A SLC Agrícola registrou um lucro líquido de R$ 193 milhões no 4T21 (+29% em 12 meses), acumulando em 2021 um lucro líquido de R$ 1,13 bilhão (+153%), um crescimento robusto com incremento de margem líquida, reflexo do aumento do resultado bruto, (por melhores preços de venda e produtividade recorde na cultura de soja) e da dinâmica de contabilização dos ativos biológicos, por expectativa de margens superiores frente à safra anterior.

Veja os Destaques

A safra 2021/22 apresenta um crescimento de 45,8% em termos de área plantada (destaque para as culturas de algodão e soja), com posição de hedge já fixada (e excelentes níveis de preços para todas as culturas da companhia) e a compra dos insumos finalizada.

No atual momento (mar/22) o algodão e o milho já estão 100% plantados e a soja com 72% da safra já colhida, com produtividade 6% acima do inicialmente projetado.

Apesar da volatilidade (por queda da produção sul-americana e a guerra entre Rússia e Ucrânia), os
preços devem permanecer em patamar alto sustentados por aumento global da demanda acima da
produção.

Nesse contexto a companhia estima que as margens de 2022 serão iguais ou superiores a 2021.

Para a safra 2022/23 a SLC já adquiriu 83% da necessidade de potássio, 49% dos fosfatados e 59%
dos defensivos, com o nitrogênio sendo negociado até o final do segundo semestre de 2022, assim
como o restante dos insumos.

A expectativa da companhia é que o aumento de custos, será compensado pelo aumento na receita através de preços mais altos, mantendo margens em patamares similares aos últimos anos.

Estratégia de diversificação de portfólio

Em fevereiro de 2022 a SLC divulgou a parceria com a Kothe Logística S.A. para a construção de uma unidade de beneficiamento de sementes “UBS” e armazenamento refrigerado, no Mato Grosso, em linha com sua estratégia de diversificação de portfólio e crescimento com maior valor agregado.

A companhia vendeu 29 hectares na Fazenda Paiaguás para a Kothe, onde será construída a “UBS” sendo que “o investimento para construção é do parceiro, seu relacionamento com a companhia é de prestação de serviços, em beneficiamento e armazenamento de sementes”. A “UBS” terá a capacidade instalada para a produção de 1.000.000 de sacas de soja semente em até 5 anos.

Crescimento da receita

A Receita Líquida cresceu 12% no 4T21 para R$ 1,55 bilhão, sensibilizada por maiores preços em todas as
culturas, à despeito do menor volume faturado de algodão; aliado a R$ 269 milhões da SLC Agrícola CentroOeste.

Em 2021 a receita cresceu 24% em relação a 2020 para R$ 4,36 bilhões, explicado por maiores preços
faturados para todas as culturas, parcialmente compensado por menor volume faturado no período.
No 4T21 o EBITDA ajustado alcançou R$ 577 milhões (+15% s/4T20).

A margem EBITDA ajustada foi de 37,2%, aumento de 0,9 p.p. frente ao 4T20 com destaque para o maior resultado bruto das culturas.

Em 2021 o EBITDA ajustado somou R$ 1,7 bilhão, com aumento de 57% em relação a 2020 e margem EBITDA ajustada de 38,6% (+8,0 p.p.), explicado principalmente por incremento do Resultado Bruto, reflexo dos maiores preços faturados para todas as culturas.

R$ 19,5 bilhões de despesas não recorrentes

Destaque para R$ 19,5 bilhões de despesas não recorrentes relativas à combinação dos negócios com a Terra Santa e que não foram deduzidas do EBITDA ajustado.

• O resultado financeiro passou de despesa financeira líquida de R$ 5,0 milhões no 4T20 para despesa
financeira líquida de R$ 186 milhões no 4T21, explicado principalmente por maior endividamento, alta dos juros e do dólar, ajuste a valor presente de arrendamentos por alongamento de contratos e a
entrada do arrendamento da Terra Santa.

O endividamento líquido da companhia encerrou 2021 em R$ 2,4 bilhões com uma alavancagem de 1,42 vezes, que se compara a dívida líquida de R$ 708 milhões em 2020 (0,74x o EBITDA ajustado).

Este crescimento refletiu o aumento da Necessidade de Capital de Giro entre os períodos, o investimento na aquisição da Terra Santa Agro (atual SLC Agrícola Centro-Oeste) e o maior volume de pagamentos dos insumos agrícolas da safra 2021/22.

A alavancagem permanece em patamar reduzido com espaço para novos investimentos voltados para
o crescimento da companhia.

Os investimentos alcançaram R$ 113 milhões no 4T21 e R$ 451 milhões em 2021, notadamente em máquinas, implementos e equipamentos, correção e desenvolvimento do solo e nas obras e instalações da companhia.

Em 2021 foi concluída a nova avaliação do portfólio de terras da SLC Agrícola, que apresentou um valor total de R$ 6,94 bilhões, um aumento de 75,2% em relação a 2020 e um valor médio do hectare cultivável de R$ 35.693. O NAV (Valor Líquido dos Ativos) da companhia elevou-se para R$ 8,8 bilhões (posição 4T21), que corresponde a um NAV de R$ 41,31/ação.

Planner recomenda compra

A SLC vem buscando, com sucesso, o crescimento dos resultados com aumento de produtividade agrícola, maior geração de caixa, melhora de eficiência operacional e ganhos de escala.

A tendência permanece positiva sendo esperado um bom nível de rentabilidade em 2022 impactada por crescimento dos volumes e da alta nos preços dos grãos, compensando a pressão nos custos.

A equipe de analistas da Planner elevou o Preço Justo de R$ 51,82/ação (após bonificação) para R$ 57,00/ação e segue com recomendação de COMPRA para SLCE3.

Este relatório de análise foi elaborado pelos analistas Mario Roberto Mariante, Victor Luiz de Figueiredo Martins e Ricardo Tadeu Martins.

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