Hora de encarar a realidade, nutrir expectativas e questionar-se sobre temas essenciais da carteira para se manter na trilha. Se você realmente está em busca do sucesso financeiro, ter um plano e se manter nele já lhe coloca à frente de muita gente.
No meio do caminho é normal perdermos o foco, cair em tentações e tentar acelerar os ganhos. Do mesmo modo que todo início de ano temos o costume de fazer promessas ou assumir o compromisso por algo difícil de sustentar até o fim.
Logicamente, se tratarmos em suas devidas proporções e com coerência, tudo é possível.
No entanto, quando se trata de investimentos, as tentações e os resultados podem ser grandes incentivadores para desviá-lo de uma trilha bem planejada.
Portanto, nesta etapa, trataremos de duas aplicações que não podem faltar na carteira e que, por vezes, são questionáveis se ainda valem a pena tê-las para percorrer o caminho.
1- Tesouro Selic ou Fundo DI. Você tem na Carteira?
2- Ativos de segurança. Como você se protege?
Dois temas importantes e que já falamos em etapas anteriores. No entanto, o momento é pertinente já que estamos com Selic em mínima histórica e a volatilidade do mercado torna questionável os ativos de segurança.
Tesouro Selic e Fundo DI
Mesmo com baixo rendimento, infelizmente, são ativos importantes para sua trilha. Não há outra opção tão segura como eles, ou seja, com mesmo perfil de risco e liquidez, Tesouro Selic ou Fundos DI de taxa zero são as melhores alternativas disponíveis (hoje) no mercado.
Portanto, quando tratamos de reserva de emergência e investimento com boa liquidez (a possibilidade de ter o dinheiro na mão rápido), não há outra alternativa, mesmo com a Selic tão baixa.
Entendemos que a sensação de ver o dinheiro rendendo menos não é fácil, mas acredite que é melhor assim do que voltar a ver a Selic em níveis de 14,25%.
Para entender isso de forma mais clara, considere sempre o rendimento do seu investimento em juros reais, ou seja, o rendimento do seu investimento (juros nominais) menos a inflação (a perda do poder de compra), pois é o que realmente importa.
Veja dois exemplos:
Em 2015 tínhamos uma taxa de Selic de 14,25% (você pode ver em nossa tabela que acompanha a Selic e Juros), contudo a inflação chegou a tocar 10,67%. Portanto, em juros reais, o investimento estava rendendo cerca de 3,58%, tornando a rentabilidade real não tão expressiva como parecia.
Em 2019, a Selic passou de 6,5% para 4,5% e a inflação próxima de 4,31%. E em 2020 passamos de uma Selic a 4,5% para 2% e finalizamos com uma inflação de 4,52%, segundo dados do IBGE.
Mesmo que a rentabilidade esteja reduzindo, e essencial é entender a importância da alta liquidez e o baixo risco, pois é importantíssimo ter acesso ao dinheiro rápido quando contratempos aparecem.
Como aumentar os rendimentos da carteira de investimentos?
Considerar que renda fixa com altos rendimentos é a solução, não é o melhor do cenários, pois pode ter grandes consequências em seus outros investimentos da carteira. Portanto, é possível buscar lucros mesmo com a taxa de juros baixa.
A solução para isso está na diversificação. Em prol de uma carteira com diferentes ativos entre renda fixa e renda variável. Enquanto de um lado você protege o seu patrimônio, do outro, você busca por alternativas com potencial de retornos maiores. Como via Fundos de Investimento, ETF, FIIs, Ações e etc.
Ativos de Segurança
Busque por ativos com potencial de retorno, mas sem perder o viés de segurança da sua carteira.
A proteção será um importante aliado para os períodos de crise. De certa forma, quando tudo vai bem e os ativos vão se valorizando, questiona-se muito se realmente os ativos de segurança são viáveis (por não apresentar o mesmo desempenho que os outros papéis da carteira).
No entanto a função de um ativo de proteção é justamente em atuar quando uma crise acontece, essas que provocam uma queda em grande parte dos ativos da carteira, sendo este o momento quando a proteção entra em cena, fazendo com que a rentabilidade geral não seja tão comprometida.
Este também foi um tema tratado em etapas anteriores da Trilha. Mas em termos gerais, é importante destinar uma parcela do dinheiro aos investimentos de segurança. Os principais são dólar e ouro e, segundo diversos analistas, a sugestão é que a parcela represente entre 5 a 10% da carteira total.
Veja abaixo, na imagem um exemplo do movimento do dólar contra o Ibovespa:
Exatamente na forte queda da Bolsa em abril de 2020 foi o momento de forte alta da moeda, ou seja, enquanto os principais ativos de renda variável sofriam uma profunda queda o dólar serviu de segurança para que a rentabilidade total da carteira tenha menor impacto.
Portanto, se você está otimista e cheio de expectativas em seu caminho é hora de encarar a realidade mantendo-se na trilha, com a certeza de que seu dinheiro esta realmente protegido.
Se você se manter firme ao plano, com equilíbrio na carteira, consequentemente estará adicionando consistência e perenidade no caminho do seu sucesso financeiro.
Até a próxima semana!
Equipe Acionista.