INTERNACIONAL: Exterior reflete receio com vírus; dados melhoram

Futuros de NY recuam e bolsas europeias tem comportamento misto com aumento de casos de contágio pela Covid-19 e bloqueios. China ajuda a manter percepção de melhora da economia com PMI, ainda que a aprovação de lei de segurança para Hong Kong seja fator de atrito com EUA. PMI do setor manufatureiro da China sobe a 50,9 em junho, de 50,6 no mês anterior. Dólar se fortalece em meio ao declínio do apetite por risco e fluxos de rebalanceamento de posições com o fim do mês e do trimestre. Petróleo WTI cai em devolução do ímpeto com dado do setor imobiliário dos EUA ontem; Shell fará baixa contábil entre US$ 15 bilhões e US$ 22 bilhões no segundo trimestre em meio à redução de valor de seus ativos. Minério de ferro sobe com PMI na China; cobre ruma para melhor trimestre em uma década com melhora da demanda e riscos crescentes à mineração no Peru e Chile.

ECONOMIA/PODER: Com pandemia, Brasil entra em recessão no 1º trimestre

• O Brasil entrou em recessão no primeiro trimestre de 2020, encerrando um ciclo de fraco crescimento de três anos (2017-2019). A informação foi divulgada ontem pelo Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), órgão ligado ao Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas e formado por oito economistas de diversas instituições. (Folha)

• A crise do coronavírus levou o governo federal a registrar rombo de R$ 126,6 bilhões nas contas públicas em maio. O resultado, divulgado ontem pelo Tesouro, é o pior para todos os meses da série histórica iniciada em 1997. O déficit primário do mês passado supera com folga o dado do ano completo de 2019, que ficou negativo em R$ 95 bilhões. (Folha)

• O déficit primário do setor público pode chegar a R$ 850 bilhões, ou 11,5% do PIB, caso as propostas de renovação do auxílio emergencial em discussão sejam implementadas, alertou o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida. O cálculo considera proposta do governo (mais três parcelas, de R$ 500, R$ 400 e R$ 300) ou duas de R$ 600, como defende o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O governo deve divulgar hoje novas estimativas para os gastos com a pandemia em 2020. De janeiro a maio deste ano, o déficit chegou a R$ 222,5 bilhões. Em relação a igual período de 2019, as receitas líquidas caíram 15,9% enquanto as despesas avançaram 20,8%. (Valor)

• A pandemia do novo coronavírus levou ao fechamento de 331.901 vagas com carteira assinada em maio, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério da Economia. Desde março – quando foi registrado o primeiro caso da doença no país, e governadores e prefeitos determinaram o isolamento social para tentar conter os índices de contaminação –, foram perdidos 1,487 milhão de postos de trabalho. (Estadão)

• O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma hoje o julgamento de duas ações que pedem a cassação dos mandatos do presidente Jair Bolsonaro e de seu vice, Hamilton Mourão. Após pedir vista, o ministro Alexandre de Moraes devolveu o caso para a pauta. O processo trata de um ataque hacker a um grupo de mulheres no Facebook durante a campanha eleitoral de 2018. (Valor)

EMPRESAS: IRB Brasil contrata Bradesco BBI e Itaú BBA para estruturar um potencial aumento de capital

DISTRIBUIDORAS DE ENERGIA (IEE): A Aneel está mobilizada para calcular o novo desconto nas contas de luz que beneficiará os consumidores de energia em, ao menos, R$ 20 bilhões, com o fim de briga judicial que durou mais de dez anos. O “bônus tarifário” decorre de derrota em 2017 do governo federal no STF que excluiu o ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins. Um integrante da diretoria da agência reguladora disse ao Valor que cerca de R$ 20 bilhões certamente vão retornar ao caixa das distribuidoras, o que deve ser convertido em desconto na fatura. Este montante já supera os R$ 16,1 bilhões da “conta covid”; mecanismo criado para socorrer o setor e atenuar a alta nas tarifas durante a crise da pandemia.

