter o crescimento dos gastos públicos. O bloco da oposição foi o único que votou contra a medida. O peso da aproximação do governo com o Centrão, a melhora no relacionamento entre Bolsonaro e o Congresso e a articulação do presidente da Câmara; Rodrigo Maia (DME-RJ), garantiram a vitória esmagadora.

Aí vem reforma

Para os servidores públicos, isolados ao lado da oposição, a derrota na Câmara mostrou que a sua forte articulação em Brasília não conseguirá conter uma eventual reforma administrativa. Os deputados demonstraram que entendem o peso da folha de pagamento no Orçamento e que o sustento do crescimento destes salários descasado da expansão da economia não é mais uma prioridade. Seria este o empurrãozinho que o presidente da República precisa para apresentar a reforma tributária? Segundo o ministro Paulo Guedes (Economia), a emenda constitucional poderia economizar R$ 400 bi em uma década. A votação de ontem comprovou que unindo forças com Maia, que já solicitou o envio da reforma ao Congresso, a proposta do governo, pronta desde novembro do ano passado, encontraria pouca resistência.

Guedes vira novo dono do Pró-Brasil

Segundo o jornal Valor, o programa Pró-Brasil, que antes era um projeto desenvolvimentista para finalizar obras em estágio de construção avançando, virou um programa de geração de empregos. O ministro Paulo Guedes (Economia) tomou posse da iniciativa concebida pelos seus três colegas da Esplanada; Braga Netto (Casa Civil), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura). O foco do programa agora será a desoneração dos encargos trabalhistas da folha de pagamentos, algo que Guedes pretende financiar por meio da criação da nova CPMF, e a reformulação do Bolsa Família, que deve ser batizado de Renda Brasil.

Agenda

Não serão divulgados indicadores econômicos relevantes ao longo do dia de hoje.

E os mercados hoje?

Bolsas globais caminham para encerrar a semana sem direção única, com destaque para a avaliação de dados econômicos mais fracos na zona do euro e do discurso de Joe Biden na sua nomeação como candidato do Partido Democrata para as eleições deste ano. No Brasil, a Câmara dos Deputados reverteu a decisão dos senadores ao votar pela manutenção do veto ao reajuste de salários do funcionalismo público até o fim do ano que vem, aliviando maiores preocupações com o fiscal no curto prazo. Não obstante, os desafios continuam extremos nesta frente. A vitória por 316 votos a 165 era esperada, mas a surpresa no Senado deve deixar uma lição importante para o governo; que pareceu ter acreditado que a aproximação com o Centrão por si só iria resolver a situação. De agora em diante, esperamos uma melhor articulação para pautas de alta importância como foi o veto. De qualquer maneira, o noticiário mais positivo poderá dar gás à bolsa, que ensaiou leve recuperação no fim da sessão desta 5ªfeira, antes da votação. Assim, esperamos um dia de viés neutro/positivo para ativos de risco locais.

Publicidade

Essas ações extremamente baratas podem mudar seu 2025!