Confira a análise da Ativa Investimentos referente aos Resultados da Eletrobras (ELET3) no 3T22. Nesse sentido a equipe de analistas da corretora consideraram o resultado negativo mas acreditam que a companhia deve melhorar nos próximos trimestres.
Eletrobras apresentou receitas inferiores ao esperado
Conforme o relatório da Ativa, a Eletrobras apresentou receitas inferiores às expectativas de seus analistas em função do segmento de transmissão, influenciado negativamente pela ocorrência de deflação no período. Ademais, com custos puxados pelo aumento da PMSO, seu Ebitda foi inferior as expectativas da corretora.
“Todavia, neste trimestre, Eletrobras registrou novamente fortes provisões que corroeram seu resultado. Registrando pior resultado financeiro e assim, lucro líquido menos potente, temos uma visão negativa dos resultados de Eletrobras neste 3T22, mas acreditamos que estes pouco retratam a história que está por vir através dos próximos passos da empresa”. Ressaltaram os analistas da Ativa.
As receitas operacionais líquidas ficaram abaixo das expectativas da Ativa em função da queda nas receitas de transmissão. Em geração, houve avanços, com destaque para as receitas de fornecimento e Operação & Manutenção. Nos custos operacionais, os analistas da Ativa destacam que os valores dispendidos para aquisição de energia para revenda quase dobraram frente ao 2T22. No opex, destacamos o crescimento da PMSO, influenciada pela evolução anual de 21,9% com pessoal.
Caixa estável no trimestre
De acordo com a Ativa, ainda que menores quando comparadas à trimestres anteriores, a Eletrobras segue convivendo com fortes provisionamentos. Neste trimestre, tais somaram R$ 1,53 Bi, onde destacam-se:
i) R$ 587,5 MM referentes à CHESF e seu suposto atraso na obra Extremoz-João Câmara;
ii) R$478,5 MM referentes à Amazonas Energia;
iii) R$ 108 MM referentes à compulsórios e
iv) R$ 88,4 MM de atualização monetária no processo envolvendo Eletronorte e Cetenco.
Dessa forma, a Eletrobras terminou o trimestre com um caixa estável em R$ 16,8 (vs. 15,5 bi no 2T22 ) e uma dívida líquida, já considerando a consolidação de Santo Antônio, de R$ 33,5 bi (vs. 34,9 bi no 2T22), o que leva à alavancagem da companhia ao patamar de 1,8x, o que consideramos confortável.
A companhia investiu R$ 991 MM no 3T22 (vs. R$ 838 no 2T22) e ao longo dos primeiros nove meses do ano, dispõe de 44% e 13%, respectivamente, dos investimentos em geração e transmissão frustrados. Quanto à investimentos previstos em infraestrutura, o grau de frustração até o término do semestre foi de 27%.