Para se realizar um bom investimento é necessária a avaliação de várias condições que garantam um balanceamento adequado entre os riscos assumidos, o retorno esperado e os objetivos para o qual se está investindo.
Mas para se entender como funcionam os produtos de investimento existem diversos termos que precisam ser conhecidos para que se saiba no que se está investindo, como são medidos os retornos, qual o grau de incerteza, entre outras variáveis.
Para isso procurei colocar aqui os termos mais comuns que o investidor iniciante deve conhecer para iniciar sua jornada no mundo dos produtos financeiros.
Então vamos a eles.
Termos Financeiros que o investidor iniciante deve conhecer
AÇÃO
É a menor fração do capital de uma empresa. Em uma comparação simples, se uma empresa fosse representada por um bolo, as ações seriam as fatias daquele bolo.
ACIONISTA
É a pessoa física ou jurídica que possui ações de uma empresa de capital aberto (sociedade anônima), sendo proprietário da parcela da empresa correspondente a quantidade de ações que possui. No exemplo do bolo, cada pessoa que tivesse pelo menos uma fatia corresponderia a um acionista.
AGENTE AUTÔNOMO DE INVESTIMENTOS
Profissional ou pessoa jurídica (escritório) que tem como atividade a distribuição e a intermediação de títulos, cotas de fundos de investimento e outros valores mobiliários, e que representa uma Corretora de Investimento que seja autorizadas pela CVM.
APORTE
Aplicação de recursos financeiros para a compra ou aquisição de títulos, com o objetivo de obter rendimentos.
ATIVO FINANCEIRO
Um valor mobiliário que traz rendimentos a seu possuidor ou titular, podendo ser direito de propriedade ou um crédito relativo à entidade emissora. Alguns exemplos são as Ações, títulos públicos, CDBs e Debêntures.
CARTEIRA DE TÍTULOS (ou CARTEIRA DE INVESTIMENTOS)
É o conjunto de ativos financeiros de uma pessoa física ou jurídica , composto por ativos de renda fixa e/ou variável.
CDB (Certificado de Depósito Bancário)
O CDB é um título de dívida emitido por Bancos comerciais e de investimentos e que pode ser comparado a um crédito em conta corrente que é remunerado através de uma taxa pré ou pós-fixada. Por isso é chamado de depósito a prazo fixo.
Os indexadores mais comuns dos CDBs pós-fixados são o CDI, ou um índice de inflação, como o IPCA ou IGP-M.
CDI (Certificado de Depósito Interbancário)
Ao final do dia as instituições bancárias podem ter dinheiro sobrando ou faltando e para equilibrar esta condição existe uma modalidade de investimento pelo prazo de um dia útil, com o intuito de melhorar a liquidez dos recursos da instituição.
Para a realização destes empréstimos, é utilizada uma taxa média diária destes empréstimos, o CDI, que serve de benchmark (referência) para os investimentos de renda fixa e para avaliar o retorno das aplicações em fundos.
COME COTAS
É o recolhimento antecipado da tributação em fundos de investimentos e que acontece em duas datas no ano: no último dia de maio e no último dia de novembro. Nos fundos de curto prazo, a tributação antecipada é de 20% em relação aos rendimentos, e para os de longo prazo, 15%.
COPOM
É o Comitê de Política Monetária, que decide a meta da taxa SELIC (taxa de juros básica da economia) que irá vigorar durante o período entre reuniões, que acontecem a cada 45 dias.
COTA (DE FUNDOS DE INVESTIMENTO)
Assim como a ação é a menor fração de uma empresa, as cotas são as menores frações do patrimônio líquido de um fundo de investimento. O valor de cada cota se refere a divisão do valor do patrimônio líquido pelo número de cotas emitidas.
Cada vez que é aportado ou resgatado valores do fundo é alterado o número de cotas do mesmo em função destas operações.
DAY-TRADE
Se refere a operações de compra e venda de ações de uma empresa, realizadas dentro de um mesmo dia, sendo a compra e venda na mesma quantidade, durante o mesmo pregão e realizada por um mesmo intermediário (corretora).
DEBÊNTURE
Da mesma forma que os bancos (instituições financeiras) emitem títulos de dívida para captar recursos através dos CDBs, as empresas emitem títulos de dívida (normalmente de médio a longo prazo) para captar recursos que financiem seus projetos, aumentem seu capital de giro ou gerenciem melhor seus passivos.
DERIVATIVOS
São contratos relativos a ativos financeiros cujos valores e características de negociação derivam de outros ativos. Neste contrato o investidor busca obter ganhos através do comportamento futuro do ativo.
Existem, basicamente, três tipos de derivativos: futuros, opções e swaps.
GANHO DE CAPITAL
É a diferença de valor aferido com a venda de um determinado ativo em relação ao custo de aquisição do mesmo. O ganho relativo a operação realizada.
