Foi um dia completamente atípico para as ações da LINX3 que tiveram um desenho de alta fora da média (+32%). Durante o dia a Linx soltou fato relevante dizendo que estaria em tratativas finais com a Stone, mas que não tinha nada confirmado até então. Entretendo, após fechamento do mercado veio ao comunicado oficial com a assinatura do Acordo de Associação.

Foi feito a incorporação da totalidade das ações de emissão da Linx pela STNE. A Stone está pagando R$ 6,04 bilhões pela Linx – 90% em cash e 10% em ações – e vai emitir US$ 1 bilhão em novas ações para financiar a compra.

(a) cada 1 (uma) ação preferencial Classe A de STNE será resgatada mediante o pagamento, à vista, ao seu titular, de R$ 30,39 (trinta reais e trinta e nove centavos), atualizado pro rata die com base na variação do CDI a partir do 6º (sexto) mês contado a partir da data de assinatura do Acordo de Associação; e

(b) cada 1 (uma) ação preferencial Classe B de STNE será resgatada mediante a entrega, ao seu titular, de 0,0126774 ações classe A de StoneCo, negociadas na NASDAQ.

A relação de troca acordada pelas partes atribui um valor de R$ 33,76 (trinta e três reais e setenta e seis centavos) por ação da Companhia.

A transação une uma empresa de software de gestão para o varejo que recentemente entrou em meios de pagamento com uma adquirente que estava avançado na cadeia de valor do lojista entregando outras soluções – incluindo softwares de gestão

A Linx entrou em meios de pagamento em 2018 com a Linx Pay. No início deste ano, comprou a PinPag, pagando R$ 135 milhões por uma subadquirente que processa R$ 3 bilhões por ano. Hoje, a Linx tem uma parceria comercial com a Rede, do Itaú, pela qual recebe uma remuneração quando seu cliente adota o serviço da Rede.

A valorização da Stone na Bolsa pode dificultar para a Cielo, ainda mais uma fusão entre as duas companhias; que têm sido objeto de especulação do mercado há mais de um ano.

Um movimento que prova uma tese que vem se aplicando no varejo – O M&A como forma de expansão. A principal mensagem é que a guerra de preço e taxas não deve se manter como pilar de muitos negócios, ou seja, é necessário gerar valor para o cliente. A Stone já vem fazendo diversas aquisições, como a Mvaranda e Bematech; mostrando a mentalidade do Jorge Paulo Leman, que é um mentor do André Street, dono da Stone.

André entendeu o mundo de tec e financeiro e vem inovando dentro dele, mostrando que quer construir esse ecossistema com uma visão futura do Techfint que é juntar tecnologia com o financeiro. Com isso fez um movimento importante adquirindo a Linx que é uma das principais empresas de solução de tecnologia do mercado brasileiro com uma grande penetração no mercado de varejo, que é o foco da Stone.

Isso aumenta a competitividade, abre possibilidades pra novas aquisições, novas fusões. Uma briga que vai além de Stone e Cielo, podendo se encaixar a Magalu, pois o Frederico Trajano tem uma mentalidade similar e está jogando e jogo de consolidação, assim como Mercado Livre. A gente vê um cenário das grandes empresas se posicionando muito além do preço; mas utilizando sua capacidade de marca, de caixa e venda pra adquirir novos negócios que vão gerar valor pro usuário.

Mostra que o mercado está aquecido, e que várias empresas estão utilizando desse momento pra consolidar seu mercado.

A Linx tinha uma dificuldade em implementar cultura nas empresas que ela comprava, e agora pode se beneficiar já que a Stone tem forte cultura, podendo reparar essa característica da companhia.

GUIDE INVESTIMENTOS: LINX (LINX3) – Stone se propõe a pagar R$ 6 bi pela empresa

A compra da Linx pela Stone faria com que a empresa ganhasse grandes sinergias, tornando-se uma companhia de software de gestão e serviços financeiros.

A intenção de compra foi anunciada ontem pela Stone, pelo valor total de R$ 6,045 bilhões.

A transação ainda precisa da aprovação dos acionistas da Linx e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A compra segue a estratégia da companhia de meios de pagamento, de adicionar serviços baseados em tecnologia a sua operação.

A Stone se propôs a pagar 90% do valor em dinheiro e os 10% restantes em ações. A maior parte dos recursos a serem utilizados foram originados em uma oferta subsequente de ações primária de US$ 1 bilhão.

A Stone tinha disponível empréstimos do J.P. Morgan e Morgan Stanley, optou em utilizar recursos da oferta por prudência financeira.

A Linx, assessorada pelo Goldman Sachs, teve cada papel avaliado em R$ 33,76, com um prêmio de 41,6% sobre a média da cotação de 60.

Impacto: Positivo. A combinação dos negócios tornariam as companhias ainda mais fortes no mercado em que hoje atuam. Isto porque passariam a atuar com software de gestão e serviços financeiros.

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