O Portal do Investimento (PDI), um dos escritórios de agentes autônomos da XP, registrou crescimento expressivo na receita ao diversificar sua atuação com novos produtos voltados para empresas (PJ). Segundo Luiz Santos, sócio do PDI, atualmente, 74% da receita do segmento PJ do escritório provém de uma única parceria estratégica, que desenvolve soluções inovadoras para o mercado empresarial. “O cenário está cada vez mais desafiador para os escritórios de agentes autônomos, que antes dependiam majoritariamente de investimentos e receitas de rebate. É crucial encontrar novas fontes de receita e nós encontramos”, afirma Santos.
A estratégia de diversificação inclui uma ampla gama de produtos, como soluções de M&A, energia, agro, criação de holdings e, principalmente, recuperação tributária para as empresas. “Através de revisões tributárias para recuperação de impostos pagos indevidamente estamos tendo êxito em quase 100% dos clientes. Porém, temos um diferencial muito grande. Oferecemos a possibilidade de antecipação destes valores. “Cada cliente PJ que realizamos uma revisão tributária gera, em média, uma receita de R$ 35 mil para o escritório, o que resultou em um faturamento para a companhia de R$ 1,7 milhão“, complementa Santos, destacando o impacto significativo dessas operações no balanço do PDI.
Essa nova fonte de receita foi gerada com a parceria com o Grupo Studio, companhia focada em soluções para empresas. O foco é justamente o desenvolvimento de soluções específicas para os escritórios de agentes autônomos aumentarem exponencialmente a receita. “Nosso objetivo é ajudar esses AAI a expandirem suas receitas, criando novos produtos em parceria com eles. Esse trabalho conjunto tem sido uma das principais fontes de crescimento tanto para os agentes quanto para o Grupo Studio. Quando fechamos a parceria com um AAI, em média, logo no primeiro ano, já aumentamos a receita PJ deles em 80%. Transformamos assessores de investimentos em assessores empresariais”, explica Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.
A parceria tem mostrado resultados tão promissores que ambos os grupos já estão trabalhando no desenvolvimento de um novo produto focado em ESG (ambiental, social e governança), reforçando o compromisso com a sustentabilidade. A expectativa é que essa nova linha de produtos amplie ainda mais a receita de ambos os parceiros, consolidando a estratégia de diversificação do Portal do Investimento.
Assessorias de investimentos
O mercado de assessorias de investimento no Brasil tem passado por um crescimento acelerado nos últimos anos, impulsionado por fatores como a maior conscientização da população sobre a importância de investir, a diversificação de produtos financeiros e o avanço da tecnologia. Escritórios de agentes autônomos, como os ligados à XP e outras grandes corretoras, têm se destacado ao atrair tanto investidores individuais quanto empresas (PJ), oferecendo consultoria personalizada e acesso a produtos mais sofisticados.
A pandemia de COVID-19, apesar de ter gerado volatilidade, também ajudou a popularizar o conceito de investimento, uma vez que muitas pessoas buscaram alternativas para proteger seu patrimônio. O aumento no número de investidores pessoa física na Bolsa de Valores, por exemplo, trouxe oportunidades para os escritórios de assessoria captarem novos clientes. Em 2023, o mercado atingiu uma nova maturidade, com fusões, aquisições e parcerias estratégicas entre escritórios e empresas de tecnologia, fortalecendo o ecossistema de assessoria financeira.
Ao mesmo tempo, o cenário competitivo ficou mais acirrado, e os escritórios de agentes autônomos precisam inovar para se destacar. Além da tradicional receita advinda de rebates e comissões sobre produtos de investimento, muitos têm buscado diversificar suas fontes de receita com produtos voltados para empresas, como soluções de M&A, fintechs e sustentabilidade. Esse movimento é visto como essencial para a sustentabilidade dos escritórios, já que as margens estão cada vez mais pressionadas com a concorrência e a busca por eficiência.
Outro aspecto relevante é a regulamentação. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem intensificado a supervisão sobre os agentes autônomos, buscando garantir maior transparência e proteção ao investidor. Isso traz desafios, mas também gera maior credibilidade para o mercado, favorecendo o crescimento do setor a médio e longo prazo.
O futuro do mercado de assessorias de investimento no Brasil aponta para mais consolidação, com grandes players adquirindo escritórios menores, e a criação de novos produtos e serviços que vão além dos investimentos tradicionais, acompanhando as demandas por inovação e sustentabilidade.
