Cenário Externo

Techs lideram avanço nos mercados

Mercados:

Bolsas asiáticas encerram a semana sem direção única. Na zona do euro, os principais índices de mercado voltaram a amanhecer em alta, recuperando parte das perdas angariadas na última sessão. O Stoxx 600, índice que abrange uma gama de ativos ao redor do continente europeu, avança 0,6% até o momento. Em NY, índices futuros seguem a mesma tendência verificada nos pregões europeus, com altas da ordem de 0,3%; enquanto o dólar (DXY) segue em trajetória de desvalorização contra seus principais pares. Na fronte das commodities, ativos acompanham melhora dos mercados. O preço do petróleo (Brent Crude) sobe 0,7%, negociado em torno de US$ 43,30/barril.

Techs lideram avanço à novas bandas de preço:

Mercados globais voltaram a amanhecer em tom positivo nesta 6ªfeira, após dados de atividade chineses superarem previsões na noite de ontem. Bolsas europeias engatam em um movimento de recuperação após realizações de ontem e índices americanos caminham em direção ao rompimento das bandas de preço recentes, se beneficiando dos resultados corporativos fortes das gigantes tecnológicas Amazon, Facebook, Alphabet (Google) e Apple. No pano de fundo, os dados do PIB europeu confirmam o estrago causado pelas medidas de distanciamento social no 2º trimestre de 2020 e o Congresso americano fica próximo de encerrar o mês sem um acordo em torno de um novo pacote de estímulo econômico. O reflexo destes últimos dois pontos pode ser visto na cotação do ouro, que volta a se valorizar e sustenta patamar superior a US$ 1.970/onça.

Sobre o ouro:

A nossa visão sobre o preço da commodity segue construtiva, apesar dos fortes avanços dos últimos anos, por três principais motivos. Primeiramente, a postura agressiva de injeção de liquidez dos principais bancos centrais do mundo (Fed, BCE, BoJ, BoE) inundaram o mercado de recursos, dinheiro que tem sustentado bolsas, mas que também tem escoado para investimentos em metais preciosos, que são reservas de valor. Neste ambiente, a manutenção de um cenário de alta incerteza, que é o que temos hoje com relação ao ritmo de recuperação da econômica global, favorece o movimento de investimento nesta categoria, nos chamados ativos de segurança. Por fim, o fato dos juros nas economias centrais estar em 0,00% a.a. ou muito próximo disso também joga a favor do metal precioso, uma vez que isto reduz o custo de oportunidade de tal investimento – ouro não paga juros nem dividendos, portanto, o investidor só tem a lucrar com o ganho de capital (valorização do ativo). Assim, como não acreditamos em mudanças drásticas neste cenário no curto-médio prazo, reforçamos a visão positiva com relação ao metal.

PIB europeu:

A primeira estimativa do PIB na zona do euro confirmou expectativas de mercado com relação ao estrago que foi causado pela chegada da pandemia e a consequente implementação das medidas de isolamento social. A economia da região registrou uma contração de 12,1% no período, com alguns dos principais membros do bloco acompanhando esta queda de dois dígitos. Dentre estes países chave estão Espanha (-18,5%) – maior contração da leitura –, França (-13,8%), Itália (-12,4%) e Alemanha (-10,1%). Ao todo, o resultado fez jus ao recém-aprovado fundo de recuperação econômica europeu de EUR$ 750 bilhões, que serão distribuídos entre os países mais afetados pela crise, junto do orçamento de mais EUR$ 1 trilhão aprovado na região para os próximos 7 anos. Ainda assim, o caminho para a recuperação aos níveis pré-crise tende a ser longo (não vemos uma recuperação completa até depois de 2021); e a recente piora do quadro sanitário em alguns países membros adiciona ainda mais incerteza sobre o assunto.

