Veja a analise da Ativa para os resultados 4T21 da Cemig (CMIG4). Deste modo, a corretora destaca pontos positivos e negativos da companhia e a recomendação é neutra.

Veja a analise da Ativa

Com o avanço no consumo da classe industrial, o aumento de 8,4% vs. 4T20 no preço médio faturado além das evoluções das receitas em transmissão e fornecimento de gás, as receitas de Cemig vieram em linha com as expectativas da Ativa.

Em distribuição, os volumes vieram em linha e a companhia seguiu executando bom trabalho na contenção de perdas e inadimplência. Todavia, devido ao aumento dos custos de energia elétrica e gás comprados para revenda, seus custos operacionais compensaram os aumentos na receita neste trimestre.

Com despesas operacionais em linha e um Ebitda também alinhado com as expectativas da equipe de analistas da Ativa, seu lucro liquido superou o estimado pela nossa modelagem em função da obtenção de um resultado financeiro menos oneroso que o previsto.

Mesmo com resultados operacionais em linha, a Ativa espera uma recepção positiva em função das propostas de pagamento de dividendos e bonificação divulgadas.

Destaques Positivos

Mais eficiente em distribuição: Em 2021, Cemig apresentou opex 14% abaixo do regulatório, enquanto o Ebitda da distribuidora avançou 18% frente ao mínimo regulatório.

No 4T21, sua base de consumidores evoluiu 2,2% vs. 4T20 e houve evolução de 3,9% vs. 4T20 no transporte de energia à consumidores do mercado livre.

Perdas: Ações como o aumento nas inspeções, a blindagem de 60% da energia faturada, a troca de 50 mil medidores e a retirada e regularização de unidades consumidoras com problemas resultou numa queda das perdas realizadas e no enquadramento das perdas totais dentro do patamar regulatório. Nas perdas não técnicas, também houve avanços durante o ano.

Inadimplência: Com o aumento nas atividades de cobrança, protestos, automatização, cortes e parcelamentos, a companhia registrou um avanço de 1,92 p.p. vs. 2020 em seu índice de arrecadação, que atingiu 98,66.

DEC e FEC: Cemig registrou seu melhor DEC da história, com uma redução de mais de uma hora ao longo dos dois últimos exercícios.

No indicador FEC, também houve melhora e a obtenção de patamar inferior ao máximo regulatório.

Gasmig: Apresentando evolução de 18,9% YoY em seu volume de gás vendido ao mercado não térmico e 205% YoY de evolução na venda ao mercado térmico em função da crise hídrica ocorrida em 2021, a operação apresentou um crescimento de 25,1% no seu Ebitda vs. 4T20.

PMSO: Mesmo com o reajuste coletivo de 11,08% aplicado em novembro/21, Cemig registrou uma queda de 2,2% em suas despesas com pessoal em função da redução de 4,4% do número médio de colaboradores.

O resultado do trimestre também foi beneficiado pela adequação de benefício pós-emprego de seu seguro de vida, que resultou em impacto positivo de R$ 415 MM no Ebitda deste trimestre.

Alavancagem: Ao término de 2021, Cemig apresentou uma queda de 8,2% em sua dívida líquida YoY.

A alavancagem ajustada ficou 1,2x. Ao longo do ano, destacamos a atuação em prol da redução da exposição cambial através da compra de U$D 500 MM de bonds com vencimento previsto para 24.

Remuneração: O Conselho de Administração da companhia encaminhou à AGO que será realizada em 29/4 proposta para o pagamento de R$ 1,0 Bi em dividendos. Ademais, o conselho também propôs a bonificação de ações, com o aumento de 30% do capital social da companhia e subsequente emissão de 508.008.620 ações, sendo 1/3 ordinárias e o restante preferenciais.

Destaques Negativos

Geração: Em geração, houve avanço de apenas 1,0% vs. 4T20 na energia faturada pela empresa.

A despeito do avanço nas vendas para clientes livres do segmento industrial, tal avanço apenas tímido ocorreu em função da queda na venda consolidada de energia via contratos livres no ACL.

O resultado do trimestre também foi impactado pela transferência de contratos para a Cemig Holding e pelo cenário hídrico encontrado em 2021. A participação da companhia em Santo Antônio causou perdas de R$ 204 MM.

Mercado Cativo: O fornecimento de energia à clientes no mercado cativo retraiu 2,3% vs. 4T20 em função das menores temperaturas registradas no trimestre e o aumento da pluviometria.

De forma consolidada, houve queda no consumo dos segmentos industrial, comercial, residencial e rural vs. 4T20.

Mesmo sob cenário desafiador para a distribuição no 4T21, Cemig apresentou mais um sólido resultado neste trimestre, onde destacamos a obtenção de patamares superiores ao regulatório em distribuição e avanços em transmissão e na distribuição de gás. Vemos a companhia pronta para seguir evoluindo enquanto executa seu ambicioso capex para 2022″ Avalia Ilan Abertman, analista que assina o relatório.

Saiba quais são as principais recomendações dos analistas

Publicidade

Onde investir neste fim de ano?

Veja as recomendações de diversos analistas em um só lugar.