As empresas familiares representam uma parte significativa da economia brasileira. Perpetuar essas empresas é fundamental para equilíbrio do país, pois as organizações de natureza familiar representam cerca de 85% do parque empresarial do país.
Existem alguns dilemas que permeiam muitas empresas familiares: quando a sucessão deve ser realizada? Como preparar o (a) sucessor (a)? Como saber se o (a) sucessor (a) esta preparado (a)?
Com a pandemia muitas empresas aceleraram o processo sucessório. Estamos vivenciando um momento único, e muitos empresários se mantiveram em casa, pois estão inseridos em grupos de risco para a Covid 19. Assim sendo, a gestão corporativa foi transferida para os sucessores, que muitas vezes já atuavam nas empresas de forma significativa, mas ainda não haviam alçado cargos de comando do negócio.
Cabe ressaltar, que o processo sucessório é delicado, e requer qualificação de longo prazo, de forma que o (a) sucessor (a) entendam e assimilem a cultura da empresa, seus valores, além de obterem a confiança da equipe.
O primeiro passo é saber se o sucessor tem interesse em atuar nos negócios da família. Com isso, a chance de ele desistir durante o processo diminui significativamente.
O segundo passo é a qualificação do (a) sucessor (a). É necessário vivenciar o dia a dia da empresa.
Conhecer o negócio que deverá suceder significa entender profundamente a dinâmica da organização, para que se possa garantir eficiência e eficácia no processo de tomada de decisão. Além disso, deverá ter uma atuação colaborativa junto a equipe, de forma a conquistar aos poucos, o respeito e a confiança de todos da empresa.
O terceiro passo é transmitir a cultura da empresa ao (a) sucessor (a). Não se pode representar a empresa frente ao mercado, somente em razão dos laços e vínculos familiares. É importante personificar os valores do fundador, e ainda ter competência técnica para assumir um cargo na organização da família. Para tanto, há que se promover um processo de desenvolvimento, estruturado e bem direcionado pelo fundador. O fundador deve ser um mentor.
Embora os valores da empresa estejam intimamente ligados aos do fundador, o (a) sucessor (a) não deixam de ter sua personalidade. As características do (a) sucessor (a) devem ser preservadas, de maneira a trazer o que há de melhor em sua geração: inovação e criatividade.
Implementar novas tecnologias, novos processos, garantir evolução e modernidade, são alguns aspectos que a nova geração pode auxiliar para a evolução do modelo de gestão corporativa. Porém, sempre respeitando a cultura e os valores da empresa.
As empresas também precisam estar em constante evolução, e terão como principal desafio atualizar os negócios, desenvolver novas lideranças, e promover carreiras que agreguem valor a empresa, e a torne mais competitiva.
Portanto, as características das novas gerações, se bem trabalhadas, ajudarão as empresas familiares a alcançarem um futuro próspero.