O observatório europeu do clima, Copernicus, anunciou que 2024 pode se tornar o ano mais quente da história com recordes de temperatura.
O Serviço de Mudança Climática do Copernicus (CS3) publicou na manhã desta segunda-feira (9) um novo Boletim do Clima, destacando as principais tendências meteorológicas globais.
Recordes de temperatura e anomalias globais
Entre janeiro e novembro de 2024, a anomalia da temperatura média global foi de 0,72°C acima da média registrada entre 1991 e 2020.
Esse é o maior valor já registrado para o período, superando em 0,14°C o mesmo período de 2023.
De acordo com o Copernicus, é “virtualmente certo” que 2024 será o ano mais quente já registrado, com a temperatura global excedendo a marca de 1,5°C pela primeira vez.
Os dados mostram anomalias de temperatura do ar em todo o continente europeu, partes da África, nas Américas e na Ásia durante novembro deste ano.
Segundo o pesquisador do Copernicus, Julien Nicolas, à Reuters, “ainda estamos em território quase recorde de temperaturas globais, e é provável que isso permaneça pelo menos nos próximos meses”.
Embora a temperatura global tenha ultrapassado o limite de 1,5°C em 16 dos últimos 17 meses, especialistas alertam que, para o número se tornar definitivo, é necessário que ele se mantenha em anos consecutivos.
Impactos no Brasil: seca, queimadas e extremos climáticos
No Brasil, os efeitos do aquecimento global já atingiram diversas partes do território. O país enfrenta a pior seca de sua história recente, com a estiagem afetando principalmente a região Norte.
Em cidades como Santarém, no Pará, queimadas ilegais ligadas ao desmatamento se espalharam rapidamente devido à vegetação seca, encobrindo o sol com fumaça densa.
De acordo com o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais), cerca de 400 municípios brasileiros enfrentavam seca extrema ou severa em novembro.
O número deve saltar para 1,6 mil cidades neste mês, afetando regiões de Norte a Sul do país.
Especialistas explicam que o aumento da temperatura global leva a volumes maiores de vapor d’água na atmosfera, potencializando chuvas intensas como as que ocorreram no Rio Grande do Sul recentemente.
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