CENÁRIO ECONÔMICO & MERCADOS
“…apesar dos números”. Ontem “os números” insistiram e acabaram por importar, com o crescimento do número de casos de COVID-19 na Florida, tornando-se o epicentro global da doença.
O Brasil permanece em um plateau relativamente estável devido ao crescente número de casos em regiões como norte e nordeste, porém, São Paulo dá sinais claros de redução tanto de contaminações, quanto de óbitos, o que tende a ajudar o número nacional, dadas as dimensões da doença no estado.
Nova York, que coincide com São Paulo em diversos aspectos está quase se declarando livre da doença; porém tem tomado medidas mais cautelosas para a reabertura, além da menor resistência ao uso de máscaras tanto no estado, quanto na cidade.
No aspecto econômico, uma série relevante de dados começa a mostrar a realidade dos fatos, porém reiteramos que o fator humano pode trazer adicional preocupação ao cenário, devido ao efeito da melhora relativa observada nos dados relativos à abril e maio.
O PIB do Reino Unido apresentou crescimento de 1,8%, ante projeções de 5%, assim como a produção de construção, a qual projetava crescimento de 15%, com real aos 8,2%. Parte destes dados sofre da interferência da psique humana; daí a atenção ao que pode soar como “abaixo das expectativas”, sendo que a mediana mascara a forte distensão entre as projeções dos analistas.
Ou seja, ainda que a mediana apare aquilo que possa soar mais destorcido, ela mascara em si a falta de rumo dos resultados ao se observar em aberto.
Com isso, a série grande de dados divulgados pela manhã soou em partes não tão positivos, mas trazem em si ainda um ritmo intenso de recuperação dos indicadores, como a balança comercial chinesa e o intenso crescimento das importações (e das exportações também).
Localmente, as atenções se voltam ao IBC-Br e a expectativa pela reversão mais concisa em maio; ainda em meio à quarentenas e fechamentos, sem os efeitos observáveis de junho e mesmo de julho, com isolamentos mais frouxos em diversas localidades. CPI nos EUA.
Na política, o embate entre STF e governo ganha mais um capítulo após a péssima declaração de Gilmar Mendes e a reação da ala militar às falas do ministro. Mais um capítulo na já estremecida relação.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa por balanços de grandes bancos. Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, após o forte crescimento das importações na China, ainda que as exportações tenham sido altas.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos até os 10 anos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao minério de ferro.
O petróleo abriu em queda em Londres e em Nova York, ainda na expectativa pela reunião da OPEP na quarta-feira.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -3,95%.