Puxados pelo dólar a galope e o interesse de investidores em buscarem ativos em mercados mais maduros, os Fundos de Investimentos que compram ações estrangeiras têm trazido boas novas para investidores mais audazes. Algumas aplicações chegam a se valorizar mais de 50% em seis meses, período em que a pandemia, definitivamente, começou a causar turbulências nos mercados – no mesmo período o Ibovespa caiu 11,3%.

Conforme o serviço Mais Retorno, que compara rentabilidade dos fundos brasileiros, desde o dia 3 de março o CSHG Branca Fia IE subiu 61,6%. É o melhor fundo que aplica em ações estrangeiras no Brasil. O segundo lugar está com o Lagunita Fia IE (57,8%) e, o terceiro, é o A10 Investimento FIA IE, com valorização de 48,5%.

Para aplicar em todos, é necessário ser investidor qualificado, classificação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para pessoa física ou jurídica que possui aplicações financeiras em valor igual ou superior a R$ 1 milhão e que ateste essa condição por escrito.

“A maior parte da performance foi por conta da desvalorização do real, que influencia muito aqueles fundos sem hedge”, avalia Bruna Allemann, diretora de Investimentos e Capital Markets do americano Lightstone Group. “O real foi uma das moedas de pior performance durante a crise dentro dos países emergentes. Não sabemos até onde tudo isso vai chegar, mas já vimos uma certa movimentação”, aponta.

Neste ano, a valorização do dólar sobre o real chega a quase 30%. “Uma análise realizada no início da crise já mostrava que os fundos com mais de 20% de ativos alocados no Exterior tinham sofrido um impacto menor, e aqueles com 40% dos ativos em títulos estrangeiros foram os que melhor performaram”, exemplifica Bruna.

Ela alerta, naturalmente, que quem entrar na festa agora talvez não desfrute das mesmas alegrias de quem já estava nos fundos estrangeiros antes, justamente porque há dúvidas sobre o vigor de uma eventual nova queda do real. No entanto, afirma que não é apenas o câmbio que tem atraído investidores a este tipo de papel.

“O investidor que já está mais adaptado a nova realidade de renda passiva e agora quer mais opções. Com isso veio a crescente demanda de produtos com cotas no exterior, desde o investidor do varejo até o mais qualificado”, afirma.

Jonathan Camargo, fundador da London Capital, explica que há alternativas fora dos tradicionais fundos para quem almeja aplicar em ativos estrangeiros. O ETF de Ações (Exchange Traded Fund), são negociados em bolsa e representam uma comunhão de recursos destinados à aplicação em uma carteira de ações que busca retornos que correspondam, de forma geral, à performance de um índice de referência, inclusive estrangeiros.

Há também os Brazilian Depositary Receipts (BDRs), certificados de depósito emitidos e negociados no Brasil com lastro em valores mobiliários de emissão de companhias estrangeiras. Já os Fundos de Capital Protegido oferecem oportunidades para quem busca investimentos considerados de maior risco, mas ao mesmo tempo procura a preservação do capital inicial.

Todas estas alternativas estão ao alcance dos pequenos investidores por meio de fundos multimercados ou fundos de índice

“Da mesma forma que os investimentos em Ouro e Dólar são considerados portos seguros, diversos ativos financeiros de vários países também são muito seguros, além de rentáveis – especialmente os investimentos feitos nos Estados Unidos”, afirma Camargo.  

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