CENÁRIO ECONÔMICO & MERCADOS
Não canso de repetir que “agenda vazia, oficina da volatilidade”, pois tal preceito se calça na reação que investidores costumam ter no início das sessões após a divulgação de indicadores econômicos relevantes, dando um norte para as operações de mercado.
Sem tal norte, a política é um dos fatores de maior visibilidade e imprevisibilidade deste momento e acaba por ganhar o palco principal das atenções dos investidores; catalisados pelo fim da a agenda local e internacional de resultados corporativos.
A semana inteira será assim e proximidade com as eleições majoritárias nos EUA e municipais no Brasil dão corpo às movimentações políticas mais exacerbadas, como de Trump e a China.
Esta semana, Joe Biden, ex-vice-presidente democrata e sua vice, Kamala Harris; de NY devem confirmar suas indicações do partido democrata à candidatura, oficializando a corrida presidencial, que termina em outubro.
Ainda que oscilem bastante, as pesquisas continuam a apontar a preferência por Biden, porém, em vista à última eleição; isto nem de longe garante a vitória do opositor de Trump, o qual tem o trunfo da economia e sua recuperação da pandemia na manga.
O alvo principal, a China, recebe novos golpes, com Trump emitindo uma ordem executiva na sexta-feira forçando a ByteDance a vender ou cindir seus negócios da TikTok nos EUA em 90 dias; citando “evidências confiáveis” de que ByteDance “pode tomar medidas que ameacem prejudicar a segurança nacional dos Estados Unidos”. Uma revisão do acordo comercial EUA-China planejada inicialmente para sábado foi adiada sem uma nova data acordada, até que a China compre mais produtos americanos.
Localmente, a citação de impeachment por Paulo Guedes abriu espaço para sua “fritura” dentro do governo, sendo que o ministro o fez para que se entendesse a gravidade de se tentar alterar o teto dos gastos; de forma a encaixar as demandas de outros ministros, como Rogério Marinho.
O sustentáculo fiscal, a figura de Guedes e a agenda de reformas são o tripé de apoio do mercado ao governo e todos sabemos como tripés funcionam.
Hoje em destaque ao IPC-S e nos EUA, índice NAHB do mercado imobiliário e atividade econômica do Fed de NY; além de compra de títulos do tesouro americano por estrangeiros.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, com novas medidas da guerra comercial. Em Ásia-Pacífico, mercados sem rumo com a queda acima das expectativas do PIB japonês no segundo trimestre.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas generalizadas, com destaque à prata.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, em meio aos temores da guerra comercial entre EUA e China.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,18%.