A B3 registrou no 2T20 um lucro líquido recorrente de R$ 1,0 bilhão, com alta de 29% em relação aos R$ 795 milhões de igual trimestre do ano anterior, explicado; principalmente pela melhora operacional reflexo do forte incremento de receita (+35%) que compensaram a alta de 8% das despesas e a piora do resultado financeiro.

Cotada a R$ 60,65/ação, correspondente a um valor de mercado de R$ 124,9 bilhões; a ação B3SA3 registra alta de 45,1% este ano, acima da queda de 13,1% do Ibovespa.

Destaques

O EBITDA somou R$ 1,4 bilhão no trimestre, com crescimento de 42% ante o 2T19; explicado por aumento de receita reflexo dos altos volumes negociados nos principais negócios da companhia e que resultaram em sólido desempenho financeiro e forte geração de caixa.

A empresa destaca que, com o “objetivo de manter uma estrutura de capital adequada realizou uma operação de empréstimo bancário de R$ 1,25 bilhão em junho e anunciou agora em agosto uma emissão de debênture no mercado local de R$ 3,55 bilhões, além de liquidar o Global Bond 2020 no montante de R$ 2,5 bilhões em julho”.

No 2T20 foram realizados investimentos de R$ 84,4 milhões, destinados principalmente para atualizações tecnológicas para todos os segmentos da B3; ao desenvolvimento de novos produtos e ao projeto da nova estrutura predial (engenharia, mobiliário e tecnologia) da companhia. No primeiro semestre de 2020, os investimentos realizados pela Companhia somaram R$ 137,4 milhões.

Postergação da nova política de tarifação. Ontem (13/agosto) a companhia comunicou a postergação do início do período de certificação para implementação das novas políticas de tarifação dos produtos do mercado à vista de renda variável; de agosto de 2020 para janeiro de 2021, com conclusão prevista para o primeiro semestre de 2021. Tal adiamento foi feito para atender aos interesses comuns de B3 e participantes de mercado; de forma que estes últimos tenham um prazo maior para a realização de ajustes necessários em seus sistemas e processos.

Projeções para 2020

A companhia revisou seu guidance para (i) investimentos e (ii) despesas atreladas ao faturamento para 2020.

Para investimentos, a nova projeção reflete (i) aumento da capacidade dos sistemas e plataformas devido ao novo patamar de volumes do mercado; sendo a maior parte desses investimentos em dólares; e (ii) projetos recentemente aprovados com o objetivo de adicionar produtos e serviços aos participantes do mercado.

Para as despesas atreladas ao faturamento, a revisão é consequência (i) de novos programas de incentivos nos mercados listado e de balcão, (ii) da recuperação, mais rápida que inicialmente prevista, de financiamento de veículos e (iii) aumento expressivo no preço do ouro, que afeta o negócio de custódia de ouro da B3, onde cobramos (receita) e pagamos (despesa atrelada ao faturamento) uma tarifa em bps sobre o preço do ativo.

(i) REVISADO: Orçamento de investimentos de R$ 395 milhões até R$ 425 milhões (anteriormente de R$ 300 milhões até R$ 330 milhões) sendo de R$ 279 milhões em 2019;

(ii) REVISADO: Orçamento de despesas atreladas ao faturamento de R$ 170 milhões até R$ 200 milhões (anteriormente de R$ 145 milhões até R$ 165 milhões) sendo de R$ 239 milhões até 2019;

(iii) REAFIRMADO: Orçamento de despesas operacionais ajustadas de R$ 1.125 milhões até R$ 1.175 milhões (R$ 1.074 milhões em 2019);

(iv) REAFIRMADO: Orçamento de depreciação e amortização, incluindo amortização de intangíveis e mais valia, de R$ 1.030 milhões até R$ 1.080 milhões (R$ 1.030 milhões em 2019);

(v) REAFIRMADO: Endividamento de até 1,5x Dívida Bruta/EBITDA recorrente dos últimos 12 meses (1,0x em dez/19); e

(vi) REAFIRMADO: Distribuição do lucro aos acionistas de 120% – 150% do lucro líquido societário (reafirmado) (130% em 2019).

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