INTERNACIONAL: Bolsas caem com receios sobre EUA-China

Ações europeias e S&P futuro caem em meio à preocupação com as crescentes tensões sino-americanas e com a recuperação da maior economia do mundo. Ações na China sofrem forte queda após Pequim ordenar que os EUA fechem seu consulado em Chengdu em retaliação à medida semelhante adotada pelo governo americano. As ações de tecnologia pesaram no Stoxx 600 depois que a Intel alertou sobre atraso de produção. PMIs divulgados hoje na zona do euro superaram as estimativas, mas as empresas cortaram empregos pelo quinto mês consecutivo. Ouro foi negociado perto de sua máxima histórica; o Dollar Index recua, mas moedas emergentes estão mistas. Minério de ferro afunda com novo salto dos estoques portuários da China; metais caem em Londres. Petróleo tem leve alta e WTI flutua perto de US$ 41 com tensão EUA-China gerando receio sobre retomada, mas sendo contrabalançada por dados europeus positivos.

ECONOMIA/PODER: Maia voltou a defender que o governo não deixe a reforma do serviço público para 2021

• Em tom conciliador, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ontem que o momento é de diálogo e união de esforços com o governo. Ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, o deputado afirmou que sempre confiou no chefe da equipe econômica e sinalizou apoio às pautas consideradas prioritárias. (Correio)

• Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, enviar ao Congresso projeto de lei para unificar o PIS e a Cofins, dois tributos federais; os representantes dos estados passaram a apoiar uma proposta abrangente, que inclua todos os tributos sobre consumo, entre eles o ICMS. Já os prefeitos querem manter a autonomia sobre o ISS, ou ampliar sua fatia nas receitas para compensar a unificação. Uma comissão mista formada por deputados e senadores já analisa duas PECs de reforma tributária. Embora haja diferenças, ambas têm em comum a inclusão tanto do ICMS como do ISS na proposta de unificação dos tributos em um Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). (Estadão)

• O Ministério da Economia prepara um levantamento sobre os setores que poderão ter redução de tributo com a reforma do PIS/Cofins, que cria a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Em entrevista ao Valor, o secretário especial da Receita, José Tostes, disse que são muitos os que se beneficiarão com a reforma, embora admita que também haverá setores que terão aumento de custos e deverão elevar preços. O setor de serviços, que tem sido o mais vocal nas críticas à CBS; não será impactado de forma igual e em grande medida sequer será afetado, assegura o secretário. (Valor)

• O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a defender que o governo não deixe a reforma do serviço público para 2021 porque isso significará sua não aprovação. Por isso, acrescentou, procurará o líder do PP, deputado Arthur Lira (AL); para tentar convencer Jair Bolsonaro a encampar o projeto dos economistas Arminio Fraga e Ana Carla Abrão para modernizar a administração pública. Maia afirmou que a proposta precisa partir do Executivo para não ser derrubada por vício de iniciativa. Maia disse que já falou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e que conversará com Arthur Lira, que se tornou uma espécie de líder informal do governo na Câmara, para convencer Bolsonaro a enviar o projeto. (Valor)

• Ainda com impacto da crise econômica causada pelo coronavírus, a arrecadação federal caiu 29,59% em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, informou ontem o Ministério da Economia. O tombo já desconta a inflação no período. O resultado do mês, que ficou em R$ 86,25 bilhões, o pior para o mês dos últimos 16 anos, segue a tendência de baixa registrada em maio (- 32,92%) e abril (- 28,95%) na comparação com 2019. Junho foi quinto mês seguido de retração nas receitas, agravando o cenário de déficit das contas públicas em 2020 e indicando retração da atividade no fim do primeiro semestre. (Folha)

• As fileiras do desemprego receberam quase 1,7 milhão de pessoas a mais só no mês de junho. A alta de 16,6% na comparação com maio elevou o total de desocupados de então a 11,8 milhões, informou ontem o IBGE. Os dados, que integram a segunda Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid-19 mensal (Pnad Covid-19); apontam para taxa de desemprego de 12,4% em junho, ante 10,7% registrado no mês anterior. (Valor)