EQUATORIAL (EQTL3): Equatorial Energia, holding com atuação no setor elétrico, registrou no primeiro trimestre de 2020 um lucro líquido de R$ 440 milhões, alta de 106,8% sobre o mesmo período de 2019. O lucro líquido ajustado, considerando os efeitos não recorrentes do período, somou R$ 375 milhões no intervalo, aumento de 118,2% na comparação anual. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) atingiu R$ 1,149 bilhão entre janeiro e março deste ano, alta de 98,7% sobre o mesmo período do ano passado. Já o Ebitda ajustado somou R$ 1,069 bilhão, um aumento de 77% em igual intervalo. O resultado financeiro negativo do primeiro trimestre de 2020 saltou 70,7%, para R$ 153,293 milhões, sobre o resultado financeiro negativo do mesmo intervalo de 2019. A receita líquida da companhia, que atua na geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia; cresceu 25,2% no primeiro trimestre na comparação anual, para R$ 4,207 bilhões.

IRB BRASIL (IRBR3): Depois de dois adiamentos da divulgação de suas demonstrações financeiras, o IRB Brasil Re informou que seu lucro líquido no primeiro trimestre de 2020 foi de R$ 13,874 milhões, o que representou uma queda de 92,2% na comparação com o lucro de R$ 177,895 milhões sobre igual período do ano anterior. O volume de prêmios emitidos no trimestre foi de R$ 1,758 bilhão, alta de 13%. IRB reapresentou os números de suas demonstrações financeiras de exercícios anteriores após identificar indícios de que uma série de registros contábeis conduzidos pela antiga diretoria estavam efetivamente incorretos. Os ajustes no balanço tiveram um efeito no resultado de 2019 de R$ 553,4 milhões, e de R$ 117,2 milhões em 2018. Com isso, o patrimônio líquido do IRB Brasil RE foi de R$ 727,2 milhões em 2019 e R$ 369,1 milhões em 2018. A empresa também anunciou que seu conselho de administração aprovou a contratação de dois bancos – Bradesco e Itaú – para estudar um plano de capitalização para cobrir o saldo de provisões técnicas e de liquidez exigidos pela Susep.

FRIGORÍFICOS: Ministério da Agricultura confirmou ontem a noite que a China suspendeu temporariamente a importação de carne de três frigoríficos brasileiros com Serviço de Inspeção Federal (SIF) e a pasta vetou uma quarta planta. Conforme o comunicado, o Brasil buscará junto à GACC, o órgão do governo chinês responsável pela habilitação de estabelecimentos exportadores e que também realiza o controle de mercadorias na aduana, as razões da suspensão dos três estabelecimentos, e, ao mesmo tempo, iniciou negociações para que as suspensões possam ser levantadas. O Ministério lembra que o Brasil possui regramento para prevenção, controle e mitigação de riscos de transmissão da covid-19 nas atividades da indústria de abate e processamento de carnes e derivados e que a portaria com essas medidas já foi traduzida para o mandarim e entregue às autoridades sanitárias chinesas.

SÃO MARTINHO (SMTO3): Grupo São Martinho reportou lucro líquido de R$ 142,7 milhões no quarto trimestre do ano-safra 2019/20, encerrado em 31 de março. O resultado representa alta de 66,6% ante o registrado em igual período da temporada 2018/19. O Ebitda ajustado da companhia sucroenergética subiu 13,7% na mesma base de comparação, para R$ 579,51 milhões. Durante toda a safra, o lucro líquido acumulado subiu 103,5%, para R$ 639,01 milhões. O Ebitda ajustado da safra avançou 12,9% no período, para R$ 1,857 bilhão. A receita líquida do grupo alcançou R$ 1,146 bilhão no trimestre, alta anual de 2%; no acumulado, o avanço foi de 9,5%, para R$ 3,701 bilhões. O lucro caixa ficou em R$ 164,86 milhões (+4,3%) no trimestre e em R$ 713,547 milhões (+54,7%) no acumulado da safra. A companhia relatou processamento de 22,64 milhões de toneladas de cana ao fim da temporada. A produção de açúcar ficou em 1,106 milhão de toneladas, 11,4% acima do fabricado na safra anterior. Já a do etanol ficou 6,9% acima, em 1,172 bilhão de litros.

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