INFLAÇÃO
É o termo que reflete a perda do poder de compra do dinheiro ao longo do tempo, através do aumento do nível geral dos preços.
A inflação reflete diretamente na rentabilidade dos investimentos, uma vez que o ganho obtido precisa ser descontado da inflação para conhecimento da rentabilidade real.
IOF (IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS)
É o imposto que incide quando há troca de recursos entre partes (operações internacionais em cartão de crédito, ao comprar moeda estrangeira, etc).
Para os fundos de investimento, ocorre, de acordo com uma tabela regressiva, até o 29º dia da aplicação. Após o 30º dia passa a ser isento.
IBOVESPA
É o indexador mais importante em relação ao desempenho do mercado de ações no Brasil.
Ele é composto de uma carteira hipotética das ações que representam mais de 80% do número de negócios e do volume financeiro negociados no mercado a vista e que é reavaliada a cada 4 meses.
IPCA (ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLIADO)
É o índice oficial que reflete a inflação no Brasil. É calculado pelo IBGE medindo a evolução do custo de vida de famílias que recebem entre um e quarenta salários mínimos nas onze principais capitais do país.
O Banco Central utiliza o IPCA como base para o regime de metas de inflação.
LIQUIDEZ
É o termo usado para determinar a “velocidade” que um ativo tem para ser convertido em dinheiro. Para o mercado financeiro significa a facilidade do ativo para ser negociado.
PERFIL DE RISCO (OU SUITABILITY)
É a forma adotada para se determinar qual a disposição que um investidor tem para correr riscos na hora de investir.
Normalmente são encontrados em três ou cinco perfis de risco: conservador, conservador-moderado, moderado, moderado-agressivo e agressivo (os que apresentam somente 3 perfis não tem os intermediários conservador-moderado e moderado-agressivo).
PIB (PRODUTO INTERNO BRUTO)
Refere-se ao total de bens e serviços produzidos em um país durante determinado período. O PIB normalmente é calculado por trimestres e/ou anualmente e a variação do PIB indica o crescimento ou decréscimo da economia naquele período.
PTAX
Também conhecida como a cotação do dólar, é a taxa média de negociação da moeda norte americana, praticada no mercado de câmbio, nas operações realizadas entre bancos e divulgada pelo Banco Central.
RENDIMENTO BRUTO
É o resultado dos ganhos obtidos em um investimento antes de ser descontado o valor do Imposto de Renda. Representa o lucro nominal obtido com aquele produto financeiro.
RISCO
É a consideração do grau de incerteza em relação a variação de rentabilidade de um investimento. No mercado financeiro, utiliza-se a palavra “risco” para referenciar à probabilidade de ganhos ou perdas acima ou abaixo daquelas dos investimentos considerados “livre de risco”.
Em termos práticos, dizer que um investimento possui alto risco significa que há baixa probabilidade de previsão, com precisão, do retorno que será alcançado e um investimento de baixo risco, que a variação do mesmo em relação ao investimento considerado mais seguro é mais baixa.
TAXA DE ADMINISTRAÇÃO
É a taxa cobrada pelas instituições financeiras para a administração de um fundo de investimento a titulo de remuneração dos serviços prestados.
As taxas de administração são pré-estabelecidas no regulamento do fundo e são cobradas anualmente, porém descontadas diariamente.
TAXA DE PERFORMANCE
Para alguns tipos de fundos específicos, além da taxa de administração, também pode haver a cobrança de uma taxa sobre a parcela de rentabilidade que exceder um valor estipulado em relação a um índice pré-determinado. Isto deve constar do regulamento do fundo e ser de conhecimento dos investidores.
TAXA SELIC
É a taxa básica de juros da economia, que é definida pelo COPOM e serve de referência para as taxas de juros das instituições financeiras através do CDI.
TÍTULO PÚBLICO
São títulos de dívida emitidos pelo Tesouro Nacional e vendidos no mercado para captar recursos e assim, financiar a dívida pública federal, estadual ou municipal. Podem ter também o objetivo de financiar obras de infraestrutra para o país.
Enquanto o CDB é um título de dívida bancária e as debêntures são títulos de dívidas de empresas, os títulos públicos são títulos de dívida do governo.
VOLATILIDADE
Representa a variação dos valores de um ativo em relação a seu valor médio. A volatilidade serve para indicar uma das possíveis medidas de risco de um ativo.
Agora que você conhece alguns importantes termos financeiros, espero que você possa tomar gosto pelos investimentos e melhorar sua capacidade de multiplicar seu dinheiro e assim, poder planejar melhor seu futuro e a realização de seus objetivos de vida.
Se tiver mais dúvidas sobre investimentos, então leia este artigo onde respondo algumas das perguntas mais frequentes sobre este tema.
Nos vemos em breve.
Com educação financeira, se vai mais longe!