“É capaz de ajudar a fomentar a economia, pois estamos tomando crédito e a quantidade de empréstimos com taxa de juros menor pode ser positiva, mas por outro lado pode causar ainda mais inadimplência”

Em meio às incertezas econômicas desencadeadas pelo novo coronavírus (covid-19), 5,3 milhões de pequenas empresas se viram obrigadas a fazer ajustes financeiros em suas operações, e 10,1 milhões tiveram que interromper as atividades durante um período indeterminado.

Diante deste grande impacto, nas últimas semanas, o Governo Federal cedeu a grande quantidade de solicitações de crédito e aumentou o limite do Pronampe, programa de empréstimos para empresas de pequeno porte, liberando para os bancos públicos uma linha de R$ 16 bilhões.

Recentemente, o presidente da Caixa Econômica Federal ainda anunciou que existem mais de R$ 5 bilhões pré-aprovados em crédito destinados a pequenas e médias empresas.

Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth, explica que pode ser bom para auxiliar os pequenos empresários e a população, mas também pode causar inadimplência.

“É capaz de ajudar a fomentar a economia, pois estamos tomando crédito e a quantidade de empréstimos com taxa de juros menor pode ser positiva, mas por outro lado pode causar ainda mais inadimplência, que aumentou em relação ao coronavírus, fazendo o risco de crédito ficar maior”.

Sobre os bancos privados estarem começando a integrar o programa, diz que a tendência é que a linha de crédito seja menos rígida. Casabona complementa que o risco das pessoas não conseguirem pagar a médio/curto prazo é grande, mas acredita que a longo prazo é bastante benéfico.

“Como ainda vivemos momentos bem incertos em relação a economia e ao coronavírus é difícil projetar se a pessoa irá conseguir sair do buraco nesse curto prazo”.

Fabrizio Gueratto, Financista do Canal 1Bilhão Educação Financeira, ressalta que o grande problema antes era que essa ajuda não chegava na última ponta, então não adiantava serem feitos anúncios sendo que na etapa final ninguém conseguiu crédito.

“Além disso, é um crédito de risco, um risco maior ainda num país em crise. Porém, esse risco também é necessário para que as instituições assumam um papel social na economia. Os bancos públicos têm justamente essa função social, não é apenas financeira. O Banco do Brasil, por exemplo, incentiva o agronegócio e, assim como foi fundamental para o crescimento desse setor no Brasil, é preciso olhar agora para as pequenas e médias empresas”, conclui.

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