Nos últimos posts da nossa série sobre dividendos, comentamos sobre o método Décio Bazin, sobre os riscos do alto yield e sobre como utilizá-los de forma segura. Hoje comentaremos sobre o indicador yield on cost, que é um dos mais importantes para o investidor, embora pouco conhecido.

O que é yield on cost?

Yield on cost é um indicador que demonstra os dividendos pagos por ação nos últimos 12 meses relativo ao preço médio de aquisição.

Os erros cometidos

Quando o indivíduo está ingressando no mercado de ações, acostumado com a renda fixa, ele vê aquele dividend yield de 6% ou menos, e erroneamente começa a se questionar:

“por que eu vou sair da renda fixa pra ganhar só 6% de dividend yield?”

E é aí que entra a importância do yield on cost.

Mas antes de falar dele, lembre-se que existe diferenças entre renda fixa e renda variável e as empresas na Bolsa de Valores, mesmo que apresentando a possibilidade de renda passiva, estão na categoria de renda variável.

Voltando ao tema, ignorar completamente algumas ações de dividend yield mais baixos, por considerar que as mesmas não valem a pena, pode ser tratado como um erro.

No curto prazo, olhando somente para o yield, pode ser que não seja válido mesmo. Entretanto, diversas empresas acumulam caixa para investir em projetos que darão um maior retorno ao acionista no longo prazo. Dessa forma, o dinheiro investido pelas empresas gera mais caixa, podendo aumentar e muito a distribuição de dividendos no longo prazo.

A importância do yield on cost

A estrela da casa, o indicador que todo investidor deveria conhecer.

Não é exagerado tratarmos esse indicador dessa forma, explica-se:

O yield on cost é relativo ao preço médio de aquisição, assim, quanto mais barato você comprar uma ação, maior será o yield on cost que você recebe no longo prazo. Portanto, torna clara também a importância de comprar barato.

Ainda não ficou convencido?

Vamos a um exemplo

Imagine que você comprou ações da empresa X, que hoje (2019) custam R$ 27,00 e possui um dividend yield de 4%. Pouco, né? No curto prazo sim.

Agora, passado seis anos (2025), os lucros dessa empresa multiplicaram 4 vezes devido ao sucesso dos investimentos feitos por ela em 2019. Como a companhia também já se estabeleceu no mercado e não está mais fazendo aquisições constantes, a política de dividendos dela mudou de 25% para 50% do lucro anual.

Façamos as contas, no momento da compra a empresa pagava R$ 1,08 por ação (4% de yield sobre os 27 reais que ela custava), hoje ela multiplicou seu lucro 4 vezes e passou a distribuir o dobro do seu caixa. Então, é correto afirmar que a empresa paga R$ 8,64 reais por ano em dividendos. Nesses patamares, a empresa estaria pagando 32% anualmente em dividendos sobre o que você pagou por ela em 2019.

A parte interessante é que hoje (2025) essa empresa com certeza teria valorizado bastante, então além dos dividendos retornando 32% ao ano em relação ao preço médio, o investidor também teria ganhado com a valorização.

Concluindo

Embora este seja um exemplo extremo para fins didáticos, temos diversos casos reais de empresas brasileiras que cresceram de forma expressiva e retornaram excelentes proventos aos seus acionistas.

Portanto, vimos que o principal erro que as pessoas cometem é acreditar que o dividend yield é fixo. Entretanto, graças ao yield on cost, que se beneficia com a valorização da empresa, o investidor pode ter retornos expressivos em dividendos no longo prazo.

E onde fica o risco em tudo isso? Lembre-se que este é um indicador, no qual é calculado com base em dois fatores (dividendos pagos por ação e preço de compra médio). Portanto ele não considera outras situações em que a empresa pode estar exposta.

Por isso, é sempre aconselhável que você entenda onde está investindo e acompanhe de forma mais recorrente as notícias da empresa e o setor em que atua.

Assim como na vida, o mundo dos investimentos está em constante evolução. Sendo assim, manter-se atualizado é importante para que você aproveite as melhores chances de ganhar dinheiro.

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