“O segmento como móveis e eletrodomésticos fez uma adaptação mais rápida ao contexto de negócios da pandemia, que você acaba por ter um faturamento da empresa mais voltado para vendas de internet. Houve sim uma adaptação desse tipo de segmento, sobretudo nas empresas menores, que não estavam exatamente acostumadas com esse tipo de modelo de negócio”, afirmou Santos.
Quanto ao auxílio emergencial, Santos também acredita que tenha sido em parte destinado ao consumo de material de construção e móveis e eletrodomésticos, além de alimentos em supermercados.
As pessoas estão passando mais tempo em casa. Essa renda a mais ela não vira poupança, vira consumo, e acaba se voltando para esse setores”, afirmou o pesquisador do IBGE.
Em junho, o varejo retornou ao patamar de vendas anterior ao agravamento da covid-19 no País. O bom desempenho, porém, foi sustentado por apenas três atividades, que já exibiram patamares de vendas muito acima dos níveis de fevereiro, pré-pandemia: Material de construção (15,6% acima de fevereiro), móveis e eletrodomésticos (12,9%) e supermercados (8,9%).
“No caso de material de construção, isso não é indicativo de grandes obras, é consumo para pequenas famílias, de pequenas reformas. A pessoa fica mais tempo em casa, acaba entendendo suas necessidades alteradas de alguma maneira, precisa trocar alguma coisa, algum móvel ou eletrodoméstico, para continuar trabalhando em casa”, justificou.
As vendas no varejo cresceram 8% em junho ante maio, depois de um avanço de 14,4% no mês anterior.
“Temos claro sinal de recuperação a partir de maio e junho. Essa recuperação acontece depois do pior patamar da série (abril), então dá uma chacoalhada, dá volatilidade à série”, lembrou Santos.
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