Agenda:

Após a avaliação do PIB na zona do euro, o investidor volta suas atenções aos EUA, onde saem os dados de gasto pessoal e o ISM industrial referentes a junho. A série de indicadores também conta com o deflator de gastos pessoais (PCE), medida de inflação acompanhada de perto pelo Federal Reserve (BC americano), e deve trazer mais pistas sobre o ritmo de recuperação econômica na maior economia do mundo (est.: +0,9% a/a). No calendário corporativo, a Chevron, a Fiat Chrylser e a Exxon Mobil estão entre as empresas que divulgam seus balanços antes da abertura de negociações nas bolsas de NY.

Cenário Brasil

Ministério da Economia reduz projeção de queda do PIB para 4,7%

Governo prevê queda no de 4,7% em 2020:

Segundo a mais recente apresentação do Ministério da Economia, a queda no PIB em 2020 dever se aproximar de 4,7%. Já o déficit primário deve superar R$ 812 bi, levando a dívida bruta do governo a 94,7% do PIB. A previsão da pasta econômica melhorou desde o início de julho, quando era esperado um déficit de R$ 828,6 bi e uma queda no PIB na magnitude 6,5%. Até o momento, os gastos com as ações de enfrentamento ao coronavírus já atingiram R$ 526 bi, mas estas ainda devem aumentar com a aprovação de novos projetos pelo Congresso até o final do ano.

Maia promete não pautar projeto que flexibiliza teto de gastos:

Em evento realizado pelo jornal Folha de São Paulo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), prometeu não pautar qualquer projeto que visa flexibilizar o teto de gastos, mecanismo de contenção de gastos que limita aumento nos gastos do governo de acordo com a inflação do ano anterior.

Enorme pressão:

Maia confessou que existe uma “enorme pressão” para desfazer o teto e para aumentar o investimento público; mas garantiu que durante o seu mandato como presidente, que se encerra em 02/2021, esta demanda não será acatada. Em 2020, a expansão fiscal necessária para combater o coronavírus e sustentar a economia durante a quarentena foram possíveis por um orçamento paralelo, mas este só terá vigência até o final do ano.

Chance zero de aumento de carga tributária:

O secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues Junior, confirmou que existe “chance zero de aumento na carga tributária”. Segundo Waldery, esta é uma diretriz básica do governo. Apesar do compromisso do governo com o não aumente da carga tributária global, a reforma certamente aumentará a carga sobre alguns setores, produtos e serviços. Até então, o setor de serviços, que representa 60% do PIB brasileiro, aparenta ser o que mais será comprometido pela reforma, em especial com a criação do Contribuição sobre Bens e Serviço (CBS), produto da união dos tributos federais PIS e Cofins, que deve ter uma alíquota de +/- 12%.

Viagens rodoviárias em SP caem 97% em junho:

Segundo divulgação da Agência dos Transportes do Estado de SP (Artesp); as viagens rodoviárias no mês de junho encolheram 97% em comparação com o mesmo mês em 2019. Em valores nominais, a queda foi de 3,3 mi para 100 mil viajantes. Na comparação semestral entre os mesmos dois anos, o número de passageiros caiu pela metade (52,5%).

Na agenda:

Em dia de agenda de indicadores praticamente esvaziada, o BCB deve confirmar o recorde histórico do déficit fiscal consolidado (est.: R$ 199,1 bilhões).

E os mercados hoje?

Mercados globais iniciaram o dia em alta, movimento liderado pelo forte avanço das gigantes de tecnologia nos EUA. Na zona do euro, a divulgação da 1ª estimativa do PIB no 2º trimestre apontou para uma contração da ordem de 12,1%, confirmando o cenário desafiador em que o bloco se encontra. No Brasil, resultado da Petrobras, que saiu ontem após o fechamento, movimenta os mercados nesta manhã, acompanhado pela briga da ptax no câmbio. Antes da abertura, o investidor também irá acompanhar o resultado trimestral da Gol. Em Brasília, as conversas em torno da tributária continuam dominando o noticiário; acompanhada da sinalização positiva de Rodrigo Maia, que afirmou não votar a flexibilização do teto de gastos até o fim do seu mandato. Assim, esperamos um dia de viés positivo para ativos de risco locais, que deverão seguir operando em linha com o verificado lá fora.

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