A Suzano reportou números do 4T21 em linha, refletindo um cenário de preços um tanto desatualizado. O EBITDA foi de R$ 6.355 bilhões, em linha com a estimativa do BTG e estável t/t, com níveis de custo caixa subindo, porém, compensado por preços de celulose mais fortes (chegando US$ 10/t acima da estimativa).

As medições de alavancagem melhoraram marginalmente com alguma geração de fluxo de caixa no trimestre. E os analistas do BTG antecipam um tom mais otimista, o que deve levar alguns investidores a questionar premissas conservadoras de preços para o ano.

Acreditamos em um mercado mais apertado (oferta & demanda) e níveis de preços mais altos ainda não estão sendo consideradas nas estimativas de consenso (como as expectativas mudarão repentinamente?). Continuamos construtivos com a tese” Dizem os analistas.

Destaques Operacionais: Fortes embarques; Preços realizados acima do esperado

Segundo os analistas do BTG, a Suzano reportou os embarques de celulose de 2,7Mt (em linha com BTGe), que foram 2% maiores tanto t/t quanto a/a.

Os preços realizados foram menores no trimestre (-4% t/t) em torno de US$ 630/t (+2% vs. BTGe), embora muito menos do que o benchmark FOEX.

O custo caixa da celulose ficou em linha com o BTGe, resultando em R$ 747/t (ou R$ 787/t considerando os efeitos das paradas para manutenção), aumentando 5% t/t, e +20% a/a (em grande parte explicada por produtos químicos e combustíveis).

No segmento de papéis, o EBITDA foi de R$ 600 milhões (em linha com BTGe), que é 2% superior t/t, em
função de preços mais altos (+3% t/t) e volumes (+10% t/t).

Balanço Patrimonial sob controle; não é uma história de fluxo de caixa no curto prazo devido ao capex de crescimento

A Suzano divulgou uma dívida líquida de R$ 58,2 bilhões no trimestre, praticamente estável t/t e em linha com nossa projeção, já que o fluxo de caixa no trimestre foi amplamente compensado pela variação cambial (aumento da dívida bruta).

Os analistas do BTG calculam o fluxo de caixa para o acionista de R$ 1,87 bilhão (yield anualizado ligeiramente abaixo de 10%), o que consideramos decente neste contexto de maiores despesas financeiras líquidas e capex de crescimento.

A empresa encerrou o ano com 2,5x Dívida Líquida/Ebitda, ante 4,3x em 2020. Mesmo em meio a um ano pesado de capex para o projeto Cerrado, ainda projetamos uma alavancagem para encerrar 2022 em torno de 2x, o que é bastante confortável para este ponto do ciclo.

Compre com forte momento de preços de celulose + valorização + crescimento de longo prazo

Os mercados de celulose estão mais uma vez apertados, e os preços estão novamente em alta. A equipe de analistas do BTG espera que o momento de curto prazo continue melhorando, já que a oferta continua decepcionando.

Vemos a Suzano negociando em níveis de valuation barato (~6x EV/EBITDA 22), implicando em uma curva de preço de celulose de ~US$ 520/t, que vemos como muito conservadora” Dizem os analistas.

O mercado também parece estar atribuindo VPL negativo ao projeto Cerrado – um carro-chefe do
setor.

Olhando para o longo prazo, a equipe de analistas do BTG vê a Suzano como uma das melhores teses de ESG na América Latina, com a empresa sendo carbono negativa hoje, o que oferece uma grande oportunidade para a criação de valor para os acionistas daqui para frente.

Conforme o relatório do BTG a recomendação é de compra e o preço alvo para Suzano (SUZB3) é de R$ 92,00

Confira onde estão os ativos mais recomendados pelos analistas

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