A C&A registrou prejuízo líquido pro forma de R$ 181,6 milhões no 2T20, variação de R$ 210,7 milhões em relação ao lucro do 2T19. A margem líquida pro forma negativa de 61,6% foi 63,9 pp inferior. No primeiro semestre o prejuízo líquido pro forma foi de R$ 227,4 milhões com margem líquida pro forma negativa de 17,9%. Observação: o resultado pro forma leva em conta os ajustes que consideram o impacto do IFRS16 e do registro do ganho do crédito fiscal referente à exclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/Cofins no 6M19.
Principais destaques do período:
A pandemia impôs uma transformação radical na empresa, sobretudo na digitalização de processos. Houve intensificação na estratégia de ser a plataforma completa para seus clientes.
O resultado desta evolução foi o crescimento de vendas do e-commerce com aumento de 356% na receita online somando R$ 139,6 milhões e representando 50% das vendas totais de mercadorias (4,5x acima do 2T19). O GMV atingiu R$ 189,2 milhões.
Lançamento do aplicativo com foco na interface online com a cliente. O número de downloads aumentou 419% – 5x o número de downloads do 2T19, ficando consistentemente acima de 1,3 milhão de downloads por mês no trimestre.
No 2T20, crescimento de 658% no número de usuários ativos mensais (MAU), outra métrica acompanhada, chegando a quase 3 milhões de usuários.
Marketplace: foi feito o lançamento oficial do marketplace denominado Galeria C&A.
Estratégia – Durante o 2T20, foco no desenvolvimento de produto, com o lançamento de diversas coleções.
Ritmo mais lento de reabertura de lojas – Em função d cobertura geográfica, o processo de reabertura foi mais lento do que o observado no setor – a média de lojas reabertas foi de 23,6%. Ao término do trimestre 71% das lojas operavam para o público em horário reduzido e, em alguns casos, abrindo apenas em dias específicos da semana.
O plano de crescimento foi prejudicado pela pandemia e não será possível entregar o plano original de 22 aberturas no ano e a reforma de lojas está sendo revisada em razão do crescimento do e-commerce. No trimestre houve a reforma de 7 lojas para o conceito CVP (Customer Value Proposition). A C&A encerrou junho com 289 lojas (282 no 1S19).
Resumo dos resultados:
Obs: Ajustes que consideram o impacto do IFRS16 e do registro do ganho do crédito fiscal referente à exclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/Cofins no 6M19.
No 2T20, a receita líquida totalizou R$ 294,5 milhões, (- 76,6% versus o 2T19).
• A receita do vestuário apresentou queda de 79,7%;
• A receita do Fashiontronics teve queda de 65,7%;
• As vendas de mercadorias nas mesmas lojas (Same Store Sales), ficaram 77,0% abaixo do 2T19;
• No negócio de Vestuário, o indicador ficou 79,7% menor e no de Fashiontronics 66,0% menor.
A receita líquida de Serviços Financeiros, resultante da parceria com Bradescard, foi de R$ 15,9 milhões, redução de 74,0%, em decorrência das medidas adotadas para mitigar o impacto da pandemia, isolamento social e fechamento do varejo de forma geral, e do aumento na provisão para perdas esperadas de crédito.
A margem bruta total de 48,6% foi 0,6 pp menor principalmente pelo efeito da maior participação de fashiontronics nas vendas. A margem bruta no 2T20 foi impactada positivamente pelo efeito do câmbio contratado.
No 2T20, as despesas operacionais pro forma somaram R$ 406,4 milhões, montante 26,7% menor que o do 2T19.
EBITDA – No 2T20, o EBITDA ajustado pro forma foi negativo R$ 201,4 milhões.
Consumo de caixa – No 1S20, a C&A consumiu um caixa livre de R$ 400,8 milhões, um aumento em relação a 2019 de R$ 220,0 milhões. Com o fechamento das lojas dois principais impactos foram detectados: redução de contas a receber e fornecedores e o contas a receber, apesar da redução relevante consequência do fechamento das lojas, não foi impactado de forma significativa pela modalidade de pagamento.
Investimentos – No 2T20, o investimento foi de R$ 45,3 milhões, (-39,1% em relação ao 2T19). A transformação digital foi a única iniciativa priorizada e acelerada. Assim, os projetos de TI, maior parte deles relacionados a transformação digital, tiveram aumento de 19,2% no valor investido chegando a R$ 21,7 milhões.
Endividamento – A C&A encerrou o 2T20 com dívida bruta total de R$ 1,2 bilhão e com uma posição de caixa líquido de R$ 53,8 milhões. A dívida total tem um prazo médio de 2,16 anos e um custo médio de CDI + 2,35%.
Ontem a ação CEAB3 encerrou cotada a R$ 10,22 com queda de 41,7% no ano.