“A estratégia do Guedes por trás desse fato é reduzir os custos da folha de salário”

O movimento irregular da bolsa de valores brasileira (B3) nos últimos dias e a queda desta terça-feira (04), a qual o índice Ibovespa recuou para os 100 mil pontos, revela a grande dependência do mercado por notícias e acontecimentos pontuais que podem causar impactos na economia nacional como, por exemplo, o plano apresentado ao presidente Jair Bolsonaro pelo ministro da economia Paulo Guedes de impor uma nova tributação sobre transações bancárias ao estilo da antiga CPMF e a redução de até metade do valor que as empresas pagam sobre o salário de seus funcionários. Atualmente, as organizações pagam uma tarifa de 20% sobre a folha de pagamento para contribuir com a previdência. Já a nova proposta, iria reduzir essa taxa para 10%, podendo impactar o futuro das aposentadorias

Segundo Pedro Paulo Silveira, Economista-Chefe da Nova Futura Investimentos, a reforma tributária possui uma questão muito intrincada: ela coloca gente que não está pagando tanto imposto para pagar e diminui de outros setores que supostamente arcam com muito, fazendo aqueles que vão perder causarem tumulto e, consequentemente, balançarem a bolsa nacional. “Você não faz uma reforma desse gênero sem impor perdas para um segmento da população. Alguém vai pagar essa conta e, na hora que as notícias saírem, o mercado pode sofrer. Ontem, o que pesou bastante na discussão foi a sinalização contínua do Paulo Guedes na direção da CPMF. Ele está obcecado por essa reforma e é aquele tipo de homem que quando toma uma decisão, vai até fim custe o que custar. Desta forma, a probabilidade dele conseguir é de uns 80%”, afirma.

Outra tópico que o Economista-Chefe destaca foi a quantidade de discussões sobre a tributação dos dividendos. “É claro que se houver essa taxa, a bolsa vai tomar uma pancada. Apesar do ministro dizer que irá reduzir os impostos, não tem como ter certeza disso. A estraté gia do Guedes por trás desse fato é reduzir os custos da folha de salário, ou seja, produzir no Brasil as mesmas legislações que tem no Chile e nos EUA, onde a pessoa ganha o salário do mês e nada mais, sem fundo de garantia, 13º salário, férias remuneradas e contribuição nacional para a previdência. Assim, ele acredita que a taxa de desemprego vai cair, as empresas ficarão mais eficientes e o país irá crescer, mas a medida que isso for colocado em prática, provavelmente terão obstáculos que vão causar ainda mais turbulência. Desmontar uma estrutura que está no país desde. mais ou menos, os anos 40/50, é difícil”.

    Sobre a Nova Futura Investimentos

Sócia-fundadora da BM&BOVESPA, a Nova Futura Investimentos, foi fundada em 1983, atua nos mercados de commodities, renda fixa, renda variável e seguros. Com presença nacional, a instituição financeira conta com 21 escritórios espalhados por diversas cidades do país. Ao longo de mais de três décadas de existência, se consolidou como uma das maiores e mais independentes casas de investimentos do Brasil.

Com tradição no mercado institucional, vem se tornando referência no varejo, oferecendo a mesma qualidade já ofertada ao mundo empresarial agora também para pessoas físicas. Em 2017, confirmando a tradição de excelência, a corretora recebeu o selo Nonresident Investor Broker, que reconhece a estrutura organizacional e tecnológica especializada na prospecção de clientes, prestação de serviços de atendimento co nsultivo assim como execução de ordens e distribuição de produtos da BM&FBovespa para investidores não residentes.

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