EMPRESAS: Eneva e AES disputam fatia do BNDES na AES Tietê

DURATEX (DTEX3) PORTOBELLO (PTBL3): A indústria e o varejo de materiais de construção tendem a obter, neste ano, faturamento em linha com o registrado em 2019; segundo Antonio Serrano, presidente da Juntos Somos Mais, empresa da qual Votorantim Cimentos, Gerdau e Tigre são sócias. Antes da pandemia de covid-19, havia expectativa de crescimento de 5% a 10% no faturamento da indústria e do varejo, de acordo com Serrano. Segundo levantamento realizado pela Juntos Somos Mais com 1.456 proprietários de lojas de materiais de todas as regiões do país; entre 12 e 16 junho, 60,6% das entrevistadas avaliam que não terão impacto da pandemia no faturamento em 2020. Em maio, essa fatia era de 22%. Nos últimos meses, tem havido mais demanda por materiais de construção – com destaque para produtos de acabamento – para reformas, em razão de parte das pessoas estarem trabalhando de casa, no sistema de “home office”, devido à quarentena. As vendas à distância têm ganhado participação no total e contribuído para as expectativas de Serrano em relação a 2020. O percentual de lojas com possibilidade de compra remota com entrega aumentou de 43,6%, em maio, para 60,6% em junho.

ENEVA (ENEV3) AES TIÊTE (TIET11): A Eneva informou ter apresentado nesta quinta-feira à BNDESPar, braço de participações do BNDES, uma proposta de combinação de negócios com a AES Tietê. A informação foi antecipada pela manhã pelo colunista Lauro Jardim, do jornal “O Globo”. Caso a proposta seja aceita pela BNDESPar, maior acionista da AES Tietê, com uma participação de 28% no capital social, a Eneva vai submeter à administração da AES Tietê um novo plano de incorporação envolvendo as duas companhias, com relação de troca implícita correspondente a 0,06539522 novas ações ordinárias de emissão da Eneva para cada ação ordinária ou preferencial de emissão da AES Tietê, ou de 0,32697609 por unit, totalizando 130.498.292 novas ações ordinárias. A proposta prevê ainda uma parcela em dinheiro de R$ 727,9 milhões, equivalente a R$ 0,36 por cada ação ordinária ou preferencial, ou R$ 1,82 por unit. Segundo a Eneva, a relação de troca pressupõe a atribuição de um prêmio de 10% sobre o valor de mercado das duas companhias apurado hoje. “A união das duas companhias criaria uma plataforma eficiente de ativos de geração de energia, com grande diferencial competitivo, viabilizaria a ampliação da geração de receita e menor volatilidade do fluxo de caixa, além de oferecer um salto de governança corporativa para os acionistas da AES Tietê, que passariam a compor a base acionária de uma empresa maior e com mais liquidez, listada no Novo Mercado da B3”, diz trecho do comunicado.

CONSTRUÇÃO CIVIL (IMOB IFNC): A possibilidade de uso de um mesmo imóvel como garantia de um segundo empréstimo pessoal era a esperança entre os bancos para deslanchar de vez a modalidade de empréstimo conhecida como home equity. Nesta semana, o Conselho Monetário Nacional (CMN) regulamentou o compartilhamento de alienação fiduciária de bens imóveis previstos na Medida Provisória 992 e o Banco Central anunciou parte das regras. O assunto, entretanto, não se encerrou. Existem demandas das instituições financeiras que ficaram pendentes, relacionadas ao prazo do financiamento e à taxa de referência dos empréstimos, e que tornariam esse crédito de fato atrativo. Pela regulamentação apresentada pelo BC, o prazo do novo crédito não pode exceder o tempo que resta da primeira operação. Isso significa que, para aqueles que já estão perto de concluir o financiamento, o apelo diminui. Além do prazo, segundo uma fonte, se espera que o BC traga uma maior flexibilidade para a referência do juro, e não apenas a TR.

PETROBRAS (PETR4): O banqueiro José João Abdalla Filho, conhecido como Juca Abdalla, foi o protagonista da assembleia de acionistas da Petrobras que definiu, na madrugada de ontem, a composição do conselho de administração da estatal para os próximos dois anos. A União manteve sete assentos, mas não conseguiu ampliar sua participação. Os minoritários, por meio do voto múltiplo articulado por Abdalla, aumentaram sua representatividade de duas para três cadeiras. O banqueiro é um dos maiores acionistas do setor de energia do Brasil, com participações em empresas como Eletrobras, Cemig e Eneva. Parte de sua fortuna foi herdada do pai, o industrial e político paulista J.J. Abdalla.

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