O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que o volume de serviços no Brasil cresceu 5,0% em junho frente a maio, na série com ajuste sazonal, após quatro meses de taxas negativas seguidas, quando acumulou perda de 19,5%. Na série sem ajuste sazonal, no confronto com junho de 2019, o volume de serviços recuou 12,1% em junho de 2020, quarta taxa negativa. No acumulado do ano, o volume de serviços caiu 8,3% frente a igual período de 2019. O acumulado nos últimos doze meses (-3,3%) teve o resultado negativo mais intenso desde novembro de 2017 (-3,4%).

Ao avançar 5,0% na passagem de maio para junho de 2020, o setor de serviços interrompeu uma sequência de quatro taxas negativas seguidas, período em que acumulou uma perda de 19,5%. Os efeitos negativos da pandemia sobre o setor de serviços começaram a ser sentidos apenas nos últimos 10 dias do mês março e se aprofundaram nos dois meses subsequentes, provocando uma retração de 18,6% no período março-maio. Vale ressaltar que o recuo de fevereiro (-1,0%) foi conjuntural e refletia uma acomodação do setor de serviços frente ao fim de 2019.

Mesmo com a segunda maior alta (5,0%) da série iniciada em janeiro de 2011, o volume de serviços no Brasil ainda está 24,0% abaixo do recorde histórico, de novembro de 2014, e 14,5% abaixo de fevereiro de 2020, mês que antecedeu as medidas de isolamento social.

A alta de 5,0% do volume de serviços de maio para junho de 2020 foi acompanhada pelas cinco atividades investigadas. Os destaques foram para os avanços em transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (6,9%) e de serviços de informação e comunicação (3,3%). O primeiro ramo cresceu 11,9% entre maio e junho depois de recuar 25,2% no período março-abril. Já o segundo setor voltou a crescer, após recuar 9,0% nos cinco primeiros meses do ano.

Os demais avanços vieram dos serviços profissionais, administrativos e complementares (2,7%), dos serviços prestados às famílias (14,2%) e de outros serviços (6,4%). O primeiro interrompeu série de oito de taxas negativas, com perda acumulada de 20,4%. O segundo acumulou alta de 29,9% entre maio e junho, após recuar 62,7% entre fevereiro e abril. O último recuperou parte da perda acumulada entre março e maio (-12,0%) ao avançar 6,4% em junho de 2020.

A média móvel trimestral para dos serviços recuou 2,9% no trimestre encerrado em junho de 2020 frente ao mês anterior, mantendo a trajetória descendente iniciada em janeiro.

Entre os setores, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, todas as cinco atividades mostraram resultados negativos neste mês, com destaque para a intensa queda dos serviços prestados às famílias (-13,1%), seguido por serviços profissionais, administrativos e complementares (-4,0%); transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-3,1%); outros serviços (-1,7%); e informação e comunicação (-0,9%).

Em junho de 2020, o volume do setor de serviços caiu 12,1% frente a junho de 2019, quarta taxa negativa seguida neste indicador. Neste mês, houve quedas em quatro das cinco atividades e altas em 27,1% dos 166 tipos de serviços investigados.

Entre as atividades, os serviços prestados às famílias (-57,5%), os transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-11,3%) e os serviços profissionais, administrativos e complementares (-15,5%) exerceram as principais influências negativas sobre o volume total de serviços. Os serviços prestados às famílias foram pressionados, em grande medida, pela queda nas receitas das empresas que atuam nos ramos de restaurantes; hotéis; catering e serviços de bufê; atividades de condicionamento físico; e cursos diversos.

Na segunda atividade, as maiores pressões vieram de transporte aéreo e rodoviário coletivo (ambos de passageiros); rodoviário de carga; e transporte metroferroviário. Enquanto os serviços profissionais administrativos e complementares foram impactados pela redução de receitas nas empresas de gestão de ativos intangíveis; soluções de pagamentos eletrônicos; administração de programas de fidelidade; limpeza geral; agências de viagens; locação de automóveis; e seleção e agenciamento de mão-de-obra.

Também com queda frente a junho de 2019, mas com menor impacto no índice geral, os serviços de informação e comunicação (-2,9%) mostraram perda de receita nas empresas de telecomunicações; programadoras e atividades relacionadas à televisão por assinatura; consultoria em tecnologia da informação; TV aberta; e atividades de exibição cinematográfica.

Em contrapartida, a única contribuição positiva nesse mês veio de outros serviços (4,4%), impulsionado, sobretudo, pelo aumento de receita das empresas de corretoras de títulos e valores mobiliários; administração de bolsas e mercados de balcão organizados; atividades de administração de fundos por contrato ou comissão; e coleta de resíduos não perigosos de origem doméstica, urbana ou industrial.

No acumulado do ano, frente a igual período de 2019, o setor de serviços recuou 8,3%, com queda em quatro das cinco atividades de divulgação e expansão em apenas 27,7% dos 166 tipos de serviços investigados. Entre os setores, os serviços prestados às famílias (-35,2%) exerceram a influência negativa mais relevante, pressionados, especialmente, pela queda nas receitas de restaurantes; hotéis; e de catering, bufê e outros serviços de comida preparada.

A intensificação da queda deste setor (de -31,0% nos cinco primeiros meses de 2020 para -35,2% no primeiro semestre de 2020) se deve ao fechamento parcial ou integral daqueles estabelecimentos, em atendimento ao distanciamento social devido à COVID-19.

Outras pressões negativas vieram de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-8,5%) e de serviços profissionais, administrativos e complementares (-10,5%), com a redução na receita das empresas de transporte aéreo de passageiros; rodoviário coletivo de passageiros; rodoviário de cargas; correio nacional; e metroferroviário de passageiros, no primeiro setor.

Na segunda atividade, houve redução nas receitas das empresas de administração de programas de fidelidade; soluções de pagamentos eletrônicos; gestão de ativos intangíveis; limpeza geral; agências de viagens; vigilância e segurança privadas; e de atividades técnicas ligadas à arquitetura e à engenharia.

Com menor impacto no índice geral, comparativamente às demais atividades, os serviços de informação e comunicação (-2,6%) apresentaram perdas de receita especialmente nos segmentos de telecomunicações; programadoras e atividades relacionadas à televisão por assinatura; atividades de exibição cinematográfica; consultoria em tecnologia da informação; e operadoras de TV por satélite.

Em contrapartida, a única contribuição positiva no acumulado de janeiro a junho de 2020, frente a igual período do ano anterior, ficou com o setor de outros serviços (5,1%), impulsionado, em grande parte, pelo aumento das receitas das empresas que atuam nos segmentos de corretoras de títulos, valores mobiliários e mercadorias; administração de bolsas e mercados de balcão organizados; coleta de resíduos não perigosos de origem doméstica, urbana ou industrial; e atividades de administração de fundos por contrato ou comissão.

Regiões

Regionalmente, 21 das 27 unidades da federação tiveram expansão no volume de serviços em junho, frente a maio, acompanhando o avanço (5,0%) observado no Brasil – série com ajuste sazonal. Entre os locais com resultados positivos no mês, São Paulo (5,1%) teve o crescimento mais importante, após cair 19,5% entre fevereiro e maio deste ano.

Outras contribuições positivas relevantes vieram do Rio de Janeiro (3,6%), de Minas Gerais (4,7%), do Rio Grande do Sul (6,6%) e do Distrito Federal (6,6%). Em contrapartida, Mato Grosso (-3,2%), Paraná (-1,0%) e Espírito Santo (-3,2%) registraram os principais impactos negativos em termos regionais.

Publicidade

Investir sem um preço-alvo é acreditar apenas na sorte