Na perspectiva dos próximos trimestres, a expectativa é que o segmento shopping siga registrando desempenho positivo, em virtude de uma taxa de juros menor quando comparado ao início do ano, bem como um índice de confiança do consumidor em patamar otimista. 

“Por um lado, espera-se que o crescimento de vendas continue em tendência ascendente, dado a resiliência do segmento. Por outro lado, o crescimento dos aluguéis tende a ser mais comedido do que o apresentado nos últimos trimestres, especialmente devido à deflação do IGP-M. Atualmente, os fundos de shopping centers negociam com cap rate implícito de 10,5%”, comentam os analistas do BTG.

Ações de shoppings recomendadas

Iguatemi (IGTI11)

As vendas dos lojistas da Iguatemi (IGTI11) devem ter um forte desempenho no segundo trimestre de 2024, apesar do impacto das chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul em maio. 

Segundo informações do Spacemoney, parceiro do Acionista, os analistas Ruan Argenton e Ygor Altero, da XP Investimentos, realizaram uma reunião com o diretor financeiro (CFO) da administradora de shoppings, Guido Barbosa de Oliveira, e investidores locais para discutir o ambiente operacional da empresa para o 2T24 e outras discussões sobre alocação de capital. “A expectativa é que as taxas de ocupação mostrem um leve crescimento trimestral no período de abril a junho”.

Além disso, os custos de ocupação devem ser ainda mais diluídos no segundo trimestre, mas uma maior taxa de execução parece razoável, dado o sólido momento operacional, segundo os analistas. Conforme o relatório, expansões e M&As (fusões e aquisições) continuam sendo as principais vias de crescimento da Iguatemi. A XP reitera a Iguatemi como a principal escolha no segmento de shoppings, com preço-alvo de R$ 32,50 por unit.

Negócios 

A Iguatemi (IGTI11) anunciou a venda de sua participação de 50% no Shopping Iguatemi São Carlos e de 18% no Shopping Iguatemi Alphaville. A transação está avaliada em R$ 205 milhões. Segundo o Spacemoney, os termos de pagamento incluem R$ 111 milhões (54,4%) à vista no fechamento, com três parcelas subsequentes (R$ 21 milhões em fevereiro de 2025, R$ 35 milhões em agosto de 2025 e R$ 38 milhões em fevereiro de 2026), ajustadas pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). A conclusão da transação ainda está sujeita à aprovação do CADE.

“Para o Itaú BBA, a transação é positiva, destacando que esta venda enfatiza o compromisso estratégico do Iguatemi em aumentar o valor para os acionistas. Além disso, a taxa de capitalização de 8,3% implícita na transação se destaca favoravelmente em comparação com a taxa implícita atual de 13% do preço das ações da empresa.”

Além disso, a redução do endividamento de 1,83x Dívida Líquida/EBITDA para 1,65x Dívida Líquida/EBITDA. “A transação posiciona a empresa de forma vantajosa para futuras iniciativas de crescimento”, diz o Itaú.

Os analistas mantêm a visão otimista sobre o setor e afirma que a ação possui níveis de avaliação atrativos, com risco limitado de queda, apesar da falta de gatilhos de curto prazo. Apesar disso, a Multiplan (MULT3) é a principal escolha do setor.

O Itaú BBA tem avaliação outperform (equivalente a compra), com preço-alvo de R$ 29,00, uma potencial alta de 40%.

Allos (ALOS3)

A maior operadora de shopping centers do país, a Allos (ALOS3) segue entre as recomendações do BTG Pactual. Segundo os analistas, a administração fez um ótimo trabalho em termos de alocação de capital desde 2023 (~R$2 bilhões em reciclagem de ativos, grandes dividendos, recompras, etc.), e há mais por vir desde que a Allos fez os seguintes anúncios:

(i) que poderia se desfazer de mais R$1 bilhão em ativos,

(ii) que tem um novo programa de recompra de ações de ~4% de seu capital, e

(iii) que sua política de dividendos implicitamente significa um yield de ~6% para 2024.

Para os analistas do BTG, a recente queda (as ações caíram 18% no acumulado do ano) abriu um bom ponto de entrada, com as ações sendo negociadas a apenas ~9x P/FFO para 2024E + bom carrego.

Atualmente, das 23 casas que cobrem a empresa, 13 sugerem comprar, 8 manter a posição atual (se você possui na carteira continue e se você não tem, fique de fora) e 2 recomendam vender acreditando que existem outras oportunidades melhores.

A Ágora Investimentos, também tem uma visão positiva para a Allos (ALOS3) após o balanço financeiro do 1T24, uma vez que seus analistas avaliam os números como bons. 

“Vemos a Allos como uma história micro muito interessante, com um valuation atraente em termos absolutos, negociada a 8,6x o múltiplo P/FFO estimado para 2024, um desconto de 19,00% em relação à Multiplan (MULT3), e, embora acreditemos que esse desconto relativo possa eventualmente diminuir ainda mais, entendemos que esse movimento tende a ser mais gradual no futuro, dado o menor impulso das vendas e a revisão dos lucros”, comentam.

A companhia anunciou a aquisição de 15% do Shopping Rio Sul, cuja transação foi à responsabilidade da autoridade antitruste, o CADE, e a venda do Top Shopping, no estado do Rio de Janeiro (RJ), por R$ 112 milhões;. Além disso, revisou o guidance da relação entre dívida líquida e EBITDA e um novo programa de recompra de ações.

Saiba quais as recomendações dos analistas para investir em shopping e outras ações. Veja por aqui.

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